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21 Outubro 2020 | Fernanda Mendes

"Os cinemas reabrirão e as pessoas voltarão às salas", diz Ted Sarandos, CEO da Netflix

Gigante do streaming apresentou seus resultados do terceiro trimestre e explicou as próximas estratégias da empresa

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(Foto: Divulgação/Netflix)

A Netflix anunciou seus resultados do terceiro trimestre do ano e os números foram levemente aquém do esperado pelos investidores de Wall Street. Entre julho e setembro a plataforma deu às boas-vindas à 2,2 milhões de novos assinantes, o número pode parecer alto, mas as expectativas eram ainda maiores por conta de um forte primeiro semestre da Netflix e o contexto global de isolamento social.



A expectativa era a adição de 2,5 milhões novos clientes já que no segundo trimestre foram 10,1 milhões de novos assinantes e 15,8 milhões no primeiro trimestre.

A receita do terceiro trimestre registrou US$ 6,4 bilhões (um aumento de 22,7%) e lucro de US$ 1,74 por ação (contra US$ 1,47 no mesmo período do ano anterior). Ainda assim, os analistas de Wall Street esperavam, em média, lucro por ação de US$ 2,13.

Bom, se está abaixo do esperado, fato é que a Netflix alcançou a marca de 195 milhões de clientes em sua plataforma. Um aumento de 23,3% ano a ano. Reed Hastings, CEO da gigante de streaming, acredita que com esse alcance global, o mercado tende a sentir mais os números, principalmente em relação à base de assinantes. “Mas lembrem-se, são apenas variações no crescimento”.

“Nos últimos cinco anos percebemos que não existe mais truques...é fundamentalmente sobre a satisfação dos membros. Se te agradarmos em uma quarta-feira à noite, é muito provável que você volte em uma quinta à noite. Você pode melhorar um determinado título se quiser, mas vai pagar por isso porque nem todo mundo tem o melhor título para eles”, disse Hastings.

O objetivo da companhia é lançar ainda mais produções originais em 2021 do que neste ano, mesmo com as suspensões das gravações devido ao Covid-19. “[Estamos] confiantes de que teremos uma gama empolgante de programação em relação a outras opções de serviços de entretenimento”, disse a empresa na reunião com os acionistas. As informações são da Variety.

Ted Sarandos, CEO da Netflix, explicou que, apesar da nova leva de produções, o objetivo da empresa não é entrar em uma corrida para ver qual serviço terá mais títulos. “Nos primeiros dias da Netflix essa era a nossa guerra de marketing, era a quantidade de títulos que oferecíamos. Mas acontece que isso não significa nada se as pessoas não assistirem a esses títulos. Não é realmente uma corrida por quantos títulos, mas é se esses títulos você não pode viver sem”.

Estratégias

Além do investimento forte em produções originais, em breve a Netflix oferecerá uma avaliação gratuita de seu serviço completo em um país por um fim de semana, começando na Índia e indo para outros territórios.

O diretor de produtos, Greg Peters, disse que a ‘degustação’ “pode ser uma ótima maneira de expor a Netflix para muitas pessoas”. Ele explicou que é uma ideia com a qual estão entusiasmados e experimentarão como funciona.

Mas voltando aos conteúdos originais da Netflix, o Deadline destacou uma fala de Sarandos, durante a reunião com os acionistas, sobre não considerar o licenciamento de seus produtos para outras plataformas. Quando questionado sobre a série Narcos que está disponível na plataforma Pluto TV, o CEO lembrou que Narcos pertence à Gaumont que foi a responsável por fechar o negócio.

“Eu penso que é importante para nós mantermos nosso conteúdo na Netflix, porque as pessoas entenderão o nosso valor”, ressaltou.

Sobre o fechamento dos cinemas ao redor do mundo, o executivo explicou que a paralisação ofereceu oportunidades para a plataforma comprar diversos títulos dos estúdios, mas que esta é uma situação breve, não durará para sempre. Por isso mesmo, Sarandos não acredita que o PVOD ou outras formas de distribuição substituirão totalmente o modelo tradicional. “Eu não olharia isso como uma mudança radical. O desejo dos consumidores de ver filmes em casa tem crescido e nós estamos sendo capazes de suprir isso. Em certo ponto, os cinemas reabrirão e as pessoas voltarão às salas. Eu espero. Eu sou fã de ir ao cinema”.

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