Exibidor

Publicidade

Artigo / Tendências & Mercado

15 Julho 2021

A consequência da representatividade

Compartilhe:

O Festival de Cannes celebra sua 74ª edição em 2021, e trago aqui alguns números quanto ao espaço da mulher na arte cinematográfica exibida no maior festival de cinema do mundo.



Em 73 edições, apenas uma vez um filme dirigido por uma mulher venceu o prêmio máximo do evento: a Palma de Ouro. Foi em 1993 com o filme “O Piano” dirigido por Jane Campion.

Durante mais de 70 edições, 268 cineastas foram premiados com a Palma de Ouro (Melhor Filme), o Grande Prix e o Prêmio do Juri, e desse total, apenas 23 eram mulheres. E nesse mesmo período de mais de 70 anos, apenas duas vezes o filme de abertura do evento, com grande repercussão e credibilidade mundial por estar ali, foi dirigido por mulher. A primeira vez em 1987 e a segunda em 2015.

Em 2019, pela primeira vez um filme feito por uma diretora negra esteve na competição do festival. Foi “Atlantic” de Mati Diop, que acabou premiado com o Grand Pix (Grande Prêmio do Juri).  O que mostra que sim, quando há espaço as mulheres e para as mulheres negras, elas também são excelentes.

Mas quem premia esses filmes? Um Juri, que é formado por realizadores e atores do mundo todo, convidados pelo evento.

E aí vem o diferencial: em 2021, pela segunda vez (a outra foi em 2019), o Juri do Festival de Cannes é composto majoritariamente por mulheres. O time que avalia e premia os melhores, tem que ser diverso como os espectadores no mundo todo são. Para ter o poder de avaliar filmes feitos para todos os tipos, gêneros e raças de pessoas, e debater diferentes pontos de vistas, feitos para o mundo real e diverso que vivemos.

A arte é feita para nos unir e não nos separar.

 

 

Barbara Sturm
Barbara Sturm

É diretora de conteúdo na distribuidora Elo Company, professora do curso de planejamento estratégico no Centro Cultural B_arco e membro do coletivo Asas

Compartilhe: