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Artigo / Audiovisual

15 Dezembro 2020

Estudo de Caso: “Mulher Oceano”

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Para fechar o ano de forma positiva e otimista, trago aqui um estudo de caso de um filme brasileiro e independente que teve sua estreia em festivais e para o público em 2020, de forma desafiadora e bem sucedida.

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“Mulher Oceano” é o primeiro longa-metragem dirigido por Djin Sganzerla, atriz e diretora reconhecida e renomada no teatro brasileiro.

Ela se entrega em seu primeiro filme, com protagonismo de duas personagens interpretadas por ela mesma, filmado no Rio de Janeiro e no Japão, com pequena equipe e direção de fotografia de André Guerreiro Lopes, seu parceiro artístico também no teatro.

O filme tem uma equipe pontual mas muito talentosa e experiente, tanto atrás como em frente as câmeras. No elenco nomes como Lucélia Santos, Stenio Garcia, e Rafael Zulu, e na produção Cavi Borges – o mago do cinema independente.

Com uma narrativa delicada e que se forma aos poucos, revela duas mulheres, que aparentemente não compartilham nenhuma conexão, até que a vida de uma começa a interferir na vida da outra, estranhamente ligadas pelo mar. Hannah, escritora, mergulha em uma jornada de autodescoberta no Japão, enquanto Ana, nadadora, estranhamente tem seu corpo transformado em uma espécie de oceano interior no Rio de Janeiro.

O filme tinha lançamento confirmado em 2020 e teve que adaptar toda sua estratégia e expectativa para as mudanças drásticas e incertas no circuito de festivais, salas de cinema e plataformas digitais devido ao isolamento social.

Estreou mundialmente no Festival de Cinema de Providence, em Rhode Island nos Estados Unidos, depois passou pelo Festival Internacional Porto Femme, em Portugual, onde ganhou o prêmio de Melhor Filme Internacional, e pelo Festival del Cinema Latino Americano em Trieste, na Itália.

Teve sua estreia no Brasil na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, com sessões digitais e no Drive in do Petra Belas Artes, e fez parte da seleção oficial do CinePE. Estreou nos cinemas brasileiros em 26 de novembro em quatro capitais, fomentando a volta do público as salas independentes, e tem estreia no canal AMC em janeiro de 2021, quando entra em paralelo nas plataformas digitais.

Um ótimo exemplo de que o cinema resiste e que sim, foi possível nascer uma diretora brasileira em 2020!

Barbara Sturm
Barbara Sturm

É diretora de conteúdo na distribuidora Elo Company, professora do curso de planejamento estratégico no Centro Cultural B_arco e membro do coletivo Asas

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