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21 Maio 2020 | Fernanda Mendes

Laís Bodanzky faz apelo para que produtores não filmem em meio à quarentena

Debate virtual promovido pela Revista Exibidor trouxe diretoria da empresa pública de São Paulo

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(Foto: Reprodução)

Ontem (20) aconteceu o sétimo webinar promovido pela Revista Exibidor. Como convidados estavam os membros da diretoria da Spcine, empresa de cinema e audiovisual da cidade de São Paulo: Laís Bodanzky, presidente da entidade, Luiz Toledo, diretor de parcerias estratégicas, e Malu Andrade, diretora de desenvolvimento de políticas audiovisuais.

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Neste momento de paralisação do setor, por conta da quarentena e da falta de investimentos públicos, a Spcine se coloca como um espaço de concentração de informações e conexão de parcerias. “Ouvimos muito e temos um canal aberto o tempo inteiro. Temos essa dinâmica de dar um colo ao setor”, explicou Bodanzky.

Entre as ações que estão fazendo durante a quarentena, Malu comemorou a audiência nas masterclasses virtuais voltadas a profissionais negros e mulheres. As duas aulas que já foram oferecidas receberam mais de 300 espectadores cada. Além disso, em parceria com o Instituto Criar e o Projeto Paradiso, oferecerão para 200 profissionais periféricos bolsas de R$ 3 mil para terem mentorias e desenvolverem curtas sobre o impacto do Covid-19 em seus cotidianos. “É uma maneira de manter o criativo daquele profissional e transferir renda”, explicou Malu ainda reforçando que o ganhador do concurso receberá um prêmio de R$ 10 mil.

Do lado da São Paulo Film Commission, área que é gerida por Luiz Toledo, a crise fez com que refletissem sobre processos e ações para analisar o que será o “novo normal” após a Covid-19 em relação aos protocolos de filmagem. “Fazemos parte de redes internacionais de film commissions e participamos de discussões neste sentido. A Spcine acredita que precisa haver um debate muito aberto e inclusivo”.

Sobre as filmagens, Bodanzky disse que há uma ansiedade por parte dos produtores em filmar, principalmente nas produções voltadas à publicidade. Por isso, a presidente da entidade fez um apelo para que o setor não filme neste momento e espere as orientações da Spcine.

“O governo não deixou claro se está liberada a filmagem. Não está proibido e nem liberado. A filmagem não é um trabalho essencial no momento da pandemia, por isso é responsabilidade do setor enquanto cidadão, ficar em casa. A equipe não será multada se filmar, mas na hora que o prefeito e governador falam que é para ficar em casa e só o serviço essencial que precisa funcionar, eu pergunto: filmar é essencial? Quem vai pagar a conta do ator que pegar Covid-19? O Sindicine [Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual de São Paulo] não validou esses protocolos”, reforçou Bodanzky que ainda esclareceu que as filmagens serão autorizadas a partir do momento em que a curva de contágios do novo Coronavírus permanecer decrescente.

Quando questionados sobre o apoio do Governo Federal nas ações da Spcine, a presidente da entidade fez questão de salientar que há muita dificuldade. A carta enviada à Secretaria Especial da Cultura há dois meses ainda não foi respondida e as tentativas de marcar uma reunião com a Ancine sempre falham também. “Entendemos que a Agência está sobrecarregada, mas nos colocamos à disposição para dar vazão e fazer andar os projetos na cidade de São Paulo”.

Neste momento de tantas incertezas e instabilidade, Luiz reforça que diante da crise, a união de esforços entre entidades e empresas se faz muito necessária. “Às vezes não é o dinheiro que vai ajudar, mas essas pontes. Fazemos um chamado para o setor a continuar essas provocações, e apoiar do ponto de vista institucional não só financeiro. Precisamos que as ações do terceiro setor sejam de fato unificadas em um esforço único para mitigar o impacto dessa crise economia. São 80 mil empregos diretos e indiretos em São Paulo e esse exército de pessoas precisa de ajuda”.

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