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21 Junho 2022 | Renata Vomero

Com crescimento gradual, mercado europeu deve se recuperar totalmente em 2023

UNIC divulgou relatório anual do setor na CineEurope

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(Foto: Divulgação)

A UNIC (União Internacional de Cinemas), que representa o setor de exibição em 39 territórios europeus, apresentou o Relatório Anual do Mercado na CineEurope, que está acontecendo até 23 de junho em Barcelona. Os dados, referentes a 2021, são otimistas quanto ao crescimento da indústria e apontam para recuperação total em 2023.

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“2022 será um ano crucial para a indústria. Os membros da UNIC estão confiantes de que a indústria cinematográfica sairá mais forte desta crise e que, como antes, o público continuará a desfrutar de filmes juntos, na tela grande”, comentou Phil Clapp, recém-designado Presidente da UNIC.

Segundo as informações do relatório, comparando com 2020, a venda de ingressos na Europa cresceu 36,4% no ano, somando 590 milhões de espectadores, com isso as bilheterias registraram renda de US$3,9 bilhões, um aumento de 40,8%.

É importante destacar que esses resultados foram alcançados mesmo com parte dos cinemas fechados nos primeiros seis meses do ano e depois operando com rígidas restrições de ocupação de salas, uso de máscara e apresentação de comprovante vacinal. É notório que o setor como um todo voltou a se esquentar a partir do segundo semestre de 2021.

E também isso tudo é comparado com 2020, seguramente um ano muito duro da crise, com cinemas fechados, desconhecimento e desinformação sobre o vírus, além da falta de grandes lançamentos nas telonas, que foram quase que integralmente adiados para a partir de 2021.

Desta forma, os filmes locais acabaram por perder um pouco do espaço no mercado em 2021, ano em que ficaram com 26,5% do share de mercado, valor maior do que comparado a 2019, quando fez 25,7%. Ainda assim, em 2020, 39,5% dos filmes exibidos na Europa foram locais.

Os países que mais se destacam nesta questão são França (40,6%), República Tcheca (38,3%), Sérvia (37%), Dinamarca (37%) e Noruega (28,1%). A UNIC ainda destacou que diversos títulos europeus quebraram recordes de bilheteria no ano.

Mas falando em bilheteria, como olhamos de uma perspectiva mais macro, a perda de arrecadação nos dois primeiros anos de pandemia é estimada em US$20 bilhões nos países da União Europeia e Reino Unido.  Pensando que a bilheteria na região em 2019 foi de US$9,3 bilhões (recorde histórico), caindo para US$2,8 bilhões em 2020 e US$3,9 bilhões em 2021. A previsão para 2022 é de que a bilheteria chegue a US$8,1 bilhões, isso deixa a indústria cada vez mais próxima dos índices pré-pandêmicos, o que deve acontecer em 2023.

Como tem sido apontado por diversos analistas, tanto na Europa, quanto na América do Norte, parte da razão para que a recuperação seja mais gradual do que o esperado é a queda no número de títulos, em 2019 foram cerca de 480 filmes lançados no território, em 2020 foram 250 e em 2021 foram 270.

Embora otimistas, a UNIC reforça a importância de se ter um olhar atento ao setor de exibição, bastante combalido nesta crise. Na Itália, por exemplo, apoios governamentais seguem sendo necessários para evitar mais fechamentos definitivos de cinemas.

“Embora os números aqui apresentados para 2021 sejam muito positivos, ainda é o caso de que estes continuam sendo tempos desafiantes para o setor cinematográfico europeu. Como consequência, todas as partes interessadas e formuladores de políticas do setor precisam continuar a buscar esforços para garantir a sobrevivência dos cinemas locais, independentemente de seu tamanho e localização”, ressaltou o executivo da associação.

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