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01 Outubro 2025 | Yuri Cavichioli

Painel que é o tema da Expocine 25, “Brasil, Janela para o Mundo” debate desafios e oportunidades para o audiovisual brasileiro

Painel destacou a necessidade de fortalecer o mercado interno e ampliar opções de financiamento

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(Foto: Divulgação)

No segundo dia da EXPOCINE 25, o painel Brasil, Janela para o Mundo reuniu gestores públicos para analisar os caminhos do audiovisual no cenário nacional e internacional. Mediado por Marcelo Lima, CEO da Tonks, o encontro contou com Rodrigo Massi, secretário adjunto municipal de Economia Criativa; Marilia Marton, secretária da Cultura e Economia Criativa do Governo de São Paulo; e Daniela Fernandes, diretora de Preservação e Difusão Audiovisual da Secretaria do Audiovisual. O foco esteve na consolidação do setor como indústria, na busca por novos modelos de financiamento e no fortalecimento da cadeia produtiva.

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Marilia iniciou ressaltando que o audiovisual deve ser encarado como indústria e que, para alcançar mercados mais maduros, o Brasil precisa de um pacto sólido entre governo e setor privado. Segundo ela, ainda faltam instrumentos para mapear o consumo cultural. “Não temos um levantamento de dados que dialogue com o público”, afirmou, lembrando que a gestão da Lei Paulo Gustavo evidenciou lacunas históricas, como a ausência de políticas voltadas aos exibidores.

Rodrigo destacou o avanço da cidade de São Paulo, reconhecida como rede criativa da Unesco, e os dez anos da Spcine como exemplos de consolidação institucional do município. Para ele, a mudança de nomenclatura para Economia Criativa acompanha as diretrizes internacionais e reforça o papel estratégico do setor produtivo na geração de valor econômico e cultural.

Daniela trouxe uma linha histórica, lembrando programas de internacionalização iniciados em 2004, mas reforçou que a expansão global depende do fortalecimento do mercado interno. Ela foi mais uma que lembrou a fragilidade da rede de exibição ao comentar que apenas 8% dos municípios brasileiros contam com salas de cinema e a também apontou que falta de integração de dados sobre produção, público e consumo impactam diretamente esse cenário. Para Daniela, além de pesquisas qualificadas, é urgente diversificar os mecanismos de financiamento. “O audiovisual precisa ter mais opções do que apenas os editais. São necessárias linhas ágeis de crédito para que quem realmente precisa tenha acesso aos recursos”, defendeu.

O debate também abordou o equilíbrio entre financiamento público e privado. Marilia citou programas como o CultSP Pro, criados para personalizar o apoio ao setor, mas reforçou que o aporte estatal continuará sendo essencial, ainda que em novos formatos. Daniela acrescentou que países líderes no audiovisual mantêm forte incentivo governamental e que a diversidade cultural brasileira deve ser explorada como diferencial competitivo.

Entre as perspectivas, foi mencionado o estudo para a criação de uma Film Commission International no Brasil, iniciativa que pode facilitar a atração de produções estrangeiras. O consenso do painel foi que o país já possui ativos importantes, como criatividade, diversidade e experiências institucionais acumuladas, mas ainda enfrenta gargalos estruturais em exibição, formação de mão de obra e acesso a investimentos. Superar esses pontos é visto como fundamental para consolidar o Brasil como um player global do mercado audiovisual.

Confira como foi o segundo dia da Expocine 2025

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