02 Outubro 2025 | Yuri Cavichioli
Especialistas apontam que o cinema brasileiro precisa combinar estratégia, criatividade e tecnologia para crescer
Executivos da distribuição discutem desafios e oportunidades do cinema brasileiro e internacional para a próxima década
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O que acontecerá com o setor de audiovisual nos próximos 10 anos? Essa pergunta pode parecer subjetiva e pretensiosa demais, mas para quem está no mercado audiovisual, à frente de corporações, como os representantes de Paramount, Paris e Warner, a resposta pôde dar direções à quem assistia ao painel As grandes decisões das Majors para os Próximos 10 anos, realizado hoje (2), no Hotel Renaissance, durante a EXPOCINE 25.
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Com mediação da jornalista Barbara Demerov, o papo foi como os executivos presentes, com um quadro composto por: Hernán Viviano, VP LATAM Warner Bros Pictures & General Manager Warner Bros - Universal Pictures Brazil; Cesar Silva, vice-presidente e diretor geral da Paramount Pictures Brasil; e também com Marcio Fraccaroli, CEO da Paris Filmes.
Lado a lado, eles falaram sobre como encaravam à realidade, os desafios e oportunidades do setor para a próxima década, assim como analisavam o comportamento do público, a formação de plateia e as estratégias que podem ser tomadas com o intuito de sustentar a indústria cinematográfica brasileira diante das mudanças trazidas pelo streaming e novas tecnologias.
Ao ser questionado do comportamento do público e se ele estava mudando muito, Viviano respondeu: “Sempre sabemos as dez maiores bilheterias do ano. Isso já acontece há muito tempo. A mudança está do filme 20 até o filme 100. Esses filmes médios que estão mais imprevisíveis”, afirmou o executivo da Warner, que também lembrou que já acompanha o mercado há quase três décadas e viu poucas vezes muitas surpresas entre os filmes mais rentáveis, e aproveitou para reforçar a importância de diversificar conteúdos e investir em experiências coletivas para atrair novos espectadores.
Cesar apontou que as franquias seguem dominando o mercado, e o desafio está nos filmes originais, que exigem abordagens diferenciadas. “O filme médio é o conteúdo original. Temos que trabalhar esse conteúdo de uma maneira diferente. O exibidor precisa oferecer uma experiência única para o consumidor”, disse.
Marcio Fraccaroli, da Paris Filmes, complementou a análise apontando a urgência de adaptação ao comportamento do público pós-streaming. “O público hoje tem uma menor urgência de ver o filme rapidamente no cinema. Essa ‘urgência’ se perdeu ou diminuiu bastante quando falamos dos filmes médios. Precisamos levar histórias bem contadas e produzidas, assim como os exibidores precisam trazer uma experiência, uma campanha diferenciada para esse tipo de obra”, afirmou. Além disso, ele também acrescentou que o irá agregar à essa jornada de um filme médio é a “garantia de mais do que 45 dias em exibição”.
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