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03 Dezembro 2020 | Renata Vomero

Warner anuncia lançamento simultâneo com streaming em todas as estreias de 2021

Formato tradicional de lançamento pode ser retomado em 2022

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(Foto: Warner)

ATUALIZAÇÃO: Na tarde de hoje (3), a Warner anunciou que todos os lançamentos programados para 2021 terão estreia simultânea com o HBO Max nos Estados Unidos, seguindo o mesmo modelo de Mulher-Maravilha 1984 em dezembro.



São 17 títulos na lista, incluindo Duna, Matrix 4, O Esquadrão Suicida, Tom & Jerry: O Filme, Godzilla vs. Kong, Invocação do Mal 3 – A Ordem do Demônio, entre tantos outros. Segundo a companhia esta deverá ser uma medida apenas para 2021, já que está claro que os cinemas ainda deverão sofrer algumas restrições de público durante o ano devido à pandemia.

“Ninguém quer os filmes de volta aos cinemas mais do que nós. Sabemos que novo conteúdo é vital para os exibidores, mas temos de equilibrar isso com a realidade de que a maioria dos cinemas nos Estados Unidos provavelmente vão operar com capacidade reduzida em 2021”, afirmou a diretora-executiva da WarnerMedia, Ann Sarnoff em comunicado.

Os lançamentos ficarão disponibilizados por 31 dias no streaming e depois seguirão as etapas da distribuição tradicional, seguindo os tempos das janelas.

 

Texto realizado dia 03.12 às 13h

Não é segredo para ninguém o quanto o ano está sendo desafiador para a indústria de cinema. Os exibidores perderam suas receitas por conta dos fechamentos e os estúdios e distribuidoras precisaram e continuam precisando tomar decisões difíceis para cada um de seus lançamentos, arriscando se indispor com os exibidores e também podendo perder boas cifras se deixarem aguardados títulos apenas para o streaming.

Foi seguindo nesse caminho que vimos medidas serem tomadas de maneira que surpreendeu o mercado como um todo, como a estreia de Mulan no Disney+, um esperado filme para chegar nos cinemas do mundo todo. Recentemente, no entanto, a Warner anunciou que Mulher-Maravilha 1984 deve ter um lançamento híbrido, chegando nos cinemas do mundo que estiverem abertos e não contam ainda com o HBO Max, e diretamente no streaming nos territórios com o serviço e sem cinemas abertos ou parcialmente abertos, simultâneo nos dois formatos. É o que vai acontecer nos próprios Estados Unidos, em que o filme será lançado diretamente na plataforma no dia 25 de dezembro, junto aos cinemas que estão abertos, no momento apenas 40% do circuito do país. É um risco e se der certo pode abrir um precedente histórico na indústria, talvez deixando para trás ou abrindo um novo capítulo numa discussão que se arrasta há um bom tempo sobre a tal da janela de exibição.

Aqui vale destacar que Mulher-Maravilha, quando lançado em 2017, faturou US$821 milhões globais, sendo que destes, US$412 milhões vieram da bilheteria doméstica. Com isso, as análises em torno da sequência apontam para o potencial do filme de alcançar a casa do bilhão em arrecadação, se seguisse o planejado lançamento global de antes da pandemia. E aí os olhares se dividem para os cinemas da Ásia, os abertos da Europa e também para a América Latina, que costuma ser um bom público para o gênero, em especial o Brasil, que inclusive teve o lançamento antecipado de 25 de dezembro para o dia 17, assim como a maior parte dos países em que o lançamento será realizado apenas nos cinemas.

Desta forma, se torna bastante sedutor para a Warner usar o filme para garantir um fortalecimento do HBO Max, em um ano e momento em que o que mais se fala é na guerra dos streamings, com cada estúdio lançando o seu próprio. Analisando por este ângulo, a estratégia para entrar forte na disputa digital com Mulher-Maravilha 1984, parece ser bem acertada. A Warner então conta com a tarefa hercúlea de fazer o filme funcionar nos territórios em que haverá o lançamento no cinema (trabalhando uma campanha que convença as pessoas a saírem de casa para ver o filme) e também onde haverá o lançamento direto no streaming ou VOD (hoje mesmo saiu a notícia de que o longa terá uma janela de um mês no Reino Unido, chegando sob demanda em janeiro).

A Gal Gadot, inclusive, entrou na campanha de divulgação para impulsionar a confiança do público para ir ao cinema. “Ei, pessoal, estou tão empolgada pela estreia do filme e enfim poder compartilhar essa bela mensagem em um período tão maluco ao redor do mundo. É algo que significa muito para mim. Todos estavam ansiosos para que vocês assistissem a Mulher-Maravilha 1984. Sei que muitos cinemas estão fazendo um grande trabalho para te manter seguro dentro da sessão, e assim, não perder a experiência cinematográfica completa. Então, se existir um cinema seguro próximo da sua casa, os ingressos já estão à venda”, disse a protagonista do filme em sua conta pessoal no Instagram.

Mulher-Maravilha 1984 não deve ser o único a seguir este modelo. A imprensa internacional noticiou que a Warner está analisando fazer lançamento similar com Tom & Jerry: O Filme (04 /03/2021), Judas e o Messias Negro, The Little Things e até mesmo Mortal Kombat, que ainda deve ter a data adiada nos cinemas, ainda estando programado para estrear em 14 de janeiro.

Até mesmo a Disney está ficando de olho nessa estratégia, podendo lançar desta mesma maneira Cruella, Pinóquio e Peter Pan e Wendy. Ainda sem muitas informações sobre isso reveladas.

Também é válido citar, o que já noticiamos aqui no Portal Exibidor, a parceria da Universal com a AMC, Cinemark e a Cineplex, do Canadá. O acordo entre eles prevê o lançamento do filme nos serviços de PVOD em cerca de 17 dias depois do lançamento nos cinemas, a depender da arrecadação de bilheteria. Ou seja, é possível que este seja um caminho sem volta e que a gente veja mais e mais acordos como estes sendo firmados entre os estúdios e as redes exibidoras.

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