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09 Outubro 2025 | Redação

Estudo encomendado pela MPA mostra que audiovisual gerou R$ 70,2 bilhões para PIB do Brasil e criou 608 mil empregos em 2024

Segmento da Tv aberta ainda representa maior fatia do setor, mas VOD deverá ter maior crescimento nos próximos anos

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(Foto: Reprodução)

Na última segunda-feira (6), a MPA (Motion Picture Association) divulgou um estudo que reforçou a importância e impacto econômico do setor audiovisual na economia do Brasil. Intitulado "A Contribuição Econômica da Indústria Audiovisual no Brasil em 2024", o documento elaborado pela Oxford Economics destacou que a indústria gerou um impacto econômico total de R$ 70,2 bilhões, o que corresponde a 0,6% do PIB nacional, e sustentou 608.970 empregos em 2024.

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O estudo detalha a influência da indústria em termos de PIB, empregos e arrecadação de impostos, abrangendo toda a cadeia de valor do setor audiovisual, desde produtores, distribuidores,  revendedores e plataformas virtuais, até os fornecedores dos quais eles dependem. A atividade direta do setor audiovisual, ou seja, empresas e pessoas diretamente empregadas na criação, produção e distribuição de conteúdo audiovisual criou R$ 31,6 bilhões do PIB, o equivalente a cerca de 12% do setor de serviços públicos do Brasil, e gerou 121.840 empregos, o que é aproximadamente o mesmo tamanho da indústria de fabricação de produtos farmacêuticos e mais de 50% maior do que a força de trabalho da indústria automotiva. Além disso, a remuneração média mensal do setor é de R$ 6.800, 84% superior à remuneração média do país.

A contribuição econômica total, de R$ 70,2 bilhões para o PIB e 608.970 empregos, é alcançada com a inclusão dos efeitos indiretos e induzidos. Os impactos indiretos resultaram da aquisição de bens e serviços na cadeia de fornecimento, contribuindo com R$ 23,3 bilhões para o PIB e 288.180 empregos. Já os impactos induzidos, provenientes dos gastos do consumidor com salários, agregaram mais R$ 15,3 bilhões ao PIB e 198.950 empregos.

Vale destacar também que a atividade da indústria audiovisual no Brasil está associada a um efeito multiplicador significativo. Em 2024, para cada R$ 10 milhões de valor adicionado criados diretamente por entidades da indústria audiovisual, houve uma contribuição adicional ao PIB do Brasil no valor de R$ 12 milhões, provenientes da cadeia de fornecimento e dos consumos induzidos pelos salários, o que implica um fator multiplicador de 2,2 no PIB. Da mesma forma, para cada indivíduo trabalhando diretamente na indústria audiovisual brasileira, as atividades e as despesas da indústria também sustentaram quatro brasileiros em seu trabalho nos demais setores da economia, o que implica um fator multiplicador de empregos de 5,0.

Ainda de acordo com o estudo, o setor gerou pagamentos significativos de impostos para o governo brasileiro, com um valor total estimado em R$ 9,9 bilhões.

Em relação aos R$ 31,6 bilhões diretos gerados para o PIB, a distribuição é a seguinte:

  • - TV aberta | R$ 14,9 bilhões | 47%
  • - VOD | R$ 8,4 bilhões | 27%
  • - TV por assinatura | R$ 3,6 bilhões | 12%
  • - Produção e distribuição de filmes e TV | R$ 2,9 bilhões | 9%
  • - Exibições em cinema | R$ 1,7 bilhão | 5%
  • - Comercialização e reprodução | R$ 0,1 bilhão | 0,4%

Outro ponto de destaque do estudo foi o chamado "turismo de tela", quando pessoas pesquisam ou reservam uma viagem depois de verem o local em um programa de TV ou filme. Os números mostram que 53% dos viajantes pesquisados sofreram esse tipo de influência, provando que as produções cinematográficas e televisivas podem ser poderosos impulsionadores do turismo. A Netflix e a Embratur, inclusive, assinaram um acordo para promover o turismo audiovisual no Brasil.

Por fim, também vale destacar que o estudo encomendado pela MPA projetou uma taxa de crescimento anual e na geração de empregos para os seis subsetores do audiovisual entre 2024 e 2028:

  • - TV aberta | Crescimento anual de 1,4% na contribuição direta para o PIB e de 0,1% nos impactos diretos na geração de empregos;
  • - VOD | Crescimento anual de 10,2% na contribuição direta para o PIB e de 8,7% nos impactos diretos na geração de empregos;
  • - TV por assinatura | Crescimento anual de 0,3% na contribuição direta para o PIB e um decréscimo de 1,1% nos impactos diretos na geração de empregos;
  • - Produção e distribuição de filmes e TV | Crescimento anual de 4,7% na contribuição direta para o PIB e de 3,3% nos impactos diretos na geração de empregos;
  • - Exibições em cinema | Crescimento anual de 5,3% na contribuição direta para o PIB e de 3,9% nos impactos diretos na geração de empregos;
  • - Comercialização e reprodução | Por causa da retração do segmento devido à ascensão do VOD e ao crescimento da pirataria, a Oxford Economics não prevê crescimento para este subsetor entre 2024 e 2030.

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