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15 Abril 2020 | Fernanda Mendes

Fornecedores oferecem auxílio aos exibidores e lançam novas soluções para a quarentena

Portal Exibidor conversou com os principais fabricantes

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(Foto: ShutterStock)

Os cinemas estão fechados no mundo todo. Mas isso não significa que o mercado está parado. Pelo contrário, neste momento há que se trabalhar mais ainda. O Portal Exibidor já conversou com produtores, distribuidores, exibidores, e agora é a vez dos fornecedores, que ficam no backstage da magia do cinema e são fundamentais para aprimorar a experiência do espectador.

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Uma coisa é certa, nesta quarentena, os fornecedores estão estreitando mais ainda os laços com seus clientes para ajudá-los neste momento difícil. “A indústria está totalmente fechada e se é difícil para nós, fabricantes de soluções para os cinemas, nem podemos imaginar o quão difícil é para os exibidores que têm impostos a pagar enquanto não estão gerando receita nenhuma”, conta Jorge Dantas, diretor sênior da América Latina para a NEC.

Dantas explicou que na América do Norte a NEC lançou um novo plano que oferece juros zero e adia por 90 dias os programas de locação existentes. No Brasil, a NEC é representada pela Microsens S.A, que está oferecendo tarifas especiais para o aluguel dos equipamentos de 24 ou 36 meses. Além disso, a empresa está prestes a lançar uma extensão de garantia de 90 dias, para compensar o tempo em que os cinemas estão fechados.

A Cinionic, fabricante de projetores e outras soluções para os exibidores, também está com algumas ofertas para ajudar seus clientes. Além de criar um suporte especial em relação aos cuidados com os projetores em meio à quarentena, a joint-venture também estendeu por três meses a garantia dos projetores. “Assim como vocês, nós sabemos que os espectadores mal podem esperar pelo dia de retornar aos cinemas. Estamos ansiosos por este dia. Já estamos olhando para o futuro e garantindo que nossas equipes estejam prontas para apoiar os cinemas, pois eles vão reabrir para os espectadores quando for a hora certa”, contou Adam Cassels, vice-presidente global de marketing da Cinionic.

Luciano Taffetani, gerente sênior de vendas para cinema na América Latina da Dolby, definiu bem o momento em que a indústria passa: “É uma pausa, mas sem pausa, os desafios continuam”. Para o executivo, após a quarentena começa uma nova e complexa etapa para o setor, em que terá que lembrar aos espectadores, e convencer mais uma vez a muitos outros, que ir ao cinema é uma das melhores experiências de entretenimento. Por isso, essa é a hora para os exibidores agregarem ainda mais valor aos seus complexos, reformando, redesenhando e agregando novas atrações tecnológicas. “Ao mesmo tempo repensando em sua operação, estratégias comerciais e de marketing”, completa o executivo.

No Brasil a Dolby está realizando treinamentos remotos para as equipes técnicas dos exibidores e pensando em novas funcionalidades para o CineAssista, solução de acessibilidade de conteúdo. “Nos EUA, estamos trabalhando em novos modelos de alto-falantes e uma outra proposta bem ambiciosa relacionada com melhorias da imagem para todos os cinemas”, completou Taffetani.

Falando em acessibilidade de conteúdo, o Governo Federal estendeu o prazo até o dia 1º de janeiro de 2021 para que as salas ofereçam recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência visual e auditiva. Ainda não houve novidades sobre o assunto após o anúncio da pandemia, mas a ETC Filmes, que trabalha com a Riole na solução ProAccess, acredita que “a acessibilidade está ligada ao consumidor e retornará com a volta do público”, disse Cássio Koide, diretor geral da empresa.

Enquanto as salas estão paralisadas, a ETC continua firme em suas outras frentes, como as plataformas digitais. “Nosso relacionamento com produtores que trabalham com muita antecedência ao lançamento nas telas ou nos demais canais de distribuição é importantíssimo neste momento, pois essa demanda continua independentemente da atual situação das salas. Outro braço importante neste momento é o VOD, segmento onde atuamos como agregadores para os distribuidores nas principais plataformas. Esses trabalhos movimentam departamentos importantes da empresa como o de tradução e legenda”.

Sobre os cinemas, o diretor geral da ETC acredita que com a reabertura das salas, ainda haverá um gap para as pessoas retomarem a confiança de frequentarem ambientes fechados. “Espero que os cinemas consigam criar ações de segurança para o público, ações que de alguma maneira tragam confiança no retorno às salas”.

Sim, já há soluções deste tipo sendo criadas para o mercado brasileiro. A Ceth Engenharia que trabalha com a higienização de salas e telas, agora criou uma linha diferente de atuação para desinfecção de ambientes, inicialmente para outros segmentos, mas agora também para as salas de cinema e toda a área comum dos complexos. “Garantir ao cliente uma segurança sanitária é primordial para o sucesso e garantia de faturamento tão importante no retorno das atividades”, conta Everson Mendes, diretor executivo da empresa.

Inclusive, a CIELO, da empresa integradora de equipamentos de cinema CES+, acaba de anunciar o acesso gratuito ao seu produto CIELO QR, lançado recentemente, para gerenciamento de saneamento e desinfecção durante o surto de COVID-19. O objetivo é que as empresas possam gerenciar em tempo real a limpeza e desinfecção de áreas de alto tráfego, como banheiros, saguões e salas de descanso. Além de fornecer aos funcionários e clientes a visibilidade para ver quando e como a área foi limpa.

“Muitos analistas do setor observaram o interesse do consumidor por cinemas drive-in. Se isso vai ficar na moda ou não, não sabemos. Uma coisa é certa, o comportamento do consumidor será diferente após a Covid-19 e o futuro dirá o que os consumidores procurarão”, justifica o executivo da NEC.

“Os governos têm que dar lugar a ações reais e concretas como disponibilizar fundos financeiros e créditos de longo prazo. A indústria cinematográfica cria muitos empregos e a produção local simboliza e delimita a identidade de uma nação” finaliza Taffetani da Dolby.

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