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10 Fevereiro 2017 | Vanessa Vieira

Evento na Bélgica debate panorama da inovação nos cinemas europeus

Entidade que representa exibidores de 36 países apresentou estudo sobre situação atual da região

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(Foto: UNIC)

Nesta quarta-feira (08), a Union Internacionale des Cinémas – UNIC (União Internacional de Cinemas, em tradução livre) realizou um evento no Parlamento Europeu em Bruxelas, Bélgica. A entidade representa associações de exibidores de 36 países, incluindo territórios europeus, russo, turco e israelita que somam mais de 33 mil telas. Além de membros-chave do Parlamento, o encontro reuniu tomadores de decisão do mercado cinematográfico mundial e europeu.

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No evento, a UNIC apresentou o estudo “Innovation and the Big Screen” (Inovação e a Telona, em tradução livre) e debateu o futuro do cinema na Europa “digital” por meio de painéis sobre estratégias de crescimento para o setor e as políticas europeias que promovem a inovação no cinema.

De acordo com a pesquisa, os exibidores dos territórios representados pela entidade registraram aumento de 6% na venda de ingressos em relação a 2014 com um total de 1,2 bilhão de entradas em 2016. Em renda, foram arrecadados € 8,8 bilhões (US$ 9,4 bi) no ano passado, apresentando crescimento de 12,5% em comparação a 2014. Na quantidade de visitas anuais ao cinema por pessoa, a França e a Irlanda lideram com uma média de 3,3. Em seguida vem a Espanha com 2 visitas por ano. Os filmes que mais se destacaram nas bilheterias europeias em 2016 foram Rogue One: Uma História Star Wars, Zootopia, Animais Fantásticos e Onde Habitam e Pets – A Vida Secreta dos Bichos.

Dessa maneira, nota-se que o mercado de cinema da Europa já é consolidado, com médias de visitação por ano relativamente altas e crescimentos moderados em bilheteria. Porém, o reporte afirma que ainda há espaço para o setor crescer na região desde que se coloque o espaço físico cinema como centro da estratégia local para o crescimento de todos os âmbitos da indústria cinematográfica.

“Ainda que bem-intencionada, a abordagem europeia para com o cinema exagerou suas contribuições culturais e econômicas, enquanto subestimou a importância de promover um ecossistema cinematográfico justo, competitivo e culturalmente diversificado. O desenvolvimento de uma estratégia de inovação abrangente para o setor cinematográfico europeu poderia ajudar a ‘recalibrar’ esta abordagem”, explica o estudo.

Em prol da inovação, os exibidores apontados na pesquisa têm apostado na diversificação de ofertas e modelos de negócios com foco principalmente na adoção de novas tecnologias posteriores à digitalização do negócio cinema. As redes representadas pela entidade, inclusive, investiram mais de € 1,5 bilhão (US$ 1,6 bi) na transição do 35mm para o digital na última década.

Nesse sentido, o estudo também aponta que a experiência cinematográfica está cada vez mais digitalmente conectada e mais ligada ao conceito de evento. Por conta disso, as redes sociais e o mobile são considerados “elementos centrais” do ato de ir ao cinema, tanto que mais de 50% dos espectadores europeus discutem sua experiência com a telona nas redes e mais de 80% assistem trailers online. Por conta disso, o estudo expõe diversos cases de apostas dos exibidores no universo web como o da Odeon, que adotou uma solução de chatbot (robô para resposta automática) com o Messenger do Facebook para responder melhor e mais rapidamente os usuários que a procuram pela rede.

Entre as principais tendências do mercado exibidor no estudo estão a maior adoção de salas Premium Large Format – PLFs (já são 2,1 mil no mundo), poltronas premium, design diferenciado para o cinema, uso de análise de dados para prever audiências e identificar preferências, precificação dinâmica, experiências diferenciadas nos lobbys e instalação de sistemas de som imersivo (3 mil instalações no mundo), além de modelos como os de cinema de arte ou que incluam atividades da comunidade local.

Novidades tecnológicas de qualidade de imagem como o High Frame Rate – HFR e o High Dynamic Range – HDR também estão bem cotados na pesquisa, assim como o crescimento do chamado cinema evento, setor que promete entregar € 1 bilhão (US$, 1,07 bi) de bilheteria até 2019 nos territórios representados. No âmbito social, aparecem também a acessibilidade de conteúdo e o crescimento da importância do cinema na economia, cultura e revitalização de regiões. Isso sem contar a responsabilidade dos exibidores de promoverem ações que ajudem a formar público entre as novas gerações.

Durante o encontro, os participantes também foram convidados a conhecer uma experiência em realidade virtual apresentada pela Powster. A tecnologia foi considerada ainda uma incógnita no documento da UNIC, mesmo com a afirmação de que já existam altas expectativas sobre ela no mercado, que ainda está em fase de experimentação.

Confira o estudo completo.

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