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20 Janeiro 2014 | Fábio Gomes

Exibidor Entrevista: Marcio Fraccaroli, presidente da Paris Filmes

Fraccaroli fala sobre as conquistas da distribuidora em 2013 e o que espera de 2014

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Marcio Fraccaroli, presidente da Paris Filmes (Foto: Claudio Bonesso)

Um dos grandes destaques de 2013, a Paris Filmes ficou em primeiro lugar no Market share e ultrapassou distribuidoras internacionais como Disney, Fox e Sony. Em entrevista exclusiva ao Portal Exibidor, Marcio Fraccaroli, presidente da Paris Filmes, afirmou que a expectativa era grande para o último ano, mas o primeiro lugar foi uma surpresa.



“Em 2012, nós também fomos o primeiro lugar, mas naquele ano tínhamos o último filme da saga Crepúsculo. Então começar 2013, sem Crepúsculo, e com o material que tinha entregue no ano anterior de mais de 10 milhões de ingressos, pra nós, era uma expectativa e um desafio grande”, afirmou Fraccaroli, que exaltou o cinema nacional como o principal responsável pela conquista.

“A gente acreditava que o material nacional poderia surpreender, não ao ponto de como aconteceu, como com Minha Mãe é Uma Peça – O Filme, que fez 4 milhões de espectadores”, disse o mandatário da Paris Filmes, que colocou 10 filmes no top 20 nacional de 2013.

 O distribuidor afirmou que espera que 2014 seja um ano tão bom quanto o último e já tem suas apostas nacionais para o topo da bilheteria no país: Os Homens São de Marte e É Pra Lá que Eu Vou, Irmã Dulce e O Candidato.

Leia abaixo o bate-bola completo com Fraccaroli, que falou sobre o fim da película nos EUA, a digitalização no Brasil e projetos futuros da Paris Filmes.

Como a Paris escolhe os filmes (nacionais e internacionais) que irá distribuir? Qual é o critério de escolha?

Na realidade, há mais de 20 anos que faço a aquisição na parte doméstica e na parte internacional. Atualmente, temos uma estrutura internacional, com uma representante em Los Angeles e um na Europa, que nos ajudam a pré-selecionar os filmes que, no nosso entendimento, servem para o Brasil. E aí vale desde um Crepúsculo a um Lobo de Wall Street.

A escolha é sempre focada no mercado?

Também tem um gosto meu mais pessoal, alguns materiais mais fechados, como o próximo filme dos irmãos Coen (Inside Llewyn Davis – Balada de um Homem Comum), é uma cinematografia que eu queria mais para minha companhia, mas não tão comercial. Não dá pra ter só lançamentos comerciais.

Como surgiu a parceria com a Downtown Filmes?

O Bruno (Wainer, fundador da Downtown) já é meu amigo há muito tempo, mais de 15 anos. A Paris Filmes distribuía todos os materiais internacionais e nacionais do Bruno em vídeo. Temos uma relação longa e eu entendi que a gente precisaria prestar um serviço melhor para o mercado. Uma hora eu falei: “Bruno, a gente precisa melhorar o nosso serviço. A gente precisa entregar para o cinema nacional uma eficiência que a gente tem em filme estrangeiro. Precisamos melhorar o nosso marketing, a nossa venda, nossa pós-venda...” e ali a gente estabeleceu uma estrutura que fica no Rio e em São Paulo em prol do cinema nacional.

Como foram feitas as escolhas para os filmes?

O que vale colocar na mesa é o seguinte: lá atrás, eu decidi ir para um projeto comercial. Era muito difícil tomar projetos como Minha Mãe é uma Peça, que tem um ser humano com bobs na cabeça, ou De Pernas Pro Ar, que envolve uma mulher que trabalha em um sex shop, não eram projetos óbvios, não eram projetos fáceis e não eram projetos de protagonistas que estavam explodindo na indústria.  Então, a gente tomou uma decisão por experiência comercial e por ousadia, pois acho que essa é a característica da Paris Filmes.

Até que a Sorte nos Separe 2 teve a maior abertura de um filme nacional em 2013.  Você acha que em 2014 haverá um filme que bata essa marca?

Tem três projetos que eu gosto muito. Do ponto de vista comercial, a gente tem Os Homens São de Marte e É Pra Lá que Eu Vou, que tem a direção do Marcus Baldini e conta com o Paulo Gustavo no elenco. Acredito que é um filme bastante popular e tem muita chance de repetir o feito de Minha Mãe é Uma Peça; Gosto muito de Irmã Dulce, uma cinebiografia que de repente pode virar um grande filme e sair do seu controle e se tornar um evento. Vamos lançá-lo em novembro, quando completa 100 anos de irmã Dulce; Temos, também, um filme chamado O Candidato, dirigido pelo Roberto Santucci, que dirigiu os dois Até que a Sorte nos Separe, e é estrelado pelo Leandro Hassum. Esse conta a história de um candidato que não consegue mentir e está tentando ganhar uma eleição. Além disso, temos filmes como o Alemão, que pode surpreender, o Tim Maia, que gostei muito do que vi, muitas coisas vindo que a gente pode ter uma surpresa.

E do ponto de vista internacional. Quais filmes podem ser sucesso em 2014?

Temos mais um Jogos Vorazes, em novembro, que é um filme onde o primeiro fez 1,800 de espectadores, o segundo fez 3,600 e provavelmente o terceiro deve seguir perto do patamar de 4 e 5 milhões, que assim que se comportam essas franquias. A gente tem uma franquia que Hollywood está falando muito bem que é Divergente, com lançamento em abril, feita pela Samiti, que também fez Crepúsculo. A expectativa é que o primeiro filme faça US$ 170 milhões nos Estados Unidos e, se o primeiro filme abrir com esse patamar de dinheiro, deve ser mais uma franquia de jovens que vai continuar a atender essa demanda.

Por que ainda há a dependência dos filmes nacionais de comédia? Você visualiza um futuro com gêneros mais diversos em nosso cinema?

Esse ano muda um pouco. Esse ano nós teremos Alemão, que é ação, Tim Maia e Elis, que são biografias, Entre Nós e Confia em Mim, que são um dramas, nossa carteira de produtos novos tem menos comédia. O ano que passou teve muita, esse ano tem um pouco mais de diversificação.

Mas acredita que as comédias ainda dominarão as bilheterias?

A comédia é um gênero conquistado pelo cinema brasileiro e é claro que as pessoas gostam disso, então seria um maluco não atender essa demanda. Mas o que o público quer é cada vez mais qualidade.

Quais os objetivos da Paris Filmes para 2014 para se manter líder como em 2013?

Estamos tentando encontrar um novo gênero, de um novo nicho para o cinema brasileiro. A gente tem a comédia, a gente tem as cinebiografias, temos o drama, estamos tentando encontrar também outros gêneros, outros nichos.

Teria algum exemplo?

Estamos tentando encontrar nesse mercado um nicho que ainda não exploramos, que é o nicho infantil. Até agora a Paris Filmes não teve um filme infantil. Esse ano, meu desafio é encontrar um longa para as crianças. Não para competir com Frozen, pois ninguém compete com os estúdios Disney, mas para contribuir para esse mercado.

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