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12 Março 2024 | Yuri Codogno

Embaúba Filmes anuncia dez lançamentos nacionais para 2024

Daniel Queiroz, diretor da distribuidora, comentou com o Portal Exibidor sobre as expectativas para o ano

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(Foto: Divulgação)

A distribuidora Embaúba Filmes se prepara para lançar nos cinemas dez produções nacionais ao longo do ano de 2024. Entre as estreias, há longas que foram premiados em diversos festivais dentro e fora do Brasil. 

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“Temos filmes fortes em nosso line-up, que conseguem aliar a qualidade cinematográfica e artística, com uma ‘pegada de público’ muito forte, que dialogam bem com as mais diferentes plateias. A questão agora é como fazer para que isso se converta em público nos cinemas e em boas negociações com canais e plataformas, no momento subsequente. Mas não nos movemos apenas pelos números; a Embaúba quer ser, cada vez mais, um ‘selo de qualidade’, uma referência para o público que se interessa por cinema brasileiro, para que ele acompanhe os nossos lançamentos, cientes de que ocupamos um lugar importante na cadeia do audiovisual brasileiro”, disse Daniel Queiroz, diretor da Embaúba Filmes, em entrevista ao Portal Exibidor. 

Entre as estreias de 2024, a primeira delas, que chega nas telonas em 11 de abril, é o documentário As Linhas da Minha Mão, dirigido por João Dumans e que foi o grande vencedor da Mostra Aurora do Festival de Tiradentes de 2023. Na trama, a atriz Viviane de Cássia Ferreira aborda temas como a arte e a loucura. 

Em 2 de maio, é a estreia de A Filha do Palhaço, um dos filmes que mais rodou festivais no Brasil, recebendo prêmios de público em Tiradentes e Gostoso. Dirigido por Pedro Diogenes - e com Jesuíta Barbosa, Demick Lopes e a estreante Sutter Lis no elenco -, o filme aborda uma adolescente que passa uma semana com o pai, um humorista local. 

Vencedor do Festival de Brasília - e exibido em importantes festivais internacionais, como o de Docville (Bélgica), onde recebeu o prêmio de melhor documentário internacional -, A Invenção do Outro, de Bruno Jorge, acompanha a expedição da Funai, liderada pelo indigenista Bruno Pereira (assassinado em 2022), que tanta encontrar e estabelecer contato com um grupo de indígenas isolados da etnia dos Korubos. Seu lançamento está previsto para 23 de maio. 

Programado para 13 de julho, O Estranho - que foi exibido no Festival de Berlim e premiado nos Festivais Internacional de Direitos Humanos de Nuremberg, de Havana - se passa no maior aeroporto do Brasil, que foi construído em um antigo território indígena. Dirigido por Flora Dias e Juruna Mallon, o filme acompanha não os passageiros em movimento, mas sim as pessoas que ali ficam.

Dirigido por João Salaviza e Renée Nader Massora, A Flor de Buriti foi premiado na mostra Un Certain Regard, em Cannes. O longa começa em 1940, acompanhando duas crianças do povo indígena Krahô que encontram na escuridão da floresta um boi perto da sua aldeia. Era o prenúncio de um brutal massacre, perpetrado pelos fazendeiros da região. A estreia é em 04 de julho.

De Guto Parente, Estranho Caminho teve sua estreia mundial no Festival de Tribeca, em Nova Iorque, onde arrebatou todos os prêmios da competição de longas narrativos: Melhor filme, Fotografia, Roteiro e Atuação (Carlos Francisco), concedidos por um júri que contou com a participação do ator Brendan Fraser. Também foi premiado no Festival do Rio como Melhor Roteiro e Ator Coadjuvante. A trama é sobre um jovem cineasta que visita sua cidade natal, enquanto a pandemia avança, e que tenta reencontrar seu pai, com quem não fala há uma década. O lançamento será em 1 de agosto.

Uma ficção de de Rafael Conde e baseada na história de José Carlos da Mata Machado, traz um líder do Movimento Estudantil Brasileiro que participa de um grupo de resistência contra a ditadura militar no Brasil e, ao abandonar sua família de classe média para viver com os mais pobres e realizar um trabalho de alfabetização e conscientização política, acaba entrando na clandestinidade. O filme tem estreia programada para 29 de agosto.

Escrita e dirigida por Michelline Helena e Amanda Pontes, a ficção Quando eu me Encontrar foi exibida na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo do ano passado. Previsto para entrar em cartaz em 19 de setembro, o filme acompanha a família de uma jovem após sua partida e demonstra como tudo se transforma na vida daqueles que ficam. 

