05 Maio 2025 | Redação
Trump impõe tarifa de 100% sobre filmes feitos fora dos EUA e sacode a indústria do entretenimento
Anúncio provoca queda nas ações de estúdios como Netflix, Disney e Warner, e gera forte reação internacional
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou no último domingo (4) a criação de uma tarifa de 100% sobre filmes produzidos fora do país. A justificativa: proteger o cinema americano, que segundo ele estaria “morrendo rapidamente” por conta dos incentivos fiscais que outras nações oferecem para atrair grandes produções. As inforações são dos portais Variety, The Guardian e Reuters.
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A medida foi comunicada por meio de sua rede social, a Truth Social, onde Trump afirmou ter dado sinal verde ao Departamento de Comércio e ao Representante de Comércio dos EUA para começar a implementação da nova regra. Na visão do presidente, esses benefícios dados por outros países representam até mesmo uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos e são uma forma de “propaganda” disfarçada.
A notícia não foi bem recebida em Wall Street. Já na abertura do pregão regular desta segunda-feira, as ações de grandes empresas de entretenimento despencaram: Netflix recuou 3,3%, Disney caiu 2,4%, Warner Bros. Discovery perdeu 4,2% e a Paramount, 2,2%. A Lionsgate teve uma das maiores quedas, com mais de 7%. A queda foi mais severa do que o registrado pelos índices gerais do mercado, como o S&P 500 (-0,70%) e o Nasdaq Composite (-0,82%).
Fora dos Estados Unidos, a reação também foi imediata. Representantes da indústria cinematográfica no Reino Unido, Canadá e Austrália expressaram preocupação com os impactos que a tarifa pode ter nas parcerias internacionais e no fluxo de produções que movimentam suas economias locais. Muitos temem que a decisão de Trump afaste os estúdios americanos de filmarem fora do país, afetando empregos, receitas e oportunidades culturais.
Até agora não foram divulgados detalhes sobre quando a tarifa começa a valer ou como será aplicada na prática. Especialistas alertam que a medida pode desencadear uma série de retaliações comerciais e tensionar ainda mais as relações entre os EUA e seus aliados.
Um ponto curioso em meio à polêmica: um dos embaixadores culturais nomeados por Trump, o ator e diretor Mel Gibson, está atualmente em processo de produção da sequência de A Paixão de Cristo — justamente na Itália, que agora estaria entre os países afetados pela tarifa.
Com um histórico de exportação cultural forte e influente, o cinema dos Estados Unidos encara um momento de incerteza. O anúncio de Trump marca não só uma tentativa de reindustrialização cultural interna, mas também abre um novo capítulo de conflitos e negociações no cenário global do audiovisual.
Até o momento - e por se tratar de uma mensagem em rede social sem muitas explicações - a questão aborda as etapas de produção e pré produção e deixa no ar qual seria o impacto no restante da cadeia cinematográfica, como as distribuidoras e os exibidores. A repercussão inicial começa a levantar diversos questionamentos e o mercado aguarda, ainda que com receio, os direcionamentos que virão a partir do posicionamento de Trump, inclusive para filmes norte-americanos de sucesso que são gravados no exterior, como Avatar.
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