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03 Dezembro 2019 | Fernanda Mendes e Thais Lemos

Tecnologias imersivas são discutidas em palestra sobre o futuro do entretenimento

Profissionais do mercado falam sobre a importância do Brasil na produção de novos conteúdos

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(Foto: Portal Exibidor)

A chegada de novos meios de comunicação causa calafrios para muitos executivos das mídias tradicionais. “O futuro do entretenimento” foi o tema de uma mesa hoje (3) na CCXP Unlock. A mesa teve mediação do comunicador André Vasco e contou com Janaína Agustin, da área de inovação na O2, Ricardo Laganaro, da Arvore, e o cronista e roteirista Antonio Prata.

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“Eu aprendi aqui em uma hora de debate mais do que aprendi o ano passado inteiro”, brincou Prata, que se denominou como representante do “entretenimento do passado”. Mas, brincadeiras à parte, se engana quem acredita que a chegada de novos tipos de entretenimento podem acabar com as mídias já consagradas como TV, cinema ou teatro.

“Nunca um meio mata a mídia anterior, elas às vezes podem perder a relevância, mas se a mídia traz um tema de interesse grande, ela vai continuar atraindo as pessoas”, defendeu Laganaro. Inclusive, o cineasta sempre esteve por trás das câmeras para dirigir filmes e, nos últimos anos, se dedicou ao estudo de realidades imersivas.

Um de seus recentes momentos de destaque no mercado foi com o longa em VR (realidade virtual) chamado A Linha, que ganhou um Leão de Melhor Experiência Interativa no Festival de Veneza. Ele revela que o festival já conta com 76 anos e 2019 foi a primeira vez que o Brasil ganhou um Leão do Prêmio da Crítica Independente pelo documentário de Barbara Paz, Babenco – Alguém Tem Que Ouvir o Coração e Dizer: Parou.

Já na área de realidades imersivas, nova categoria no festival, o Brasil levou apenas três anos para ganhar. Tudo porque, para ele, essa tecnologia é bastante democrática e inclusiva. “É um meio que traz entrada para todo o mundo. Não podemos ficar com síndrome de vira-lata achando que a realidade virtual não é para nós enquanto o resto do mundo descobre esse negócio”.

Inclusive, a história de A Linha é bastante diferente do estereótipo que temos de conteúdos de realidade virtual, que é bastante voltado à ficção científica. Com um visual bastante vintage, o filme traz a história de um entregador de jornais. E a ideia é essa, ir muito além da tecnologia, e investir na qualidade da história. “A ideia é entender como contar história nesse novo formato, porque cinema e TV já têm o conteúdo impregnado, mas na imersão não sabemos o que funciona ou não”, disse Lagnaro.

A verdade é que a grande maioria do mercado ainda não está muito adaptada à chegada das novas tecnologias e redes sociais. “Me sinto um ET falando com os mais jovens. Não sabemos direito o que é conteúdo. Estamos vivendo a era da democratização da criação, quem manda são os algoritmos, os robôs, os consumidores”, conta Janaína.

Para a profissional, a Geração Z, que tem entre 18 e 24 anos, pensa diferente, pois já nasceram com acesso fácil à tecnologia. “Eles são o foco das principais empresas do mundo”. Janaína também afirma que o público mais novo se comunica por imagens, como memes, figurinhas e gifs. “Se você quer um engajamento com eles, você tem que conversar com eles. Até porque eles também são criadores”.

“Não basta só a tecnologia sem a história boa, porque o tempo passa e a tecnologia fica ultrapassada mas a história legal dura”, finaliza Prata.

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