03 Outubro 2025 | Yuri Cavichioli
Expocine 25 encerra debates com foco no cinema como direito: “Inclusão é muito mais do que ter rampa de acesso"
Último painel destacou iniciativas de inclusão, acessibilidade e formação de públicos a partir do circuito público da Spcine
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O último painel da EXPOCINE 25 reuniu especialistas para discutir o tema Cinema como Direito: Acesso, Inclusão e Formação de Públicos, promovido pela Spcine. A mesa de encerramento reforçou o papel do cinema como instrumento de cidadania, destacando experiências de acessibilidade e estratégias de formação de audiência em São Paulo.
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O papo foi com o mediador Leandro Pardi, superintendente de Políticas Audiovisuais da Spcine, Emiliano Zapata, diretor de inovação e inclusão, também da Spcine e Drika Vidal, secretária Adjunta da Pessoa com Deficiência na Prefeitura de São Paulo.
O encontro mostrou como a capital paulista se consolidou no cenário mundial ao estruturar o maior circuito público de salas de cinema, com 32 unidades em funcionamento — sendo 27 Céus (Centro Educacionais Unificados) e 5 Centros Culturais. Além das sessões regulares, o modelo engloba iniciativas voltadas a pessoas com deficiência, idosos e comunidades periféricas, reforçando a inclusão social e a diversidade cultural.
“É muito emocionante ver o impacto dessas sessões. Lembro de uma mãe que, pela primeira vez, conseguiu assistir a um filme inteiro com o filho autista, sem ser hostilizada de alguma forma. Essa sensação de pertencimento mostra o quanto inclusão é essencial”, afirmou a Drika.
“Nós começamos focados nas crianças, mas entendemos que era preciso ampliar. Descobrimos que o nosso segundo maior público é de idosos, que muitas vezes encontram no cinema sua principal atividade social. Essa troca com a comunidade é fundamental para renovar e formar novos públicos”, contou Emiliano.
A mesa também reforçou que a formação de plateias passa por políticas de difusão que estimulam o hábito do cinema em diferentes fases da vida. Ao levar filmes para escolas, comunidades e equipamentos culturais descentralizados, o circuito contribui para criar vínculos duradouros com a sétima arte, ampliando a noção de pertencimento e diversidade de olhares.
Quem não pôde comparecer fisicamente, mas participou a partir do seu projeto, foi Bianca Comparato, mas Emiliano falou pela companheira: “Projetos como o Cinema de Fachada permitem expandir ainda mais esse alcance, exibindo filmes em espaços públicos e ao ar livre. É uma forma de levar o cinema para dentro da vida das pessoas, criando experiências coletivas em territórios que muitas vezes não têm acesso às salas”, explicou.
Ao encerrar a Expocine, o painel evidenciou que pensar cinema como direito passa por ampliar acessos, formar plateias e garantir diversidade de olhares. Com o circuito público de salas da Spcine como exemplo, São Paulo se coloca como referência de política cultural inclusiva no setor audiovisual.
Confira como foi o quarto e último dia da Expocine 25.
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