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25 Novembro 2020 | Renata Vomero

Hollywood sai de cena e quem brilha é o mercado asiático

Produção chinesa "The Eight Hundred" é a maior bilheteria do ano até o momento

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Cena de "The Eight Hundred" (Foto: Divulgação)

Agora, no fim do ano, quando olhamos para o início de 2020, vemos ali quase uma premonição do que o ano traria para o cinema, além dos desafios da pandemia, claro. Vimos o mundo olhar para o cinema asiático, graças a um filme que levou o prêmio mais importante da maior premiação do mercado. Parasita mexeu com todo mundo e mostrou o quanto o cinema local da região era potente.



Corta para a pandemia, cinemas fechados, lançamentos adiados. Vemos a Europa e os Estados Unidos passarem por grande instabilidade, num abre e fecha dos cinemas, acompanhando os casos de contaminação do Coronavírus. Já os países da Ásia, com destaque para China, Japão e Coreia do Sul caminham no sentido oposto, sendo referência no combate à pandemia, os cinemas da região estão abertos e vão muito bem, obrigada.

Sem tantos lançamentos das majors, a programação está sendo preenchida com as produções locais ou com um ou outro lançamento global. Mas o destaque aqui vai, por exemplo, para o fenômeno que está acontecendo no Japão, que é o filme Demon Slayer The Movie: Mugen Train, que já tem bilheteria de US$ 224 milhões, sendo que está em cartaz apenas no Japão e Hong Kong. Há cinco semanas nos cinemas, o filme já é a terceira maior bilheteria da história do país. Em sua primeira semana, o anime faturou US$ 44 milhões e levou os cinemas a uma ocupação de 84%. Algumas redes, inclusive, tiveram que criar horários alternativos para dar conta da demanda de público. Aliás, a produção já é a maior bilheteria Imax da região, com mais de US$ 14 milhões.

Falando em Imax, o CEO da empresa, Richard Gelfond escreveu para a CNBC falando sobre suas perspectivas sobre o mercado. Em tom otimista, o executivo lançou luz justamente ao mercado asiático para nos orientarmos.

“No início deste mês, a China ultrapassou a América do Norte pela primeira vez em bilheteria geral – uma coroa que o país provavelmente não abrirá mão antes do fim do ano. As prósperas redes de multiplexes da China geraram cerca de US$ 2 bilhões em bilheteria global até o momento”, ressaltou o CEO.

Ele comentou os números da Imax no país e garante que, por lá, o formato já vem rendendo o mesmo de 2019 e isso não se limita apenas para a companhia, conforme o Portal Exibidor noticiou em agosto, a China foi o primeiro país a recuperar os valores esperados para 2020, com base no ano anterior. Inclusive, vem da China o título mais rentável do ano até o momento, incluindo o período pré-pandemia, The Eight Hundred, primeiro filme chinês filmado com câmeras Imax, que já faturou US$ 461 milhões, sendo apenas US$ 1 milhão desta bilheteria advindo de outros territórios.

Não é à toa que de uns anos para cá e agora mais do que nunca, as majors vêm priorizando os lançamentos de forma simultânea com a China, apesar dos entraves do governo (cada vez mais aberto ao que vem de fora). Nesta semana, a Variety deu a notícia de que Soul, da Disney, e Monster Hunter, da Sony, devem estrear nos cinemas chineses em dezembro.

A aguardada animação da Pixar já foi confirmada a ir direto para o Disney+ em outros mercados, como no próprio Estados Unidos. Como o público chinês não tem perspectivas de ter acesso a esse serviço de streaming tão cedo, a Disney não deixou de fora o país deste lançamento, já que o estúdio costuma ter boa performance na região. Sua estreia por lá será em 25 de dezembro.

Visto esses lançamentos e analisando o mercado asiático no momento, Richard e outros analistas garantem que é sinal de que as pessoas não deixarão de ir ao cinema. Como diz o executivo no artigo: “elas já estão indo”. Claro que haverá mais espaço para negociações de janelas, streamings e VOD, mas a janela de cinema está mais viva do que nunca!

E o Brasil, hein?

Também um dos principais mercados do mundo, o Brasil vem retomando pouco a pouco aos cinemas. Com algumas boas estreias no circuito, a bilheteria vem se aquecendo, apresentando, inclusive, um crescimento de quase 30% no último fim de semana entre os dez filmes de maior público.

Em meio às incertezas, como, por exemplo, o recém anunciado fechamento do Petra Belas Artes em dezembro por falta de público, alguns cinemas parecem estar se fortalecendo também.

O Portal FilmeB divulgou, ontem (24/11), uma análise das salas de cinema com maior público neste fim de semana, o que revelou um bom desempenho da rede Cinematográfica Araújo, sendo a mais bem colocada a sala Araújo Multiplex Caxias 1, de Duque de Caxias, que vendeu 898 ingressos de quinta a domingo. Valor próximo fez a sala Araújo Multiplex Via Norte 4, em Manaus, com 885 ingressos. Elas foram seguidas pelas Araújo Multiplex Caxias 3, e Araújo Multiplex Pantanal 6, de Cuiabá.

Em termos de renda a sala Cinépolis Itaquera 4 contou com o maior faturamento no período, de R$16,4 mil. Seguida pela EC Itaú Salvador (R$14,3 mil) e Araújo Multiplex Caxias 1  (R$ 13,6 mil). O complexo com o maior rendimento do último fim de semana foi o UCI New York, com R$ 59,4 mil, já em venda de ingresso foi Kinoplex Vale Sul, de São José dos Campos, com 3,7 mil vendas de tickets.

As próximas semanas devem performar ainda melhor, com a soma de lançamentos como Trolls 2 (Universal), Freaky: No Corpo de Um Assassino (Universal), Babenco – Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou (Imovision), M8 – Quando a Morte Socorre A Vida (Paris), Pacarrete (Vitrine) e o tão aguardado Mulher-Maravilha 1984 (Warner).

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