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05 Dezembro 2019 | Renata Vomero

Efeitos visuais de duas grandes bilheterias do ano surpreendem CCXP

Responsáveis por “O Rei Leão” e “Homem-Aranha no Aranhaverso” estiveram na convenção

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(Foto: Disney/ Sony)

O primeiro dia de conteúdos da CCXP foi bastante movimentado no início da tarde, depois da abertura em homenagem a Cao Hamburger, foi a vez de subir ao palco Julien Bolbach, da MPC, seguido por Pav Grochola, da Image Works. Ambos responsáveis pelos efeitos visuais de dois grandes sucessos dos cinemas deste ano: O Rei Leão (Disney) e Homem-Aranha no Aranhaverso (Sony), respectivamente.



Bolbach comentou sobre os objetivos e as dificuldades que a equipe responsável pelo live-action da Disney enfrentou, já que ali era preciso trazer o maior realismo possível, se aproximando até do visual de documentários, mas sem perder a emoção por trás daquela história. O profissional, que já trabalhou em outros filmes live-action antes, comentou que o norte nesses casos é manter um equilíbrio entre honrar a história do filme, mas ao mesmo tempo buscar trazer algo novo aos espectadores.

Bom, para O Rei Leão a saída encontrada pela equipe da MPC foi viajar até a África para captar os ambientes ali, as luzes, as texturas, tudo. Os profissionais voltaram com mais de 2 mil imagens, que serviram de referência para Bolbach até o final. Já para os animais, os responsáveis instalaram várias câmeras em um local que tinha animais enclausurados – zoológico – para poderem observar os movimentos desses animais sob diversos ângulos.

“Primeiro passo foi coletar as referências da África e em cima disso ir criando cada personagem, depois foi criar a estrutura digital deles, para mostrar a característica deles e depois fomos adicionando cada detalhes que tornava cada um deles único e diferente. Foi difícil criar os personagens de maneira real e ao mesmo tempo que emocionassem o público”, explicou o profissional. O processo em cima dos personagens foi bem complexo, com a construção de cada camada de cada um deles, desde os ossos até a pelugem. Foram centenas de personagens criados e mais centenas versões de cada um deles, sob as mais diferentes circunstâncias e ângulos.

Caminho diferente foi o seguido pelos responsáveis por Aranhaverso, o objetivo ali era fugir do realismo total e beirar o exagero, sempre focando no design. O visual dos quadrinhos foi uma das maiores referências para a criação de todo aquele universo, que além de ser cheio de cores e fantasia, também é assertivo para demonstrar as emoções, tanto na expressividade dos personagens, quanto ao destacar as ações. “Usamos o mesmo recurso de pausar a ação em um quadro para que ela ficasse bastante evidente”, explicou Grochola. O olhar também foi um dos principais pontos para mostrar o sentimento de cada personagem, além de dar mais informações sobre cada um deles.

Os quadrinhos permearam todos os elementos do filme, também no momento de ambientação da história, que se passa em Nova York, ou seja, é um cenário muito conhecido no mundo todo. Por conta disso, a ideia foi sempre estilizar as imagens e destacar a beleza de suas linhas e cores.

Ambiente também foi um desafio para a equipe responsável pelo O Rei Leão, já que reproduzir a Savana não foi tarefa fácil, com todas suas luzes e texturas, também era preciso compreender como aquele ambiente reagia aos estímulos da natureza. As imagens da equipe foram essenciais, além disso, todo o trabalho de produção em cima era gigantesco. “Fazíamos várias versões do mesmo ambiente para conseguir chegar o mais próximo possível do que queríamos. A questão da luz também foi complicada quanto a isso, então, também fazíamos diversas versões de cada ambiente, trabalhando as luzes de maneiras diferentes”, explicou o responsável pelo live-action.

Seria impensável criar tudo isso sem a tecnologia disponível no mercado hoje, as técnicas de Machine Learning são essenciais para isso, mas nada disso exclui a necessidade de terem artistas trabalhando nas artes, já que o Machine Learning é feito com base em milhares de exemplos já programados no sistema. “Acabamos contratando mais artistas, pois máquinas não podem criar ainda. Os exemplos vêm dos humanos, porque nós é que temos a habilidade de criar. A substituição não vai acontecer tão cedo. É por isso que Aranhaverso se parece muito diferente de tudo, porque quebramos muitas regras do fotorrealismo para adicionar design”, salientou o profissional do filme. Ele ainda acrescentou “no filme o Miles Morales dá um salto de fé frente sua vocação para ser o Homem-Aranha, nós fizemos o mesmo”.

O Rei Leão fez público de mais de 16 milhões de pessoas no Brasil e Homem-Aranha no Aranhaverso fez de mais de 2 milhões.

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