31 Outubro 2025 | Yuri Cavichioli
Mostra Internacional de Cinema em São Paulo chega ao fim celebrando o mercado global e destacando coproduções internacionais
Festival encerra edição com destaque para a internacionalização do cinema brasileiro e novo edital de incentivo do MinC
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A 49ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo encerrou ontem (30) mais uma edição consolidada como um dos principais pontos de encontro entre profissionais, produtoras e distribuidores do audiovisual no país. A cerimônia, realizada na Cinemateca Brasileira, premiou 15 produções e reafirmou o posicionamento da Mostra como espaço para a circulação de obras e talentos no circuito global de festivais.
Com um júri formado por nomes de peso do circuito internacional, como o produtor Daniel Dreifuss e o crítico da Variety, Peter Debruge, a 49ª Mostra reforçou seu papel como espaço de encontro entre a criação artística e o mercado audiovisual. A presença de profissionais ligados tanto à crítica quanto à produção internacional sinaliza o esforço do festival em manter-se relevante não apenas como vitrine de cinema autoral, mas também como plataforma de visibilidade e negociação para novas coproduções e parcerias transnacionais.
Criada em 1977, a Mostra de São Paulo é hoje um dos principais polos de difusão do cinema independente no país. Além de promover a circulação de filmes de mais de 50 países, o evento se consolidou como plataforma de visibilidade para produções brasileiras em busca de distribuição e coprodução internacional, atraindo executivos, agentes de venda e representantes de fundos culturais.
O grande vencedor da edição foi O Bolo do Presidente (Sony), de Hasan Hadi, uma coprodução entre Iraque, Estados Unidos e Catar. O longa, escolhido como o melhor filme pelo júri, também representa o Iraque na corrida pelo Oscar 2026, reforçando a conexão da Mostra com o calendário global de premiações — e até servindo como um termômetro para outras premiações, como o Globo de Ouro.
Entre os outros destaques, DJ Ahmet, de Georgi M. Unkovski, recebeu o Prêmio Especial do Júri, enquanto A Luta, de Jose Alayón, foi laureado com uma menção honrosa. Doha Ramadan levou o prêmio de melhor atuação por Feliz Aniversário, de Sarah Goher. O Brasil também teve destaque com Cadernos Negros, de Joel Zito Araújo, e Criadas (Vitrine Filmes), de Carol Rodrigues, vencedores do Prêmio do Público nas categorias de documentário e ficção nacional, respectivamente.
Durante a cerimônia, o Ministério da Cultura anunciou o edital Rouanet Festivais, no valor de R$ 17 milhões, em parceria com a BB Asset e a Petrobras. A iniciativa visa ampliar o alcance e a sustentabilidade dos festivais de cinema no país, fortalecendo a cadeia produtiva e a política de difusão audiovisual.
Alguns dos filmes premiados seguem em exibição na repescagem, que acontece entre 31 de outubro e 5 de novembro no CineSesc, no Cine Satyros Bijou e no Cultura Artística.
Confira a lista de vencedores:
- - Prêmio do Júri em Melhor Filme por O Bolo do Presidente (Sony), de Hasan Hadi (Iraque, EUA, Catar)
- - Prêmio Especial do Júri para DJ Ahmet, de Georgi M. Unkovski (Macedônia do Norte, República Tcheca, Sérvia, Croácia)
- - Prêmio do Júri de Menção Honrosa por A Luta, de Jose Alayón (Espanha, Colômbia)
- - Prêmio do Júri de Melhor Atuação para Doha Ramadan por Feliz Aniversário, de Sarah Goher (Egito)
- - Prêmio do Público de Melhor Documentário Brasileiro por Cadernos Negros, de Joel Zito Araújo (Brasil)
- - Prêmio do Público de Melhor Filme de Ficção Brasileiro por Criadas (Vitrine Filmes), de Carol Rodrigues (Brasil)
- - Prêmio do Público de Melhor Documentário Internacional por Yanuni, de Richard Ladkani (Áustria, Brasil, EUA, Canadá, Alemanha)
- - Prêmio do Público de Melhor Filme de Ficção Internacional por Palestina 36, de Annemarie Jacir (Palestina, Reino Unido, França, Dinamarca, Noruega, Catar, Arábia Saudita, Jordânia)
- - Prêmio da Crítica de Melhor Filme Internacional por A Sombra do Meu Pai, de Akinola Davies Jr. (Reino Unido, Nigéria)
- - Prêmio da Crítica de Melhor Filme Brasileiro por A Natureza das Coisas Invisíveis (Vitrine Filmes), de Rafaela Camelo (Brasil, Chile)
- - Prêmio Brada de Melhor Direção de Arte para Jennifer Anti e Pablo Anti por A Sombra do Meu Pai, de Akinola Davies Jr. (Reino Unido, Nigéria)
- - Prêmio Netflix para Virtuosas (Netflix) de Cíntia Domit Bittar (Brasil)
- - Prêmio Abraccine de Cinema Brasileiro por O Pai e o Pajé, de Iawarete Kaiabi, codirigido por Felipe Tomazelli e Luís Villaça (Brasil)
- - Prêmio Projeto Paradiso para Coração das Trevas, de Rogério Nunes (Brasil, França)
- - Prêmio Prisma Queer de Melhor Filme Internacional por Queerpanorama, de Jun Li (EUA, Hong Kong, China)
- - Prêmio Prisma Queer de Melhor Filme Brasileiro para A Natureza das Coisas Invisíveis, de Rafaela Camelo (Brasil, Chile)
- - Prêmio Prisma Queer de Especial do Júri para Morte e Vida Madalena (Embaúba Filmes), de Guto Parente (Brasil, Portugal)
- - Prêmio Humanidade para Euzhan Palcy, Jafar Panahi e Jean-Pierre e Luc Dardenne
- - Prêmio Leon Cakoff para Charlie Kaufman
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