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24 Janeiro 2020 | Fernanda Mendes

Instituto britânico lança "Padrão Diversidade" para incentivar mudanças no mercado

Padrão aborda quatro critérios para as produções seguirem

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Filme "Judy" é uma das produções britânicas de 2019 que coloca uma mulher no papel principal (Foto: Paris Filmes)

O British Film Institute (BFI) publicou um estudo com suas descobertas iniciais sobre como as produções cinematográficas do Reino Unido aplicaram o chamado "Padrão de Diversidade", uma referência introduzida em 2016 para abordar a sub-representação nas indústrias de cinema e TV do país.

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O “Padrão da Diversidade” cobre aspectos como gênero, raça, etnia, orientação sexual, deficiência, idade, maternidade e classe social.

A análise mostra que os 235 filmes produzidos neste período de três anos conseguiram incluir mais diversidade tanto na frente como atrás das câmeras. Mas, ainda há um déficit grande quando se trata de cargos de liderança. “A partir deste estudo, e do que ouvimos na indústria, podemos ver que o “Padrão Diversidade” teve um impacto positivo, particularmente na pré-produção. No entanto, a análise também mostra que a mudança ainda é muito lenta e há muito trabalho para se fazer”, explicou Ben Roberts, novo chefe-executivo do Instituto.

É interessante observar que este estudo vem em uma boa hora, já que a maior premiação do entretenimento no Reino Unido, o BAFTA (British Academy Film Awards), foi bastante criticado justamente pela falta de diversidade entre os nomeados.

Mais interessante ainda é que, segundo o BFI, este “Padrão da Diversidade” já foi adotado pela premiação, assim como pela BBC Films, Paramount Studios e Film 4.

Por isso mesmo, o BFI também explicou que eles estudam maneiras mais efetivas de incentivar essas mudanças. A ideia é que os produtores se baseiem neste “Padrão da Diversidade” pelo menos até 2022. Dentre os requisitos deste “padrão”, os projetos devem mostrar um compromisso em pelo menos dois dos quatro critérios: representação na tela; liderança criativa; treinamento; e desenvolvimento da audiência.

Durante o período estudado pelo relatório, 90% das produções estudadas cumpriram os critérios mínimos para pelo menos dois dos critérios, 86% atingindo a meta de representação na tela e 74% para treinamento. Os padrões de liderança criativa e desenvolvimento de audiência foram atendidos em 67% e 25%, respectivamente.

O estudo também destacou as áreas que ainda precisam de melhorias significativas. Por exemplo, mais da metade dos filmes incluídos no relatório apresentavam etnias sub-representadas como “outros personagens e/ou coadjuvantes”, enquanto apenas um terço foi escolhido como papel principal ou importante para a trama. Esses grupos étnicos assumiram papéis de liderança em apenas 40% dos filmes, enquanto apenas 25% ofereceram papéis importantes para atores LGBTQ +.

Ben Roberts conta que essas descobertas ajudarão a organização "direcionar melhor as ações para ver uma adoção mais ampla do Padrão Diversidade em todo o setor".

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