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01 Fevereiro 2021 | Fernanda Mendes

Bilheteria brasileira tem queda de 95% no começo de janeiro, segundo ANCINE

Agência liberou números de 2020 e 2021 sobre o mercado exibidor brasileiro

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(Foto: iStock)

A ANCINE divulgou números importantes sobre o impacto da Covid-19 no mercado de exibição cinematográfica brasileiro. Segundo os dados coletados pelo Sistema de Controle de Bilheteria (SCB), a bilheteria em 2020 caiu cerca de 77%, registrando 39 milhões de espectadores, com uma receita em torno de R$ 630 milhões. Os dados só confirmam o levantamento feito recentemente pela Comscore, onde apontou uma queda de 78% da bilheteria brasileira.

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Em relação aos filmes nacionais, o lançamento do longa Minha Mãe É Uma Peça 3 (Downtown/Paris) na última semana de 2019 foi importante para que o ano de 2020 não perdesse totalmente a força. O filme bateu o recorde de título nacional com a maior arrecadação de bilheteria desde a retomada do cinema brasileiro em 1995, com uma receita em torno de R$ 180 milhões e público superior a 11 milhões de espectadores, sendo mais de 8 milhões em 2020. Sendo assim, Minha Mãe É Uma Peça 3 dominou as bilheterias nos primeiros meses do ano e representou, sozinho, mais de 95% do total de espectadores de longas brasileiros no ano, além de ter sido o filme com maior público total no ano.

Atrás da comédia nacional, entre os filmes mais vistos do ano, estão Frozen 2 (7,7 milhões de ingressos), Jumanji: Próxima Fase (3,3 milhões de ingressos), Sonic – O Filme (2,9 milhões) e Arlequina em Aves de Rapina com 1,9 milhões de ingressos vendidos. Todos lançados entre janeiro e começo de fevereiro.

Sobre o número de salas em funcionamento no país, os dados são bastante chocantes. Em dezembro de 2020, o Sistema de Controle de Bilheteria da ANCINE registrou o funcionamento de 2.378 salas, o que corresponde a cerca de 70% do total de salas em funcionamento em dezembro de 2019.

Os dados mostram que o percentual de salas em funcionamento se distingue drasticamente de região para região. Enquanto nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro o percentual de salas abertas em dezembro foi de quase 80% em relação ao mesmo período de 2019, em outros, como Rio Grande do Sul, esse valor não chegou a 10%. Essa diferença se dá por conta das medidas diferentes de restrição em cada Estado, sem contar na variação do avanço do Coronavírus em diferentes regiões.  

Aliás, em dezembro, outra grande diferença em relação à 2019 foi no número de espectadores por sessão. O mês de férias, conhecido por vender grande número de ingressos nos cinemas, teve em 2020, 13,1 espectadores por sessão, enquanto em 2019 esse número foi de 28,3 espectadores.  

Novo ano, vida nova?

Apesar da virada do ano trazer esperança, os números para o mercado exibidor brasileiro continuam caindo. A ANCINE divulgou que, nas duas primeiras semanas do ano, o Sistema de Controle de Bilheteria registrou queda de 95,23% do público nas salas de cinema, em relação às duas primeiras de semanas de 2020, atingindo apenas 756 mil espectadores, com uma receita de bilheteria em torno de R$ 12 milhões, uma redução de 95,12% para o mesmo período em 2020.

Com relação aos títulos brasileiros, a queda é ainda maior. Nas duas primeiras semanas, em relação ao mesmo período do ano anterior, o público e renda caiu em 99%.

Os números baixos são esperados não só pelo cenário pandêmico em que vivemos, mas também pela diferença na programação dos dois anos: 2020 contava com dois sucessos de bilheteria logo nas duas primeiras semanas de janeiro, Minha Mãe É Uma Peça 3 e Frozen 2.

Em entrevista recente ao Portal Exibidor, Ricardo Difini Leite, presidente da FENEEC (Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas), afirmou que esta diferença deve diminuir somente no segundo semestre do ano.  “Não temos a ilusão que 2021 será um ano muito bom. Estamos imaginando uma redução mínima em relação a 2019, de 35% a 40%, porque sabemos que as coisas se retardaram, em relação à vacina e à contaminação. Esse primeiro semestre ainda vai ser difícil, mesmo com os cinemas abertos, a frequência ainda é pequena e a resistência das distribuidoras em oferecer lançamentos, é uma situação que infelizmente é difícil”.

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