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01 Setembro 2017 | Vanessa Vieira

Para produtor, "Bingo" tem potencial comercial com o público jovem adulto

Filme brasileiro passou a marca de R$ 1 milhão em seu primeiro fim de semana de exibição mesmo sendo para maiores de 16 anos

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(Foto: Warner Bros.)

O longa nacional Bingo: O Rei das Manhãs estreou na última semana com boa presença no circuito brasileiro, em 64% dos cinemas, e passou de R$ 1 milhão em seu primeiro fim de semana em cartaz. Ao todo foram vendidos 64 mil ingressos no período.

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Com indicação classificativa para maiores de 16 anos, o filme é distribuído pela Warner Bros. e foi produzido pela Gullane Entretenimento. Em entrevista ao Portal Exibidor, Fabiano Gullane, sócio-diretor da produtora, comentou o processo de produção do título e a preocupação de torná-lo um lançamento comercial. Confira:

- Como está a expectativa da Gullane tem em relação a Bingo?

É a maior possível. Desde quando começamos esse projeto, já sabíamos que era um filme que tinha bastante chance de comunicar com o público, com elementos musicais, históricos e de elenco. Montamos um projeto cheio de boas qualidades.

- Bingo tem uma classificação indicativa para maiores de 16 anos que talvez restrinja um pouco o público. Quais atrativos o filme tem para compensar essa classificação?

Desde o início do projeto ele nunca foi pensando para o público infantil ou infanto-juvenil, mas sempre para um público jovem, jovem adulto e adulto. A história que ele conta é mais para pessoas de 16 anos ou mais, sendo que para esse público o filme é cheio de bons elementos, recheado de sexo, drogas e rock’n roll, com um pouco da vida do Arlindo Barreto e dos excessos que ele cometeu. Esses são elementos que chamam a atenção do público mais jovem que está nessa atmosfera da transgressão.

- O longa tem uma proposta diferente, misturando esses “excessos” a um momento histórico, que é a década de 80. Como foi tratado esse potencial desde a produção?

Esse foi um compromisso de todos os que fizeram o filme nascer como o diretor Daniel Rezende, eu e o Caio Gullane, os atores, entre outros. Já tínhamos a ideia de fazer um lançamento muito original, que apostasse em linguagem própria, que não tivesse limitações, sem abrir muitas concessões... Um filme no qual pudéssemos trabalhar bastante a criatividade artística, com a vontade de muita gente talentosa de colocar ali o melhor da sua arte.

O roteiro é incrível e tem interpretações do Vladimir Brichta em um papel que vai marcar a vida dele com certeza, então está com uma qualidade de cinematografia muito importante. Esses elementos dialogamos entre a criatividade artística e a intenção de provocar uma reação comercial.

- Quais outros desafios a produção teve?

Um grande desafio foi por ser um filme de época, então tivemos que reconstituir toda a cidade de São Paulo, duas emissoras de televisão, casas, festas e premiações. Foi um trabalho muito intenso. Outro desafio é que precisávamos ter uma trilha sonora muito marcante. Fomos buscar músicas que são ícones dos anos 80, o que foi um desafio de orçamento. Artisticamente, fazer um filme desse tamanho, com essa originalidade e essa intenção comercial foi um grande desafio.

- Bingo teve grande exposição na mídia, inclusive em comparações com o Bozo. Como tem sido contar a história de Arlindo Barreto?

Barreto foi ator de cinema pornô, ator de novela, pai, filho, marido, amante, maluco e transgressor, então são muitas facetas. Esse colorido é o que trouxe muito da força desse personagem. E faz parte disso ele ter feito um palhaço importante na televisão brasileira, acho que é inevitável a comparação. Mas fizemos todo o filme com personagens fictícios para ter bastante liberdade e contar a história que queríamos.

- Como será a distribuição internacional do filme?

O que está confirmado é o lançamento na América Latina, onde a própria Warner tem os direitos de comercialização. Quanto aos outros países, estamos em negociações e temos um foco bem definido nos Estados Unidos e Canadá.

- Como aconteceu a parceria com a Warner?

Ficamos muito motivados em poder trabalhar em parceria com a Warner no caso do Bingo. Aprendemos muito e é uma troca muito positiva. Nós agregamos muito em relação a um “sabor local” na história da Warner e de outras distribuidoras no Brasil. Venho percebendo que nos últimos anos que as distribuidoras internacionais têm investido bastante em filmes brasileiros. Nós só podemos saudar essa parceria e desejar que ela continue para que, com o apoio dessas empresas, possamos consolidar a indústria brasileira de audiovisual.

Tenho que salientar a dedicação da equipe da Warner para este lançamento. Foram muito atenciosos e percebemos um trabalho de muita qualidade. A Gullane tem também uma equipe que ajuda nessa coordenação de lançamento, então contribuímos bastante para que a distribuidora possa trabalhar na parte comercial. Eu agradeço muito a dedicação da Warner e a todos os exibidores. Fomos muito bem acolhidos e vimos nosso trailer ser bastante exibido e nossas peças promocionais e gráficas serem utilizadas. Então, a todos os exibidores brasileiros, em nome de toda a nossa equipe, muito obrigado.

- Você pode adiantar algo sobre próximos projetos da Gullane?

Começamos a filmar Incompatível, com direção do Johnny Araujo. Esse filme é uma coprodução e com distribuição da Fox Film do Brasil e tem um roteiro muito interessante com um triângulo amoroso, no qual as pessoas buscam a compatibilidade do amor. Começaremos a filmar em setembro para lançar no segundo semestre de 2018.

Temos ainda outros projetos como Mulheres que será lançado no começo de 2018 e A Festa da Firma, em dezembro (ambos Paris/Downtown).

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