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30 Dezembro 2025 | Yuri Cavichioli

Geração Z foi ao cinema com mais frequência em 2025, segundo relatório da Cinema United

Relatório da entidade aponta que o número de frequentadores habituais de cinema cresceu 8%

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(Foto: Divulgação)

A Geração Z tem ampliado sua presença nas salas de cinema nos Estados Unidos, contrariando a percepção de afastamento desse público da exibição tradicional. Dados do relatório anual Strength of Theatrical Exhibition, divulgado no último dia 17 pela Cinema United, indicam que a frequência desse grupo cresceu 25% nos últimos 12 meses, maior avanço entre todas as faixas etárias analisadas.

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O estudo, elaborado pela maior associação de exibidores de cinema do mundo, vai além da bilheteria e analisa comportamento, recorrência e engajamento do público. Entre os principais pontos, o relatório destaca como inovação, diversidade de títulos e melhoria da experiência têm sido determinantes para a reconstrução do hábito de ir ao cinema, especialmente entre os mais jovens.

“O fim de semana de estreia é importante, mas uma medida mais precisa é analisar a indústria ao longo de um ano inteiro e considerar uma série de outros fatores do mercado para obter uma visão mais completa da força do setor”, afirmou Michael O’Leary, presidente e CEO da Cinema United, em comunicado oficial. “2025 é um exemplo perfeito de como uma bilheteria irregular pode ameaçar ofuscar outras variáveis que apontam para um futuro promissor para os filmes na tela grande”, completou.

Segundo o relatório, 77% dos americanos, que corresponde a mais de 200 milhões de pessoas, foram ao cinema ao menos uma vez no último ano. O grupo de frequentadores habituais, aqueles que assistem a seis filmes ou mais por ano, cresceu 8% em relação a 2024, reforçando um padrão de recorrência que vinha sendo questionado no pós-pandemia.

O levantamento também contextualiza esse movimento a partir de mudanças estruturais no setor. Programas de fidelidade como AMC A-List, Cinemark Movie Club e Regal Crown Club registraram aumento de 15% em novas adesões, somando 135 milhões de membros nos Estados Unidos. Esse crescimento ocorre em paralelo a um reinvestimento de US$ 1,5 bilhão dos exibidores em modernização das salas, além da expansão no número de lançamentos amplos, que passou de 94 em 2024 para 111 em 2025, com projeção de chegar a 115 em 2026.

“Os fãs de cinema, liderados especialmente pela Geração Z, continuam indo às salas, enquanto os exibidores respondem com investimentos pesados em modernização; o número de pessoas que assistem a seis ou mais filmes cresceu 8% e, com o line-up previsto para 2026, essa tendência tem espaço para avançar”, resumiu O’Leary.

A maior recorrência também reflete a ampliação do leque de títulos. Em 2025, filmes familiares com classificação livre tiveram desempenho consistente, elevando a média anual de visitas de pais com crianças de seis para 7,2 idas ao cinema. Já o terror se firmou como um dos principais vetores de atração do público jovem, onde tivemos espectadores entre 13 e 34 anos que responderam por 73% dos ingressos vendidos para o gênero no mercado norte-americano.

Gêneros ligados à cultura jovem também ganharam espaço no circuito. O sucesso recente de adaptações de videogames impulsionou o calendário, com oito novos títulos do gênero previstos para lançamentos amplos em 2026 e 2027. O anime seguiu trajetória semelhante, concentrando um público majoritariamente jovem: 85% da audiência desse segmento têm entre 13 e 34 anos.

Esse reposicionamento se reflete nas escolhas culturais dos mais jovens. Em 2025, o público entre 10 e 24 anos passou a apontar que ir ao cinema é sua principal atividade de lazer, à frente de opções como shows e eventos esportivos, reforçando o papel central da experiência cinematográfica para essa geração.

Entre os mais jovens do público norte-americano, o impacto é ainda mais evidente. A Geração Z passou a ir ao cinema, em média, 6,1 vezes por ano, contra 4,9 vezes anteriormente, e 41% desse público já frequenta as salas seis vezes ou mais. A busca por experiências imersivas, telas maiores, som mais potente e opções diferenciadas de consumo indica que, longe de rejeitar o cinema, esse público responde quando a experiência justifica sair de casa.

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