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15 Janeiro 2020 | Renata Vomero

O que esperar do mercado mundial de cinema em 2020

Imprensa internacional faz suas apostas do que movimentará os cinemas durante o ano

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(Foto: ShutterStock)

Começa o ano e com ele surgem as análises e previsões para o mercado. Assim como o próprio Portal Exibidor analisou sobre os cinemas no Brasil, a imprensa internacional vem ressaltando alguns pontos que devem precisar de atenção em 2020, não só para as bilheterias, como para o mercado como um todo.

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A Variety analisou o line-up do ano para tentar fazer as previsões do que deve ou não funcionar nas bilheterias. Entre as apostas mais certeiras do veículo estão 007-Sem Tempo Para Morrer (Universal), que deve ser o último da franquia com Daniel Craig no papel principal; Viúva Negra (Disney), um dos representantes da Marvel do ano e que é aguardado e pedido há anos pelos fãs; e Velozes & Furiosos 9 (Universal), uma das franquias de ação mais rentosas do momento. O veículo menciona Mulher-Maravilha 1984 (Warner) como o possível candidato a ter a maior bilheteria de 2020.

Outros filmes que ganham destaque da crítica do portal são Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica (Disney), Top Gun: Maverick (Paramount), Em Um Bairro de Nova York (Warner), Tenet (Warner), Venom 2 (Sony), Duna (Warner) e Amor, Sublime Amor (Disney). Aves de Rapina (Warner), que chega aos cinemas em 6 de fevereiro, não foi mencionado na análise da Variety, no entanto, foi um dos filmes mais citados pelos exibidores brasileiros como apostas para 2020.

No entanto, na América do Norte, uma análise prevê queda de bilheteria, algo que aconteceu em 2019, mas que deve ter sequência em 2020. O estudo conclui que a falta de um grande blockbuster, como foi Vingadores: Ultimato (Disney), terá um forte impacto na arrecadação da região. Além disso, essa possível queda deve influenciar também no valor das ações das redes exibidoras norte-americanas, algo que, com certeza deverá receber forte atenção entre os investidores e players do mercado.

Mas 2020 vai além da programação, algumas questões estão sendo debatidas e devem ter mais ênfase neste ano, impactando, claro, o consumidor final. Um desses pontos é o da diversidade nos cinemas, com alguns dos filmes mais esperados do ano sendo protagonizados e dirigidos por mulheres. Segundo avaliações, essa questão ainda parece caminhar a passos lentos. Em estudo divulgado pelo programa de inclusão da Universidade do Sul da Califórnia, a questão de gênero é a que mais está melhorado em termos de representatividade. Em 2019, 19 mulheres estão entre as diretoras dos 125 grandes lançamentos dos estúdios, sendo que no ano anterior foram 4 mulheres. Em termos étnicos, 34% dos longas contaram com um protagonista ou coprotagonista negro, diferente dos 27% do ano anterior. No entanto, na direção o jogo muda, já que o estudo apontou que houve queda de 8% de diretores negros em 2019.

Essa é uma questão que voltou a saltar os olhos do público e da crítica nessa temporada de premiações, pois, novamente, nenhuma diretora mulher foi indicada para o Globo de Ouro, Bafta e para o Oscar. Inclusive, o Bafta foi alvo de críticas quanto a falta de pessoas não-brancas entre os nomeados, com a hashtag Baftasowhite entrando nos trending topics. Essa, inclusive, deve ser uma das questões que devem provocar mudanças no prêmio, durante 2020, para 2021, conforme prevê a análise do ScreenDaily para o Reino Unido.

2020 também deve ser marcado pela guerra entre os streamings, tendo a Disney lançado seu Disney+ no fim de 2019, e outros grandes estúdios terem seus lançamentos marcados para o ano. Essa ainda é uma incógnita pois não se sabe como que o mercado vai reagir a todo esse crescimento e muito menos o público. Além disso, tem toda a questão das janelas, que devem ser revistas e como o cinema será impactado por isso.

Com o fortalecimento dos streamings e a grande discussão de como eles podem tirar ou não as pessoas de dentro das salas de cinema, surge, então, uma reflexão acerca de sua popularidade: onde se encaixam os filmes de orçamento médio ou que não pertençam a uma franquia? A análise do IndieWire trouxe um apontamento bastante interessante sobre isso. Com a bilheteria astronômica de Vingadores: Ultimato, de US$ 2,8 bilhões, viu-se que é possível boas cifras nos cinemas, então, os estúdios e os cinemas podem preferir escolher produções com maior potencial para atrair esses números, do que se arriscar em filmes menores. Foi o que aconteceu com O Irlandês, de Martin Scorsese, que foi encarecido pelo uso do CGI, portanto, foi rejeitado pelas majors de Hollywood. Quem topou o risco? Netflix, o mesmo aconteceu com História de Um Casamento e Dois Papas e isso deve continuar se repetindo em 2020. Desta forma, os cinemas vão sendo tomados por franquias e passam a contar cada vez menos com histórias originais. A exceção ficou por conta de Entre Facas e Segredos (Paris), mistério original de Rian Johnson, que fez bilheteria de US$ 265,5 milhões no mundo, mas que já conta com planos de se tornar uma franquia do detetive principal interpretado por Daniel Craig.

Claro que são apenas especulações, então, é o momento de os radares estarem ligados para o que vem pela frente. Ainda assim, boa parte do mercado se mostra bastante otimista para 2020, que contará com uma variedade de títulos enorme e deve guardar interessantes surpresas e boas discussões durante o ano.

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