01 Outubro 2025 | Gabryella Garcia

Spcine celebra diálogo com setor audiovisual e poder público em primeiro painel da Expocine 2025

Painel da Spcine abriu as apresentações da Sala Spcine, no Hotel Renaissance

O segundo dia da EXPOCINE 25 marcou também o início dos painéis da Sala Spcine, no Hotel Renaissance. O primeiro painel do evento, inclusive, ficou nas mãos da empresa que dá nome a sala, e o painel "Uma Década de Spcine: Legado e Perspectivas Para o Cinema Paulistano" repassou o histórico da empresa desde a sua criação e também celebrou o diálogo estabelecido com o setor audiovisual e poder público ao longo de sua trajetória. 

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A mediação do painel foi feita por Victor Hugo Pires, do Observatório da Spcine, e também contou com a participação de Lyara Oliveira, presidente da Spcine, e Geórgia Costa Araújo, da produtora paulistana Coração da Selva.

A Spcine é uma empresa pública de cinema e audiovisual da cidade de São Paulo que atua como um escritório de desenvolvimento, financiamento e implementação de programas e políticas para os setores de cinema, TV, games e novas mídias. O início da apresentação começou com Lyara agradecendo o prêmio de gestão pública que foi entregue para a Spcine pela Expocine durante a cerimônia de abertura do evento realizada ontem (30).

"Ontem fomos agraciados com o prêmio de gestão pública e foi uma honra receber o prêmio em nome de toda a equipe. A Spcine nasceu da demanda do setor audiovisual da cidade de São Paulo e foi criada de forma vanguardista e em sintonia com o que era o setor audiovisual. Ao longo desses dez anos, tentamos manter nossa vocação de estarmos atualizados e dialogando com o setor, mas também ajudamos a projetar como queremos que o audiovisual brasileiro e paulistano seja e aconteça para os próximos anos", disse.

Geórgia, que está à frente da produtora que já tem 22 anos de existência, enalteceu o trabalho feito pela Spcine ao longo da última década e destacou a continuidade da atuação e projetos da empresa que, apesar de pública, mantém um trabalho contínuo independente de eventuais trocas de gestões do poder público.

"É muito raro empresas em geral, ainda mais ligadas ao setor público, que tenham continuidade. A Spcine é um exemplo de sucesso de continuidade e desenvolvimento, e tem uma capacidade extraordinária de impactar e transformar. Isso se dá em razão da força cultural dessa empresa", afirmou.

As ações de fomento da Spcine já contemplaram mais de 700 projetos audiovisuais desde 2016 e investiu R$ 106 milhões em editais. Além disso, a Lei Paulo Gustavo foi responsável pelo lançamento de dez editais que contemplaram 183 projetos com um investimento de aproximadamente R$ 53 milhões, e a Política Nacional Aldir Blanc já investiu aproximadamente R$ 25,4 milhões através da Spcine.

"Os editais são um dos grandes pilares e razões de existir da Spcine. A Film Commission é outro pilar da Spcine e é nosso braço responsável por fazer a gestão de todas as filmagens que acontecem em São Paulo", destacou Lyara.

A São Paulo Film Commission, aliás, já atendeu quase 9 mil obras audiovisuais desde 2015 e liberou mais de 24 mil locações. A Spcine também se destaca por suas ações de internacionalização que buscam estabelecer conexões e parcerias internacionais culturais e comerciais que sejam benéficas para o desenvolvimento audiovisual da cidade de São Paulo. O Spcine Cash Rebate, inclusive, é o pioneiro desse tipo de programa em todo o país e já investiu mais de R$ 40 milhões para atrair produções nacionais e internacionais.

"O impacto multiplicado das políticas de fomento é muito grande porque a Spcine conseguiu atrair recursos além de seus próprios recursos e mobilizar produções locais de todos os tamanhos e portes. Destaco que a Spcine nunca se limitou a atuar naquilo que dá mais visibilidade, e entendeu que uma atuação 360 é fundamental para a indústria como um todo funcionar, desde formações até film commission", destacou Geórgia.

Lyara ainda pontuou que os editais da Spcine não se limitam à produção, atendendo também projetos em fase de desenvolvimento, finalização e até distribuição: "É importante que a política pública chegue a todos os elos produtivos da cadeia audiovisual porque além da produção, toda a cadeia precisa de fomento e apoio".

Victor Hugo ainda pontuou que os números alcançados pela Spcine são essenciais para que as políticas de fomento continuem, e que o Observatório Spcine é responsável por coletar e armazenar esses dados que são apresentados ao poder público para que os projetos possam continuar a existir.

Se encaminhando para o final do painel, Lyara também destacou as 32 salas do Circuito Spcine, que levam o cinema gratuito para regiões periféricas da cidade de São Paulo, e afirmou que o espaço funciona como um espaço de formação de público, uma vez que está presente em áreas sem a cobertura do circuito comercial.

Por fim, a presidente da Spcine afirmou que apesar de dificuldades naturais que aparecem, é essencial que a empresa consiga estabelecer uma conexão com o setor e também com o poder público.

"O principal da Spcine é conseguir manter essa conexão e estar antenada nas novidades do setor e configurações políticas, sociais e econômicas. Estamos o tempo todo em conexão com o estado e a cidade. Ao longo de dez anos a Spcine conseguiu manter o diálogo e, além disso, saber lidar com o setor, dados e informações de forma pragmática e assertiva. Conseguimos levar isso para as autoridades para estabelecer um diálogo dentro das gestões, além do diálogo com o setor", finalizou.

Confira como foi o segundo dia da Expocine 2025