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Artigo / Captação

01 Julho 2020

Captação de recursos na pandemia

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O Brasil vivencia uma forte crise sanitária com números que sobem a cada dia, assustadores e tristes, devido ao Corona vírus. Não há como prever o que acontecerá no campo da cultura simplesmente porque não é possível saber ainda qual a extensão e duração dessa crise. Mas é fácil supor uma redução de investimentos das empresas privadas por conta do impacto da pandemia nos seus resultados financeiros e, no caso de recursos incentivados, essa redução ocorrerá também em função da flexibilização do pagamento de alguns impostos como medida de reforço econômico adotada por municípios e Estados.

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Ainda que seja difícil captar num momento caótico como esse, é válido elencar algumas atitudes proativas para colocar produtores, artistas, grupos, coletivos e instituições em geral mais próximos do sucesso num ano tão difícil.

Nesse momento é fundamental se aproximar daqueles que já foram ou são patrocinadores: é hora de ouvir, se mostrar parceiro, entender quais são suas demandas, se colocar à disposição para colaborar, estar presente e ser colaborativo. As empresas precisam inovar nas formas de comunicação com seus públicos - ter uma presença responsável nesse momento - e os projetos culturais podem ser um ótimo caminho para as marcas se posicionarem e se diferenciarem nesse momento. Converse, ouça, participe, fortaleça laços, mesmo que sem dinheiro envolvido num primeiro momento. Invista nessas relações. Também é fundamental:

- inovar, ser criativo, dinâmico;

- comunicar bem, estabelecer presença de forma qualificada junto aos seus diferentes públicos (interno, consumidor, parceiros, investidores...);

- diversificar fontes: para a sustentabilidade é fundamental ter mais de uma fonte de recursos e a crise mostra com muita clareza que não é possível sobreviver dependendo de um único financiador. É preciso conciliar geração de renda, recursos privados incentivados e diretos, recursos governamentais, de pessoas físicas e até mesmo investidores e parceiros internacionais;

- para as instituições perenes e sem fins lucrativos é vital investir em fundos patrimoniais e pensar no longo prazo.

Captar recursos é sempre um processo difícil e moroso e, por isso, esse tema merece vários pequenos artigos, como pílulas de ideias, compartilhamento de experiências e como estímulo para quem o vivencia. Sendo assim, a cada quinzena a Exibidor trará uma conversa sobre o tema. Acompanhe!

Daniele Torres
Daniele Torres

Daniele Torres é museóloga, com pós em história da arte, gestão cultural e comunicação empresarial. Atua há mais de 20 anos com leis de incentivo e captação de recursos. Sócia da Companhia da Cultura, gestora de projetos e consultora de Investimento Social Privado, e também sócia diretora do Cultura e Mercado, site e escola de cursos livres. Atualmente é também conselheira da Comissão de Direito das Artes da OAB-SP.

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