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23 Dezembro 2025 | Yuri Cavichioli

Panorama da Ancine mostra movimento crescente das coproduções internacionais, que correspondem a cerca de 11% dos lançamentos no Brasil

Estudo aponta retomada gradual após a pandemia e reforça o peso das parcerias internacionais na dinâmica do mercado audiovisual

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(Foto: Divulgação)

ANCINE divulgou, por meio do Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual (OCA), o Panorama Coproduções Internacionais Brasil 2015–2024. O estudo reúne dados consolidados sobre a participação das parcerias internacionais na produção audiovisual brasileira ao longo da última década. Entre os dados, pode-se observar que, após alguns anos de mudanças mais bruscas, os três últimos tiveram uma constância no momento crescente de coproduções internacionais no Brasil.

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O levantamento analisa volume de obras, países envolvidos, tipos de produção, instrumentos legais e fontes de financiamento, além do desempenho comercial dos títulos. O objetivo é permitir a leitura de tendências e oferecer subsídios para a compreensão do papel das coproduções na estrutura produtiva do setor.

No período analisado, foram emitidos 2.327 Certificados de Produto Brasileiro para obras com destinação inicial às salas de exibição. Desse total, 242 títulos foram realizados em regime de coprodução internacional, o que representa uma participação média de 10,4% entre 2015 e 2024.

A participação das coproduções, no entanto, variou significativamente ao longo dos anos. Em 2016, o índice caiu para 5,4%, com 14 obras coproduzidas frente a 245 produções sem coprodução internacional. O ponto mais alto da série ocorre em 2021, quando as coproduções atingem 14% do total, com 27 títulos coproduzidos em um universo de 166 obras.

A partir de 2022, o estudo identifica uma trajetória de crescimento contínuo. A participação sobe para 7,4% em 2022, avança para 8% em 2023 e alcança 11% em 2024, indicando uma retomada gradual da atividade internacional após os impactos da pandemia.

Esse movimento está diretamente associado aos investimentos do Fundo Setorial do Audiovisual. Entre 2022 e 2024, o FSA destinou R$ 258 milhões ao financiamento de coproduções internacionais, viabilizando 115 novas parcerias e sustentando a recuperação do volume produtivo.

No recorte por tipo de obra, a ficção mantém ampla predominância, com 183 produções, equivalentes a 76,1% das coproduções finalizadas no período. Os documentários somam 53 títulos, enquanto a animação aparece de forma residual, com seis obras.

Do ponto de vista geográfico, o Brasil realizou coproduções com 37 países. A Argentina lidera com 68 participações, seguida por Portugal, com 49, e França, com 48. Uruguai, com 22, e Alemanha, com 21, completam o grupo dos cinco principais parceiros.

A distribuição regional evidencia a centralidade da Europa nas parcerias, que concentra 158 participações no período. A América do Sul soma 121 coproduções, impulsionada principalmente por Argentina e Uruguai. América do Norte e América Central registram 24 participações, enquanto Ásia e África aparecem de forma pontual, com dois e cinco registros, respectivamente.

Na conclusão, o panorama indica que as coproduções seguem como instrumento estratégico para financiamento, circulação e posicionamento internacional do audiovisual brasileiro. Com obras ainda em finalização, novos acordos em negociação e a diversificação das janelas de exibição, o estudo aponta para um cenário de consolidação das parcerias internacionais como vetor estrutural do mercado nos próximos anos.

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