Exibidor

Publicidade

Notícias /mercado / Especial

01 Março 2017 | Vanessa Vieira

ANCINE apresenta cumprimento parcial de metas estabelecidas para o mercado exibidor

Circuito bate apenas três de 23 metas com dados e indicadores válidos e passa dos 90% de cumprimento em nove

Compartilhe:

(Foto: ANCINE)

Em 2012, a ANCINE anunciou a criação do Plano de Diretrizes e Metas para o Audiovisual – PDM, que incluía expectativas para o mercado exibidor, considerado desde então um setor estratégico para o desenvolvimento do audiovisual brasileiro como um todo. Agora, ao fim de fevereiro, a agência divulgou as primeiras avaliações sobre o cumprimento das metas estabelecidas em 2012 e os resultados de 2015, uma sobre o mercado exibidor e outra sobre TV paga e serviços de vídeo sob demanda.

Publicidade fechar X

Ao todo, 29 categorias foram discriminadas no documento referente ao circuito exibidor do País, sendo que 22 têm dados e indicadores válidos que comparam os resultados de 2010 com os de 2015 e suas metas, as demais não apresentam resultados registrados.

Dessas, apenas três foram batidas, apresentando cumprimento igual ou superior a 100%. São elas: a média de salas por complexo (106% de cumprimento ao ir de 3,33 para 4,04), a renda bruta de bilheteria total (111% ao ir de R$ 1,2 bi para R$ 2,1 bi) e o número de salas com projeção digital 3D (146% ao ir de 264 para 1.190).

Das 22 metas, nove igualaram ou superaram o 90% de cumprimento. Entre elas, destaca-se a do número total de bilhetes vendidos, que atingiu 99% da meta estabelecida de chegar a 175 milhões de ingressos ao vender 172,9 milhões. A digitalização também está entre essas nove categorias, com 96% de cumprimento já que a meta era alcançar três mil salas digitalizadas quando o resultado foi de 2.874.

Apenas quatro metas ficaram abaixo dos 70% de cumprimento, sendo a menor a de número de munícipios de até 100 mil habitantes que tenham sala de cinema com 59% da expectativa de 269 telas, totalizando 160 ao fim de 2015. A segunda menor foi a do número de grupos exibidores nacionais com mais de 100 salas, com 67%. A meta era chegar a seis exibidores que se enquadrassem na categoria, 2015 terminou com apenas quatro.

Quanto ao crescimento no número de salas no circuito comercial, meta atingida em 92% com total de 3.005 telas, a ANCINE ainda destaca que o crescimento do parque exibidor registrado entre 2011 e 2015, cerca de 36% com média de 150 novas salas por ano, é três vezes superior ao aumento apresentado pelos cinco anos anteriores. Como impulsionadores desse resultado, a agência apontou no documento alguns programas e benefícios criados ou administrados pela entidade que auxiliaram no cumprimento, ainda que parcial, da expectativa de 2012.

Entre eles estão o Programa Cinema Perto de Você, a associação entre o Fundo Setorial do Audiovisual – FSA e o PROCULT do BNDES e, por fim, o RECINE, cuja primeira fase encerrará atividades em março. A este último, inclusive, a agência atribui a responsabilidade de ter facilitado o processo de digitalização do parque exibidor ao reduzir o custo de equipamentos.

Além disso, a descentralização do circuito foi outro ponto comemorado pela agência, ainda que nenhuma meta tenha sido 100% cumprida. No Nordeste a expectativa foi 85% cumprida com a média de 126 mil habitantes por sala, e no Sul foi de 84% com 65 mil habitantes por tela. O Centro-Oeste, por sua vez, foi a região com melhor taxa, de 94% da meta, ao ficar com a média de 59 mil habitantes por sala.

O Norte e o Nordeste, segundo o documento, ficaram com 35% das novas telas inauguradas no período analisado, sendo que este último tem apresentado crescimento médio de 50 novas salas por ano desde 2013.

Para a ANCINE, a descentralização também foi bem-sucedida em relação a levar mais cinemas para as cidades do interior do País, que recebeu 62% das novas salas, chegando a representar 51% do parque exibidor em 2016. Em 2016 esse número ainda cresceu para 53%. No Sul e no Sudeste a participação do interior na quantidade de telas é ainda maior: 61%. No entanto, foi o Nordeste que mais mudou nesse sentido, indo de 23% de salas no interior para 30% ao fim de 2015.

De acordo com a agência, todas as regiões ainda têm muito potencial para crescimento do circuito, até porque, segundo a entidade, ainda existem muitas cidades brasileiras sem cinema. A entidade ainda destaca que são as exibidoras menores que mais crescem entre as pequenas e médias cidades, que têm apresentado oportunidades para pequenos empreendedores graças a “modelos de negócio que as grandes empresas têm dificuldade ou falta de interesse de concorrer”.

Dessa maneira, apesar de muitas metas ainda terem um cumprimento parcial, ainda que relativamente alto (acima de 80%), a ANCINE fecha o documento otimista. Para a agência é possível que o Brasil dispute o quinto lugar de país com mais ingressos vendidos com a França e a Coreia do Sul em meados de 2020, quando a expectativa é de que o circuito brasileiro chegue a 4,5 mil salas com 220 milhões de bilhetes vendidos no ano.

Confira o documento divulgado pela ANCINE.

Compartilhe:

  • 0 medalha