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13 Setembro 2019 | Renata Vomero

Documentário brasileiro deve se tornar longa-metragem em 2020

Diretora comentou o processo de criação do projeto

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(Foto: Elo Company)

No cinema Petra Belas Artes, em São Paulo (SP), há algumas semanas, o documentário O Incerto Lugar do Desejo, da Elo Company, mistura ficção e entrevistas documentais com especialistas para tratar da questão do desejo feminino. A produção é dirigida por Paula Trabulsi, do Asas, Coletivo Internacional de Inteligência Criativa, e teve inspiração no livro Bancos de Memórias, da Ciça Azevedo. Com estreia exclusiva no Petra Belas Artes, a produção também conta com livro e exposição fotográfica dos bastidores do filme, que foi gravado na França com a atriz Maria Fernanda Cândido interpretando a protagonista Ana Thereza. “A gente faz planos na vida, se planeja, né? Tem uma força que arrasta você e que te tira de tudo, é esse desejo de que trata o filme.  A personagem tem o hábito de organizar as ideias sentada em bancos de jardim e escrever compulsivamente. A partir dessas inquietações, reflexões, cada jardim vai propondo um tema ou recorte que vai ser abordado por cada especialista. Não fica pesado, é um bordado entre o tom poético e documental”, explica a diretora.



O projeto fica em cartaz até o dia 26 de setembro só no cinema da capital paulista e, então, deve se abrir para o circuito comercial. Depois de alcançar o Brasil, algumas ativações serão realizadas em linhas do metrô de São Paulo, abrindo espaço para a discussão sobre o tema com mulheres. Dessas histórias, no ano que vem, Trabulsi realizará um longa ficcional em que a própria Maria Fernanda Cândido interpretará essas mulheres, todas sob o nome de Ana também. Todo esse projeto crossmidiático foi chamado de Linhas do Desejo.

Além da questão sobre o tema, um dos desafios de todo esse projeto, que Paula criou com o Asas, foi a dificuldade de entrar com o filme nos cinemas, já que o público sente resistência quanto ao gênero documentário no Brasil. “O filme está surpreendendo muito principalmente com o boca a boca, existe uma questão no Brasil que o documentário acaba sendo sempre uma escolha em segundo plano. Como esse filme mistura os dois, as pessoas estão gostando”, explica.

Ela ainda fala da importância de criar esse público e acredita que isso deve acontecer levando conteúdos que instiguem as pessoas. “A gente acredita muito que a audiência é mais inteligente do que a mídia encara, né? A gente acha que a mídia bota a régua para baixo. O caminho para a formação de público é sempre o carisma e o arrebatamento. Se aquilo não tocar o público, ele não vai ver. A gente está conseguindo criar esse público no boca a boca”, esclarece a diretora.

Ainda sobre as expectativas quanto à produção, Trabulsi acredita muito no potencial das pessoas, principalmente, as mulheres poderem falar e expressarem seus desejos e ainda mais, conseguirem entendê-los. “Acho que essa coisa de poder expandir a compreensão do desejo é a minha maior expectativa para todo esse projeto”, finaliza.

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