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03 Março 2021 | Renata Vomero

Cinemark não exibirá "Raya e o Último Dragão" nos EUA

Animação também não está na programação da rede no Brasil

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(Foto: Disney)

A Cinemark não exibirá Raya e o Último Dragão em seu circuito dos Estados Unidos neste fim de semana. A animação da Disney estreará nesta sexta-feira na região simultaneamente com o Disney+, no acesso premium do streaming. A notícia foi dada com exclusividade pelo Deadline.

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Segundo informado pelo portal, a Cinemark ficou descontente com os termos de negociação para a exibição do filme nos cinemas, tendo em vista justamente o lançamento simultâneo com o streaming. Além disso, outros cinemas da América do Norte estariam cogitando não exibir a animação também. No Brasil, a animação também não está na programação da rede para a estreia nesta quinta-feira. Procurada pela reportagem, a empresa preferiu não se pronunciar.

A pergunta que não quer calar é: por que os cinemas liberaram os filmes da Warner, lançados simultaneamente com a HBO Max, e não estão liberando este? Ao que tudo indica, a Warner aceitou flexibilizar os termos de exibição destes filmes, entrando em uma boa negociação com os exibidores, que estão fazendo bom faturamento com os títulos, inclusive.

Se a rede não aceitar os termos colocados pela distribuidora, ela pode escolher não levar o filme ao público. No entanto, os executivos da Cinemark acreditam que podem chegar a um acordo que seja vantajoso para os dois lados, conforme noticiou o Deadline.

“Enquanto conversamos com a Disney, ainda não alcançamos os termos de licenciamento aceitáveis ​​para Raya e o Último Dragão. À medida que continuamos a trabalhar com nossos parceiros, seguimos otimistas de que chegaremos a termos mutuamente benéficos que proporcionarão aos espectadores a oportunidade de ver a emocionante programação de filmes em nossos cinemas”, confirmou um porta-voz da Cinemark ao veículo.

O mercado estima que a animação tem potencial de arrecadar em torno de US$7 milhões na sua estreia nos Estados Unidos. No entanto, Tom & Jerry: O Filme (Warner) que tinha estimativa próxima, fez abertura neste fim de semana de mais de US$13 milhões.

A notícia da decisão da Cinemark chega logo em seguida de Bob Chapek, CEO da Disney, dar declaração em uma conferência do mercado sobre o quanto este tipo de modelo de lançamento, de encurtamento de janelas (parcial ou total), pode ser um formato que seja mantido mesmo depois da pandemia.

“Acho que os consumidores estão mais impacientes do que nunca. Particularmente porque agora que eles tiveram o luxo de um ano inteiro recebendo títulos em casa praticamente quando queriam. Então, eu não tenho certeza se há volta [no formato tradicional de lançamento], mas certamente não queremos fazer nada que acabe com a exibição cinematográfica”, comentou o executivo na ocasião.

Inclusive, o Portal Exibidor levantou justamente o quanto será necessário para os dois lados que sejam feitos acordos benéficos e analisados filme a filme. Já que os cinemas dependem destes títulos fortes, agora mais do que nunca, e os estúdios entendem – e muito bem – a importância da janela de cinema para seus filmes.

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