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06 Janeiro 2016 | Fábio Gomes

Executiva da Google fala sobre a nova forma de se consumir entretenimento

Débora Bonazzi explica as mudanças ocasionadas pela internet

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(Foto: Expocine 2015)

Cada vez mais é possível entender o espectador pelo seu comportamento na internet e, durante a Expocine 2015, Débora Bonazzi, Head of Media and Entertainment da Google Brasil, falou o que a web pode ensinar aos exibidores sobre esse novo público, cada vez mais exigente e menos conectado com a televisão.

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“Sem dúvida nenhuma, a internet foi o grande agente de mudança da nossa sociedade. Mudou como pagamos as contas, como compartilhamos fotos, mudou como nos comunicamos, como consumimos conteúdo e mudou, especialmente, como consumimos entretenimento. Isso mudou muito”, afirmou.

Em pouco mais de dez anos, o mundo inteiro se transformou por conta da web. No Brasil de 2002, o brasileiro passava pouco mais de 30 minutos conectado. E, atualmente, a internet só não conta com uma penetração tão grande quanto a televisão aberta e o rádio por conta de uma questão de infraestrutura. “O tempo que a gente gasta consumindo mídia no País realmente está dentro da internet”, afirmou.

O Google realizou uma pesquisa visando tentar entender o que é o novo entretenimento para esses espectadores que vivem com a internet e para 54% das pessoas significa se divertir, enquanto para 36% significa escapar da realidade, sendo que a segunda resposta impactou mais o público jovem entre 18 e 34 anos que convive com mais facilidade com celulares e os utilizam para se desligar do mundo.

“Essas escapadinhas é um conceito chamado micro-momento. Por exemplo, meu micro-momento aconteceu no táxi, enquanto vinha para cá. Precisava reservar um restaurante para almoçar com minha família no feriado e vi os releases no celular e escolhi. No passado, esse micro-momento seria uma espera forçada, olharia a paisagem, o trânsito, mas nesse momento eu resolvi a minha vida”, afirmou.

A executiva explicou, então, que o celular pode ser de grande auxílio para os exibidores, uma vez que durante o caminho a pessoa pode escolher o filme que deseja assistir ou até mesmo decidir ir ao cinema mais próximo. 

Mudança na forma de se consumir entretenimento

Enquanto o público mais velho ainda prefere utilizar televisão, jornais e revistas para se entreter, os jovens veem assistir vídeos online como sinônimo de entretenimento moderno. “Os targets mais novos tem um perfil ativo, totalmente interativo. Ele quer meios onde pode ter o controle. Até 2019, um estudo dos EUA diz que a média de idade do espectador do horário nobre americano vai ser de 50 anos, pois todo target mais jovem vai continuar consumindo, mas estará mais próximo da internet”, explicou Bonazzi.

O universo de televisão aberta conta no Brasil com 190 milhões de brasileiros, enquanto a internet tem 120 milhões e a TV paga tem 60 milhões. “Isso quer dizer que 60% da população está conectada, sendo que 95% do público que vai ao cinema tem internet em casa e isso mostra que não tem como um meio estar desassociado do outro. Se você precisa conversar com esse espectador, está aqui a resposta”, explicou.

Atualmente, a internet é o principal influenciador na hora de escolher um filme, segundo a analista. “O espectador vai para internet ver o release do filme, ver o trailer, ver o horário, ver a avaliação dele fora do Brasil... Quase 56% das pessoas falam que sem a internet o programa cinema não seria a mesma coisa”, completou.

A executiva diz que 89% das pessoas buscam o filme na internet antes de ir ao cinema e o que estiver lá terá influência. Além disso, ela garante que a internet ajuda os espectadores a se planejar e a maioria deles se programa entre dois e cinco dias de antecedência.

“É uma plataforma onde você pode influenciar o espectador que está indeciso, que não sabe o seu horário, uma vez que eles buscam o endereço, o horário, veem se é possível comprar online o ingresso... Ou seja, o processo inteiro passa pela internet e muito dentro da busca do Google”.

O YouTube também ganhou destaque e artistas como Kéfera Buchmann e os do canal Porta dos Fundos apareceram pela plataforma e mudaram a forma de se consumir entretenimento. Agora, o site já realiza até um evento chamado Fan Fest, que coloca os YouTubers ao lado dos fãs.

“Aqui no Brasil os estúdios ainda estão engatinhando, tentando entender como usar essa audiência, como influenciar esse público com essas ferramentas”, finalizou.

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