O documentário Termodielétrico foi exibido no Festival do Rio e na Mostra de São Paulo. A diretora Ana Costa Ribeiro investiga a trajetória do seu avô, Joaquim da Costa Ribeiro, que é um dos pais da física experimental no Brasil, responsável por descobrir o Fenômeno Termodielétrico. O filme chega aos cinemas em 10 de outubro. 

Por fim, o também documentário Corpo Presente teve sua première na Mostra de Tiradentes e apresenta o corpo como forma de arte, expressão e identidade, apresentando obras, artistas e pensadores que refletem sobre o tema. A direção é de Leonardo Barcelos e a estreia acontece em 31 de outubro.

“Temos plena consciência do nosso lugar, de onde atuamos. Nosso parâmetro de sucesso não é medido em milhões de espectadores. Para algumas obras, chegar a 10 mil pessoas já é muito satisfatório e 100 mil (resultado que obtivemos com Marte Um) é motivo de muita comemoração. Naturalmente, sempre queremos mais. Temos uma crença muito forte na importância da circulação ampla de um cinema brasileiro plural, que não subestima o público”, contou Daniel.

Todos esses filmes chegam em um ano em que as produções nacionais estão obtendo ótimos números. Para termos ideia, segundo o Observatório do Cinema e do Audiovisual da Ancine, quase 25% do market share de ingressos vendidos em 2024 são para filmes brasileiros. No ano passado, como comparação, o percentual ficou abaixo de 2,5%.

“Creio que o atual bom resultado do cinema brasileiro está muito amparado em alguns poucos títulos. Fato é que não podemos fazer uma generalização para todo o cinema nacional. É muito importante para a nossa indústria, para o nosso mercado, que tenhamos cada vez mais blockbusters brasileiros disputando o público em pé de igualdade com o cinema que vem de Hollywood. Mas a grande maioria dos títulos brasileiros segue tendo muita dificuldade para atingir um público significativo, ressaltou Daniel.

Um dos desafios, então, seria aumentar o público para esses filmes de menor alcance, algo que, na visão do diretor, deveria ser uma preocupação de toda a cadeia do audiovisual brasileiro. Isso porque, mesmo no segmento de filmes nacionais, é possível ver dois extremos: os de menor público e os blockbusters, com uma importante distância entre eles no número de espectadores de cada um.

“Se eu falasse que as expectativas são as melhores possíveis, estaria mentindo, pois sabemos que o cenário é desafiador. Trabalhamos com filmes que são aclamados pela crítica, que circulam muito bem no circuito de mostras e festivais, no Brasil e no exterior, acumulando prêmios, mas que contam com um circuito limitado para a sua exibição no país. Nosso objetivo é justamente o de ampliar os espaços e o público para esses filmes e é nessa direção que vamos direcionar os nossos esforços. Escolhemos os filmes com que trabalhamos, por questões que vão além do seu potencial mercadológico, levando em conta sua dimensão artística e seu conteúdo, como as questões sociais e políticas trabalhadas”, explicou Daniel.

Especializada em cinema brasileiro, a Embaúba Filmes foi criada em 2018 e tem como objetivo contribuir para a maior circulação de filmes autorais nacionais. No seu catálogo, estão mais de 50 títulos lançados, além de também atuar através da plataforma Embaúba Play, que também exibe obras de outras distribuidoras, contando com mais de 500 produções em seu acervo. Até o momento, o maior sucesso da distribuidora nos cinemas foi Marte Um, lançado em 2022 e vencedor do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de 2023 e escolhido para concorrer a uma vaga no Oscar de Melhor Filme Internacional do ano passado.

Lista de lançamentos:

  • - 11/04: As Linhas da Minha Mão, de João Dumans;
  • - 02/05: A Filha do Palhaço, de Pedro Diogenes;
  • - 23/05: A Invenção do Outro, de Bruno Jorge;
  • - 13/06: O Estranho, de Flora Dias e Juruna Mallon;
  • - 04/07: A Flor do Buriti, de João Salaviza e Renée Nader Massora;
  • - 01/08: Estranho Caminho, de Guto Parente;
  • - 29/08: , de Rafael Conde;
  • - 19/09: Quando eu me Encontrar, de Michelline Helena e Amanda Pontes;
  • - 10/10: Termodielétrico, de Ana Costa Ribeiro;
  • - 31/10: Corpo Presente, de Leonardo Barcelos.

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