Exibidor

Publicidade

Notícias /mercado / Expocine 2025

02 Outubro 2025 | Gabryella Garcia

Visando fidelizar e criar conexão emocional com o público, experiência no cinema deve começar antes da exibição do filme

Utilizar espaço do cinema para além da exibição de filmes também ajuda a formar um novo público

Compartilhe:

(Foto: Portal Exibidor)

Finalizando os painéis do terceiro dia da EXPOCINE 25, especialistas do mercado se reuniram na Sala Spcine, no Hotel Renaissance, para debater formas de fidelizar clientes e também atrair e formar um novo público para os cinemas. O painel "Mais Valor, Mais Público: Qual é a Experiência que Transforma Clientes em Fãs Apaixonados Pelo Cinema?" contou com mediação de Kauê Ferraz, Diretor de Negócios do Grupo Consciência, e contribuições de Pablo Billard, Presidente da Cinépolis Brasil, Juliana Oliveira, Vice-Presidente do Seed of Dreams Institute, e Carol Guimarães, CEO da produtora WeDo! Entretenimento.

Publicidade fechar X

Na apresentação do tema, Kauê Ferraz trouxe o dado de que, em média, o brasileiro vai apenas uma vez por ano ao cinema. Na sequência, como uma forma de melhorar esse número, Billard apontou ser necessário um novo olhar sobre o que é a experiência do cliente no cinema. O executivo explicou que a frente da Cinépolis passou a "quebrar" a jornada/experiência do cliente em três partes: antes de ir ao cinema, o impacto com o produto ao chegar no cinema, e após a saída da sala de cinema.

"O que temos feito é trabalhar mais na prévia e no pós. Também focamos no meio, que é de extrema importância e onde ocorre o principal, mas trabalhamos na jornada prévia e começamos a vender nossos próprios ingressos em dezembro do último ano, e também criamos nosso clube de fidelidade que já tem mais de um milhão de usuários", explicou.

Pensando em outros pontos que devem ser melhorados ou aprimorados, Billard apontou que outro grande desafio é trazer o público para filmes médios e pequenos, uma vez que grandes filmes, por si só, costumam render bons números aos exibidores.

"No México, por exemplo, vemos uma frequência maior onde as pessoas vão três ou quatro vezes por ano aos cinemas, além de geralmente os filmes irem melhor lá do que aqui. Fizemos um estudo para entender quais filmes têm desempenho igual ou similar no Brasil e no México, e são os filmes grandes. Então temos que trabalhar mais nos filmes pequenos e médios para aumentar essa frequência que temos no Brasil", concluiu.

Além das reflexões trazidas pelo presidente da Cinépolis, Juliana Oliveira apontou que muitas vezes as empresas e cinemas acabam falhando em coisas básicas que fazem o cliente não ter uma boa experiência, e consequentemente não voltar ao cinema.

"Para a experiência ser mágica e encantadora para o cliente querer sair de casa, tem que ser algo muito positivo. Muitas vezes há falhas em entender a jornada do cliente, quais são os pontos de atrito e onde melhorar. Falhamos em coisas básicas como atendimento e ninguém quer sair de casa para ser maltratado. Precisamos entender muito bem a jornada do cliente para não falhar no básico, e ainda vejo essa perspectiva como um grande desafio. É preciso criar processos para que a experiência seja positiva do início ao fim", afirmou.

Outra alternativa apontada no debate para atrair mais público para os cinemas e até o fidelizar, é investir em outros tipos de conteúdos para além dos filmes. Carol Guimarães destacou que essa possibilidade ajuda a atrair um outro tipo de público que não está habituado a ir aos cinemas.

"O público está em muitos lugares e o cinema hoje pode ir além da exibição de um filme. Pode exibir jogos de futebol, eventos esportivos, shows e outras modalidades de arte. Abrir esse espaço para outras linguagens atrai um público que não necessariamente assistiria um filme, e falamos com uma geração que está muito desconectada do cinema. Isso aumenta o movimento e você oferece uma experiência dentro do que a pessoa gosta. Despertar esse olhar é uma forma de formar novos públicos", disse.

Kauê Ferraz completou dizendo que a experiência positiva está diretamente ligada à recorrência e fidelização do cliente, e mesmo que a pessoa assista um ótimo filme e coma uma ótima pipoca, não voltará ao cinema se não for bem atendida. "O título é parte importante da experiência, mas não é o único", destacou.

Na parte final do painel, Billard ainda abordou o aspecto emocional como outra importante ferramenta para atração e fidelização de clientes.

"Brindes promocionais são importantes porque tem um lado emocional das pessoas que querem manter a conexão com o filme. Isso faz muita diferença e fideliza o cliente", afirmou.

Mas, ainda antes do encerramento do painel, Kauê Ferraz, representando o Inova Cine, anunciou o lançamento oficial do Instituto Inova Cine. O projeto tem a missão de contribuir para que o mercado cinematográfico brasileiro alcance resultados superiores e sustentáveis, e atua nos pilares de inovação, educação e parcerias estratégicas. Exibidores e membros da indústria podem fazer parte do projeto para receber assessoria jurídica, contábil, suporte na captação de recursos, entre outros benefícios.

"Neste painel estamos trazendo elementos da jornada do cliente e da construção de uma comunidade porque queremos levar mais pessoas para o cinema. Pensando nesse objetivo, gostaria de anunciar em primeira mão o lançamento oficial do Instituto Inova Cine. O objetivo é contribuir para o mercado e sair dessa gangorra de ter ou não ter um blockbuster. Estamos com um time global de parceiros que acreditam na missão de transformar a realidade do cinema e levar mais pessoas para consumirem conteúdo e terem experiências maravilhosas", finalizou.

Confira como foi o terceiro dia da EXPOCINE 25.

Compartilhe:

  • 0 medalha