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14 Novembro 2018 | Roberto Sadovski

5 filmes para celebrar a diversidade no cinema do Século 21

Com a chegada do Dia da Consciência Negra reveja algumas produções que sinalizam a vitória da representatividade

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O longa "Corra!" (Foto: Universal Pictures)

Se a arte é um reflexo da sociedade, essa diversidade ainda não ganha paralelo no cinema. Aos poucos, porém, cineastas e artistas afro descendentes ganham mais espaço em um cenário antes dominado por um único matiz. O cinema já teve filmes essenciais para celebrar a diversidade, como Os Donos da Rua, Faça a Coisa Certa e A Cor Púrpura. O novo século, e os movimentos pró-diversidade como o #OscarSoWhite ajudaram a aumentar a conscientização para que esse mesmo espelho colocasse a pluralidade da sociedade em cena. No século 21, estes cinco filmes são grandes vitórias para mostrar que a arte pode sempre triunfar contra o preconceito, desenhando um mundo mais justo, mais diverso e mais espetacular. 

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12 ANOS DE ESCRAVIDÃO

O filme de Steve McQueen, que acompanha mais de uma década do aprisionamento sem sentido no século 19 de Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor), é poderoso como realização cinematográfica (foi premiado com o Oscar de melhor filme), mas também é uma jornada dolorosa para acompanhar. É um filme sobre desumanização, sobre o limite de sofrimento que um ser humano é capaz de suportar até que ele precise esconder sua personalidade e sua indignação ante seu opressor com o simples objetivo de sobreviver. A história de Northup termina sendo uma pergunta jogada para a plateia, que não pode evitar em acompanhá-lo em sua espiral descendente em que um ser humano é obrigado a se reduzir a um objeto na mão de seus algozes: somos os oprimidos, ou somos os opressores? 

SELMA

A diretora Ava Duvernay não pegou em uma câmera até os 32 anos de idade, e ela tinha 40 quando dirigiu David Oyelowo e Oprah Winfrey neste recorte de um momento fundamental na vida do líder do movimento negro Martin Luther King. Selma – Uma Luta Pela Igualdade é um triunfo ao retratar King não como um ícone, mas como um homem complexo, que lida com falhas, dúvidas e anseios, optando por não colocá-lo num pedestal, e sim nas ruas, ao lado de seus pares. A Marcha para Selma, movimento primeiro reprimido violentamente pelos poderes estabelecidos, mas depois triunfante em sua jornada pela paz, tem sua história humanizada e absorvida com sucesso pelas lentes de Duvernay, que saiu do filme ignorada pelo Oscar, mas triunfante como uma força a ser reconhecida na indústria.

PANTERA NEGRA

A Marvel demorou uma década para colocar seu maior herói negro como protagonista, mas a espera foi recompensada com uma bilheteria bilionária, que traduziu um filme que transcendeu as salas de exibição para se tornar um fenômeno cultural. O diretor Ryan Coogler usou a história do Pantera Negra, monarca de uma nação africana que calha de ser o país mais desenvolvido tecnologicamente e socialmente do planeta, para tecer uma jornada do herói rica e empolgante, acentuada por um vilão com um plano que, no fim das contas, buscava o equilíbrio de uma conta racial milenar. A maior prova que entretenimento de massa pode – e deve! – ser também veículo de conscientização e de celebração para a diversidade.

CORRA!

Jordan Peele lapidou seus talentos atrás da câmera em programas do canal Comedy Central, onde ele encontrou o humor no racismo. Mas Corra! pegou todos de surpresa com seu comentário ácido sobre as posições raciais na sociedade ao acentuar esses papéis em uma trama de terror e ficção científica sobre perda de identidade, subvertendo a expectativa do público ao mesmo tempo em que espalha pistas de sua narrativa ao longo do filme. Daniel Kaluuya é o protagonista, um negro que namora com uma mulher branca que, em um fim de semana na casa dos pais da moça, descobre que o termo “apropriação cultural” pode esconder intenções ainda mais danosas e surpreendentes.

MOONLIGHT

Desde que estreou no circuito dos festivais em 2016, o drama dirigido por Barry Jenkins surpreendeu pela honestidade que contou a história de Chiron, garoto negro e gay, que busca fazer sentido de sua identidade e de seu lugar na sociedade – não o que ela lhe impõe, mas o que ele busca conquistar. Dividido em três linhas temporais, mostrando o personagem em sua infância, adolescência e idade adulta, Moonlight escancarou feridas que a plateia, atordoada, sequer sabia que estavam longe de cicatrizar. Uma produção corajosa, executado por talentos acima da média, que foi premiado com o Oscar de Melhor Filme.

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