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25 Setembro 2019 | Fernanda Mendes

Warner Bros. afirma que "Coringa" não é um aval para a violência

Após polêmicas envolvendo a trama do filme, a empresa emitiu um comunicado para esclarecer o assunto

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(Foto: Warner Bros.)

Muitos filmes causam bastante burburinho antes mesmo de chegarem às telas de cinema. É o caso de Coringa (Warner) que, após sua exibição no Festival de Veneza, onde inclusive ganhou o maior prêmio do evento (Leão de Ouro), está causando controvérsias por suas cenas de extrema violência.



Diante disso, é lógico que o diretor do filme, Todd Phillips, e o ator Joaquin Phoenix, que interpreta o palhaço perturbado, não conseguiriam fugir de questionamentos a respeito do teor da produção. “O filme traz argumentos sobre amor, trauma e falta de compaixão”, afirmou Phillips em entrevista ao IGN, acrescentando ainda que o público é capaz de entender a mensagem do longa.

O diretor também pediu para que os espectadores não acreditem nas críticas do filme e esperem para assistir ao longa em 3 de outubro, data de estreia de Coringa.

Já Joaquin Phoenix, primeiramente abandonou uma entrevista com o jornal Telegraph quando foi questionado sobre o possível encorajamento à violência que as pessoas poderiam encontrar no filme. Depois, durante a coletiva de imprensa do longa, o ator afirmou que as pessoas são capazes de diferenciar o certo do errado e que isso não é responsabilidade do diretor do filme de ensinar às audiências os valores morais. “Para mim, isso é óbvio”, completou.

Nos EUA, um cinema já tirou o longa de sua programação. As informações do The Hollywood Reporter contam que o complexo em questão é o da cidade de Aurora, onde um jovem em 2012 atirou em diversas pessoas durante a exibição de Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, também da Warner Bros.

Inclusive, Sandy Phillips, mãe de uma das vítimas do ataque, lidera um movimento de boicote ao filme. Em uma carta endereçada à Warner Bros., ela pede que parte dos lucros da bilheteria sejam direcionados ao auxílio de vítimas de armas de fogo. "Estamos convocando vocês a serem parte de uma legião de líderes corporativos que entendam sua parte na responsabilidade social de nos proteger. Minha preocupação é que uma pessoa que esteja por aí - mesmo que seja apenas uma - que esteja no limite, querendo ser um atirador, seja encorajado por este filme. E isso me amedronta".

Em resposta, a distribuidora divulgou um comunicado em que diz que a violência por armas de fogo é um problema crítico e que prestam a mais profunda empatia pelas vítimas e familiares que foram impactados por essas tragédias. “Nossa companhia tem uma longa história em doações para vítimas de violência, incluindo da cidade de Aurora. Nas semanas recentes nossa empresa se juntou a outros líderes empresariais para convidar os políticos a aprovarem uma legislação para lidar com essa epidemia”.

Ainda, a empresa completa dizendo: “A Warner Bros. acredita que uma das funções em contar histórias é provocar debates sobre assuntos complexos. Não cometa erros: nem o personagem ficcional de Coringa, nem o filme é um aval para a violência. Não é a nossa intenção fazer deste personagem um herói”.

No Brasil, a Warner está investindo bastante na campanha de divulgação do filme, prometendo alcançar tanto o público que é fã do personagem, como os cinéfilos fãs de produções mais autorais.

Segundo um levantamento da SEMrush, empresa de marketing digital, o termo "Coringa" foi buscado pelos brasileiros 2,3 milhões de vezes entre agosto de 2018 e o mesmo mês deste ano, em ferramentas como Google e Bing.

Questionada pelo Portal Exibidor sobre as reações negativas quanto à Coringa, a distribuidora afirmou que posicionamento da empresa vale para todos os territórios. 

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