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23 Abril 2020 | Fernanda Mendes

Webinário repensa o formato de distribuição e lançamento

Especialistas do setor falaram sobre a crise que o mercado passa e o que poderá ser feito no retorno das salas de cinema

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(Foto: Reprodução)

Ontem (22) aconteceu o quarto webinário promovido pela Revista Exibidor. Com o tema “Desafio pós retorno para exibição e distribuição independente”, o debate recebeu nomes importantes no assunto: Adhemar Oliveira, que dedica-se à exibição de filmes há mais 30 anos, Felipe Lopes, diretor geral da Vitrine Filmes, Igor Kupstas, diretor da O2 Play, e Paula Gomes, responsável por aquisição e projetos na Olhar Distribuição.

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Para o lançamento de filmes independentes e de nicho, o importante, segundo Adhemar, é encontrar o seu público, isso é sinônimo de uma carreira bem sucedida do título. Muito mais do que números. É o que Felipe, da Vitrine, exemplificou como “expectativa x realidade” que propõe o sucesso do filme por meio dos recursos e espaços possíveis. “Não estamos muito fechados no número das salas de cinema, mas sim em um estudo de cada filme”, justificou.

Mas com a paralisação das salas, a grande pergunta é o que fazer com os títulos que estavam programados para atingir o cinema. Na visão de Kupstas, a sala de cinema ainda é um lugar sagrado e sempre será, mas há filmes que podem neste momento primeiramente chegar nas plataformas digitais. Inclusive, Felipe salientou o medo do acúmulo de títulos no retorno das salas, e a falta de espaço para filmes independentes. Por isso, apenas neste momento, priorizam o VOD, mesmo sabendo que o cinema ainda é a janela que dá mais retorno econômico.

E pensando nessas novas estratégias para lançamento de filmes que Igor deu a sugestão de executar a estreia de um filme digital com a similaridade de um filme para cinema, fazendo sessão (virtual) para jornalistas, entrevistas com o elenco, conteúdo para imprensa e todo o marketing de divulgação. Tudo isso para o filme ficar em evidência dentro das plataformas, que muitas vezes escolhem poucos títulos para destaque na tela de início.

E passando essa crise, quando o mercado de cinema voltar ao normal, Adhemar pretende retomar os filmes que estavam em cartaz nos seus cinemas, mas acredita que para o público voltar a frequentar as salas de cinema, “seria interessante o FSA comprar 10 milhões de ingressos e distribuir para o público, valendo só para filmes nacionais, por exemplo. Isso vai reativar o mercado e ainda vai proporcionar a renda para exibidor, produtor e distribuidor”.

Para o retorno também, é interessante pensar em outros modelos de distribuição e exibição de filmes. “Essa crise dos formatos já existia antes da pandemia, ela só ficou mais latente agora”, reforçou Igor.

Felipe deu o exemplo do que fizeram na última Sessão Vitrine, projeto da distribuidora com sessões de longas nacionais. Na época o público questionou o porquê alguns filmes estavam programados só em algumas cidades. Por isso, em alguns títulos específicos e muito nichados, a Vitrine lançou simultaneamente em streaming e nos cinemas, conseguindo, desta forma, que mais pessoas assistissem juntas, no momento da campanha, e de todo o buzz em torno do título. “Não é mudar o mercado e tudo virar lançamento simultâneo, mas em alguns produtos nós podemos fazer isso. Porque tem a questão do “timing”, o espectador não vai querer comentar nas redes sociais sobre um filme que todo mundo já assistiu, ainda mais um filme de nicho em que o público é assíduo e quer ver na estreia”, finalizou.

O próximo webinário acontece na quarta-feira, dia 29, às 19h. O debate receberá o Secretário da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, Sérgio Sá Leitão, para debater o papel do poder público no enfrentamento desta crise. As inscrições já estão abertas neste link.

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