22 Setembro 2025 | Yuri Cavichioli
“Futuro Futuro” se consagra como grande vencedor do 58º Festival de Cinema de Brasília
Evento premiou produções nacionais e reafirmou seu papel como vitrine estratégica do audiovisual brasileiro
Compartilhe:

O 58º Festival de Cinema de Brasília chegou ao fim com a consagração de Futuro Futuro como o grande vencedor da mostra competitiva nacional de longas-metragens. O filme de Davi Pretto conquistou o júri oficial e levou os prêmios de melhor longa, melhor roteiro, melhor montagem e uma menção honrosa para o ator Zé Maria Pescador, consolidando-se como destaque da edição. A cerimônia também contou com uma homenagem à Fernanda Montenegro.
Publicidade fechar X

Realizado entre 12 e 20 de setembro, o festival reuniu mais de 39 mil pessoas no Cine Brasília e em atividades paralelas. Foram exibidos 80 filmes, distribuídos 50 prêmios e promovidos debates que reforçaram a importância do evento como plataforma de visibilidade e conexão entre realizadores, produtores e players do mercado audiovisual.
Em edição comemorativa dos 60 anos, o festival reafirmou seu protagonismo histórico. Além das competições, a atriz Fernanda Montenegro foi homenageada com o Troféu Candango pelo Conjunto da Obra. Primeira vencedora do prêmio de Melhor Atriz em 1965, ela enviou um vídeo de agradecimento emocionado ao público.
O título mais celebrado da edição foi Futuro Futuro, dirigido por Davi Pretto. Ambientada no futuro, a trama mistura inteligência artificial e questões neurológicas em uma narrativa experimental. O reconhecimento no festival abre caminho para que a obra, ainda sem distribuição, conquiste espaço em salas de cinema e festivais internacionais.
“Esse filme não tem nem distribuição no Brasil, é um filme pequeno, de experimento, e a gente sabia que o Festival de Brasília tem esse histórico de cinema de invenção. Espero que esse prêmio ajude o filme a chegar nas salas de cinema, sem distribuição, e viajar o máximo possível, que as pessoas vejam e possam pensar o filme”, afirma Pretto ao Metrópoles.
Outros destaques marcaram a mostra. Assalto à Brasileira, de José Eduardo Belmonte, levou o prêmio de melhor longa pelo júri popular e garantiu troféus para Murilo Benício (melhor ator) e Christian Malheiros (ator coadjuvante). Já Corpo da Paz, de Torquato Joel, arrebatou quatro prêmios técnicos: edição de som, trilha sonora, direção de arte e fotografia.
Outro destaque foi Rainha, vencedor de quatro prêmios, incluindo melhor direção e melhor atriz. Entre os curtas, Laudelina e a Felicidade Guerreira, de Milena Manfredini, foi o grande destaque, acumulando prêmios oficiais e especiais.
A edição também valorizou a produção local. Na Mostra Brasília, o longa Maré Viva, Maré Morta, de Cláudia Daibert, venceu tanto o júri oficial quanto o popular. A pluralidade dos títulos premiados demonstra a vitalidade da produção nacional e reforça a relevância do festival como espaço de circulação, negócios e fortalecimento da cadeia audiovisual brasileira.
A cerimônia de encerramento, conduzida por Bárbara Colen e Maeve Jinkings, também destacou o papel do festival como espaço de celebração, debate e valorização da diversidade no cinema brasileiro.
Ranking dos filmes mais premiados:
5 prêmios: Futuro Futuro; e Laudelina e a Felicidade Guerreira
4 prêmios: Corpo da Paz; Maré Viva, Maré Morta; e Rainha
3 prêmios: Assalto à Brasileira; Quatro Meninas; e Couraça
2 prêmios: Replika; Dois Turnos; O Cheiro do seu Cabelo; A Última Noite da Rádio; Dois Turnos; Ajude os Menor; e Aqui Não Entra Luz
1 prêmio: Cantô meu Alvará; Sérgio Mamberti – Memórias do Brasil; Atravessa Minha Carne; Uma Baleia Pode Ser Despedaçada Como uma Escola de Samba; Três; Vozes e Vãos; e Terra e Notas Sobre a Identidade
Confira abaixo a lista completa de vencedores do 58º Festival de Cinema de Brasília
Mostra Competitiva Nacional – Longa-Metragem
- - Melhor Montagem: Futuro Futuro – Bruno Carboni
