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26 Março 2020 | Fernanda Mendes

Exibidor vende pipoca para conseguir pagar os funcionários

Nos Estados Unidos, o empresário Mark O’Meara deu um jeito de sobreviver durante a quarentena

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(Foto: Divulgação/Mark O'Meara)

O fechamento dos cinemas no mundo todo, com certeza está tirando o sono de muitos exibidores. Como vou pagar o aluguel, os funcionários e ainda sobreviver?



Nos EUA, o exibidor Mark O’Meara também está passando por tudo isso. “Toda minha vida eu encarei todos os tipos de tragédia, mas eu nunca tive problemas para dormir. E agora estou tendo. Estou acordando no meio da noite. Com 67 anos você precisa dormir, mas eu não estou conseguindo”, disse em entrevista à Variety.

O’Meara está muito preocupado com o pagamento de seus funcionários, a maioria com menos de 30 anos. Nos Estados Unidos, cerca de 150 mil funcionários de cinemas estão ou desempregados, ou com licença forçada.

“Tenho muitos jovens trabalhando aqui que ganham a vida com pouco dinheiro e não posso pagar tão bem”. Por isso, ele teve uma ideia: vender pipoca por US$ 3 na área onde era o estacionamento do seu cinema, em Fairfax, no estado de Virgínia.

Ele se inspirou no Mc Donald’s perto da sua casa que está fazendo pedidos apenas por drive-in. “Temos um estacionamento da largura de uma calçada e ninguém mais está aberto, então há muito espaço. Eu farei o possível para pagar meus funcionários”, contou.

Na primeira tarde que foi à rua vender as pipocas, ele fez US$ 25 em 45 minutos. Ele agora calcula ganhar a média de US$ 300 a US$ 400 por dia.

O empresário também está vendendo cartões-presente online valendo ingressos para seu cinema quanto retornar. O Facebook tem sido sua principal fonte de publicidade para divulgar as ações.

O’Meara sabe que o que ganhará com as vendas de pipoca não será o suficiente para pagar o salário inteiro dos funcionários, mas já ajuda. “Minha funcionária pegou o dinheiro que dei, e estava a observando nesse momento. Ela começou a calcular e disse: ‘Sim, conseguirei pagar o aluguel’. É isso que importa para mim”.

Todo o mercado de cinema norte-americano está sentindo a pressão da quarentena, como já reportado anteriormente pelo Portal Exibidor. Desde as cadeias grandes às pequenas. No entanto, O’Meara acha que os pequenos exibidores poderão se sair melhor dessa situação. “Todos nós que somos pequenos estamos cada vez mais fazendo parte da nossa comunidade, e estamos mais dispostos a nos unir. As redes grandes de cinema têm muito mais clientes, mas nós conhecemos melhor nossos espectadores”.

Aliás, sobre a volta da abertura dos cinemas após a quarentena, o empresário acredita que as distribuidoras precisarão dos exibidores, ao contrário do que muitas notícias veiculam de que os lançamentos entrarão direto nas plataformas de streaming. “Eu acho que eles descobrirão bem rápido que não ganharão tanto dinheiro. Eles precisam da janela do cinema para construir o boca a boca. Eu sempre pensei que os cinemas são a melhor ferramenta de publicidade”, finaliza.

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