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06 Dezembro 2021 | Leandro Matos

O badalado "Casa Gucci" chegou aos cinemas em 25 de novembro

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(Foto: Exibidor)

Nos últimos anos, poucos filmes fora do universo dos super-heróis tiveram uma expectativa tão grande sobre sua chegada ao cinema. Casa Gucci, dirigido por Ridley Scott e contando com um elenco estelar, conquistou a curiosidade do público desde que as primeiras fotos de divulgação saíram na imprensa, e a ansiedade por sua estreia não arrefeceu desde então.

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O calibre da equipe envolvida era o grande chamariz; direção de Ridley Scott, um diretor que geralmente conquista o interesse do público por seus filmes; um elenco que conta com Adam Driver, Al Pacino, Jeremy Irons, Salma Hayek e Jared Leto; e uma protagonista que é uma das maiores estrelas de Hollywood atualmente, Lady Gaga.

As imagens de Lady Gaga caracterizada, e o trailer mostrando toda sua verve ao interpretar sua personagem incendiaram ainda mais a vontade dos espectadores em assistir ao projeto. Além disso, o projeto ainda mistura temas como o universo da moda, a vida dos ricos e famosos, e um plano de assassinato que escandalizou o mundo eram elementos que com certeza ajudariam a criar um burburinho sobre a obra. Não deu outra.

A história é cheia de personagens excêntricos e reviravoltas. Maurizio Gucci (Adam Driver) é um dos herdeiros da Gucci, uma das marcas de roupa mais famosas do mundo, reconhecidas pelo luxo de suas peças. Um dia ele conhece Patrizia Reggiani (Lady Gaga), se apaixonam e casam, para o descontentamento do pai de Maurizio, Rodolfo (Jeremy Irons), que o deserda. Mas Patrízia não quer ficar fora da família Gucci, e mexe os pauzinhos para que Aldo (Al Pacino), tio de Maurízio e CEO da Gucci, o traga de volta. Aldo, que tem um filho não muito talentoso e com ideias de grandeza, Paolo (Jared Leto), adora o sobrinho e faz com que ele volte aos braços da família. A vida dos do casal, a partir daí, entra numa espiral de conspirações e armações, até que Patrízia manda matar Maurizio.

O projeto é ambicioso, algo que já é de se esperar de um diretor como Ridley Scott que, entre outros, dirigiu Perdido em Marte (Fox), Prometheus (Fox) e O Duelo (Disney), este último também lançado este ano. Fazer dois filmes tão diferentes em um mesmo ano é um desafio e tanto para qualquer diretor, e Scott está com 84 anos atualmente, o que não deixa de ser um feito e tanto.

Fazer um longa-metragem, imprimindo seu olhar criativo na direção e no comando de todos os outros departamentos, das interpretações além de todo o trabalho de pós-produção já é um trabalho que demanda uma atenção enorme dos diretores. Emendar trabalhos com exigências criativas tão penosas e muitas vezes completamente diferentes, é um trabalho hercúleo. Além de Scott, outros grandes nomes conseguiram se dividir entre dois projetos ao mesmo tempo, com resultados distintos.

Uma das histórias mais famosas se deu por conta do grande sucesso de ambos os filmes. Steven Spielberg trabalhou em toda a pós-produção de Jurassic Park (Universal) à distância, da Polônia, enquanto filmava A Lista de Schindler (Universal). Três vezes por semana, no meio das filmagens, ele se trancava numa salinha para acompanhar e aprovar os novos materiais de seu blockbuster. Jurassic Park se tornou um dos maiores sucessos de bilheteria da história, e Schindler dominou a temporada de prêmios em 1993-1994. Spielberg, aliás, vira e mexe volta à prática, com as duplas Amistad e O Mundo Perdido, em 1997, Prenda-me Se For Capaz e Minority Report, em 2002 e The Post, Guerra dos Mundos e Munich, em 2005 e As Aventuras de Tintim e Cavalo de Guerra, em 2011. Haja planejamento.

Alguns diretores conseguiram inclusive o feito de lançar filmes no mesmo ano que ganhar destaque na temporada de prêmios. Steve Soderberg conseguiu o feito de ser indicado ao Oscar de melhor diretor duas vezes em 2000, por Erin Brockovich e Traffic, feito que nem Francis Ford Coppola foi capaz de realizar em seu ano mais bem-sucedido, 1974, quando A Conversação e O Poderoso Chefão 2 ganharam indicações para o Oscar de melhor filme. Herbert Ross é outro diretor que conseguiu emplacar dois títulos fortes nas premiações, em 1977, com A Garota do Adeus e Momento de Decisão. Isso sem contar os diretores da era de ouro de Hollywood, nomes como John Ford, que eram capazes de dirigir dois, três e até quatro filmes num mesmo ano.

A temporada de premiações está começando a esquentar, e grandes filmes ainda estão para chegar ao circuito, como o novo West Side Story de Steven Spielberg. Agora é esperar para ver como os dois filmes de Ridley Scott vão se sair na busca por indicações.

Leandro Matos: Formado em Cinema e em Roteiro pela Estácio de Sá, com cursos de roteiro na Columbia University, na Escola de Cinema Darcy Ribeiro e com Robert McKee, é roteirista dos longas-metragens Amor.com, Divã a 2 e Minha Família Perfeita. Estreou na tv escrevendo para o seriado Cilada, criou as séries Os Figuras e De Cabelo em Pé e participou de diversas outras séries como Samantha!, A História Bêbada e Se Eu Fosse Você – A Série. Fora de roteiro, trabalhou no Festival do Rio por 11 anos na equipe de Eventos Sociais e no Show Búzios como coordenador de Receptivo e Hospedagem. Atualmente mora em Toronto, onde escreve seu primeiro longa para o mercado canadense, além de projetos para a Imagem Filmes e Disney Plus.

 

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