- - Melhor Edição de Som: Corpo da Paz – Bruno Alves
- - Melhor Trilha Sonora: Corpo da Paz – Haley Guimarães
- - Melhor Direção de Arte: Corpo da Paz – Romero Sousa
- - Melhor Fotografia: Corpo da Paz – Rodolpho Barros
- - Melhor Ator: Murilo Benício – Assalto à Brasileira
- - Melhor Atriz: Dhara Lopes – Quatro Meninas
- - Melhor Ator Coadjuvante: Christian Malheiros – Assalto à Brasileira
- - Melhor Atriz Coadjuvante: Maria Ibrain – Quatro Meninas
- - Melhor Roteiro: Davi Pretto – Futuro Futuro
- - Melhor Direção: Karol Maia – Aqui Não Entra Luz
- - Melhor Longa-Metragem (Júri Oficial): Futuro Futuro – Davi Pretto
- - Melhor Longa-Metragem (Júri Popular): Assalto à Brasileira – José Eduardo Belmonte
- - Prêmio Especial do Júri: Quatro Meninas – Karen Suzane
- - Menção Honrosa do Júri: Zé Maria Pescador – Futuro Futuro
Mostra Competitiva Nacional – Curta-Metragem
- - Melhor Montagem: Laudelina e a Felicidade Guerreira – Milena Manfredini
- - Melhor Edição de Som: Replika – Piratá Waurá e Helisa Passos
- - Melhor Trilha Sonora: Ajude os Menor – Paulo Gama
- - Melhor Fotografia: A Pele do Ouro – Daniel Tancredi
- - Melhor Ator: Os 4 “Menor” – Ajude os Menor
- - Melhor Atriz: Laís Machado – Couraça
- - Melhor Roteiro: Patri, Marcela Ulhôa, Daniel Tancredi e Yare Perdomo – A Pele do Ouro
- - Melhor Direção: Piratá Waurá e Heloísa Passos – Replika
- - Melhor Curta-Metragem (Júri Oficial): Laudelina e a Felicidade Guerreira – Milena Manfredini
- - Melhor Curta-Metragem (Júri Popular): Couraça – Susan Kalil e Daniel Arcades
Mostra Brasília – 27º Troféu Câmara Legislativa do DF
- - Prêmio SESC-DF de Cinema: Maré Viva, Maré Morta – Cláudia Daibert; Rainha – Raul de Lima; Dois Turnos – Pedro Leitão; O Cheiro do seu Cabelo – Clara Maria Matos
- - Melhor Montagem: Raul de Lima – Rainha
- - Melhor Edição de Som: Olivia Hernandez – Maré Viva, Maré Morta
- - Melhor Trilha Sonora: C-Afrobrasil – Rainha
- - Melhor Direção de Arte: Douglas Queiroz – A Última Noite da Rádio
- - Melhor Fotografia: Elder Miranda Jr – Dois Turnos
- - Melhor Ator: Leonardo Vieira Teles – A Última Noite da Rádio
- - Melhor Atriz: Tuanny de Araújo – Terra e Notas Sobre a Identidade
- - Melhor Roteiro: Clara Maria Matos – O Cheiro do seu Cabelo
- - Melhor Direção: Edileuza Penha e Edymara Diniz – Vozes e Vãos
- - Melhor Curta-Metragem (Júri Oficial): Três – Lila Foster
- - Melhor Curta-Metragem (Júri Popular): Rainha – Raul de Lima
- - Melhor Longa-Metragem (Júri Oficial): Maré Viva, Maré Morta – Cláudia Daibert
- - Melhor Longa-Metragem (Júri Popular): Maré Viva, Maré Morta – Cláudia Daibert
Mostra Caleidoscópio – Troféu Candango
- - Melhor Filme (Júri FIPRESCI): Uma Baleia Pode Ser Despedaçada Como uma Escola de Samba – Marina Meliande e Felipe Bragança
- - Melhor Filme – Prêmio Jean-Claude Bernardet (Júri Jovem UnB): Atravessa Minha Carne – Marcela Borela
Prêmios Especiais
- - Melhor Filme de Temática Afirmativa (Júri CODIPIR): Laudelina e a Felicidade Guerreira – Milena Manfredini
- - Prêmio Canal Brasil de Curtas (Melhor Curta-Metragem): Couraça – Susan Kalil e Daniel Arcades
- - Prêmio Canal Like (Melhor Longa-Metragem Júri Oficial): Futuro Futuro – Davi Pretto
- - Troféu Saruê Correio Brasiliense (Melhor Momento do Festival): José Eduardo Belmonte – Assalto à Brasileira
- - Prêmio Marco Antônio Guimarães (uso de material de memória, pesquisa e arquivo – Júri CPCB): Sérgio Mamberti – Memórias do Brasil – Evaldo Mocarzel
- - Melhor Curta-Metragem (Júri da Abraccine): Laudelina e a Felicidade Guerreira – Milena Manfredini
- - Melhor Longa-Metragem (Júri da Abraccine): Morte e Vida Madalena – Guto Parente
- - Prêmio Zózimo Bulbul de Melhor Curta-Metragem (Júri APAN e Centro Afrocarioca de Cinema): Laudelina e a Felicidade Guerreira – Milena Manfredini
- - Prêmio Zózimo Bulbul de Melhor Longa-Metragem (Júri APAN e Centro Afrocarioca de Cinema): Aqui Não Entra Luz – Karol Maia
Compartilhe:
- 0 medalha