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08 Março 2019 | Thais Lemos

Dia das Mulheres: movimentos trazem mais espaço para a presença feminina no cinema

Time's Up e #MeToo são alguns dos exemplos de lutas que fortaleceram a discussão

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(Foto: PopCrave)

Hoje (8) é celebrado mundialmente o Dia das Mulheres. A data é importante para olhar a luta diária de mulheres que tentam conquistar direitos iguais, não só no mercado de trabalho, como em diversos aspetos de suas vidas.

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No setor do audiovisual, a presença feminina é motivo de comemoração. Através de campanhas que ganharam notoriedade em grandes festivais, o protagonismo feminino em produções vem abrindo mais espaço.

Como a mais recente estreia da Disney, Capitã Marvel, que traz visibilidade para temas importantes em relação ao empoderamento feminino, como afirmou a empresa em evento para exibidores. Não por acaso, a história teve sua data de lançamento nos Estados Unidos marcada para hoje.

Outro longa com temática de super-heróis que envolve muita ação é X-Men: Fênix Negra (Fox) que levará a atriz Sophie Turner como a personagem principal, e deve também trazer às telonas o empoderamento feminino, como observado na cena divulgada na última edição da CCXP, em que a personagem Mística questiona Charles Xavier: “São as mulheres que sempre salvam os homens nas missões. A equipe deveria se chamar X-Woman”.

Além disso, muitos outros títulos devem trazer mulheres em evidência nas telonas, como Mulher-Maravilha 2 com lançamento previsto para 2020, o reboot de As Panteras (Sony) e à Atriz Tessa Thompson dando vida a Agente M em Homens de Preto: Internacional (Sony).

Não só as produções Hollywoodianas se preocupam com isso. No Brasil, a Roteiraria Escola, centro de formação de roteiristas para o audiovisual, 11 dos 13 projetos contam com mulheres no papel principal. Além disso, a produtora Conspiração criou o coletivo Hysteria, que reúne conteúdos criados por mulheres.

Movimentos

Movimentos contra abusos sexuais e discriminações de gênero foram trazidos à tona em Hollywood após a denúncia contra o produtor Harvey Weinstein em outubro de 2017. Atrizes de peso, como Jennifer Lawrence e Reese Whiterspoon, relataram suas experiências em suas redes sociais usando a hashtag #MeToo (Eu Também) impulsionadas por uma onda de relatos envolvendo estupros, ameaças, assédios e abuso de poder, revelando a obscuridade do mundo glamuroso do audiovisual e, consequentemente, derrubando homens poderosos do mercado que estavam envolvidos em muitas polêmicas.

Em seguida, o primeiro dia de 2018 ficou marcado pelo início do Time’s Up (O Tempo Acabou), movimento criado por atrizes, executivas e outras mulheres da indústria de cinema para combater a violência sexual e a discriminação no mercado. O protesto realizado no Globo de Ouro daquele ano mostrou a força do projeto: mulheres foram vestidas de preto e os homens usaram broches em apoio ao movimento.

Entre alguns dos objetivos, o Time’s Up visa estimular o aumento do número de mulheres em cargos de liderança e propõe leis para penalizar empresas tolerantes ao assédio persistente. Esses movimentos trouxeram abertura para a criação de outros, como o Ask Her More (Pergunte Mais a Ela), visando que a cobertura dos tapetes vermelhos das premiações fosse além de perguntas sobre as roupas das mulheres e o He For She (Ele Por Ela), que mobilizou os homens a se engajarem na luta pela igualdade de gênero.

Brasil

Em março do ano passado, o Ministério da Cultura (MinC) e a Ancine anunciaram a reestruturação do Fundo Setorial Audiovisual – FSA, no qual R$ 1 bilhão foi destinado como investimento para o audiovisual.

O programa #AudiovisualGeraFuturo foi criado com o objetivo de promover a inclusão e reduzir as desigualdades do setor, e um dos planos era ampliar a participação no mercado de novos talentos e de realizadores negros, mulheres e indígenas.

O projeto teve como base um estudo realizado pela Ancine, no qual os 142 longas lançados em 2016 foram analisados. A pesquisa mostrou que apenas 19,7% do total contavam com direção de mulheres brancas.

Em relação a questão racial, o cenário foi mais preocupante, mostrando que homens negros representavam 2,1% da produção e nenhuma mulher negra havia assinado uma produção sozinha. Em relação aos filmes incentivados com recursos federais, apenas 21% contavam com mulheres na direção e 28% no roteiro.

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