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03 Junho 2022 | Renata Vomero

Em nova estratégia para recuperação, Netflix deve desacelerar ritmo de lançamentos

Plataforma deve focar em projetos mais robustos para sustentar as assinaturas

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(Foto: Divulgação)

Em abril, a Netflix remexeu o mercado ao registrar, pela primeira vez, uma perda trimestral, entre janeiro e março, de 200 mil clientes. A informação chocou bastante a indústria, ainda mais com a previsão de mais perdas até o meio deste ano.

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No entanto, pensando em formas de reverter essa tendência que se desenha, a gigante do streaming recalculou sua rota e criou uma nova estratégia para se reposicionar no mercado. Segundo reportagem do The Hollywood Reporter, o novo lema da plataforma é: “Bigger, better, fewer” (Maior, melhor e menos, em tradução livre).

Com isso a ideia será lançar menos filmes, mas que estes tenham maiores investimentos para que, inclusive, possuam ainda mais qualidade. Aliás, essa foi uma das principais questões apontadas como possível causa na perda de assinantes em abril: quantidade em detrimento da qualidade.

Segundo fontes do veículo, ao invés de fazer duas produções no valor de US$ 10 milhões, a ideia, por exemplo, é fazer uma com US$20 milhões. “O objetivo será fazer a melhor versão de algo em vez de baratear por causa da quantidade”, disse uma das fontes ao The Hollywood Reporter. 

E talvez seja esta justamente a pegada das produções agora, embora ainda haverá conteúdos de alto orçamento, caso de Agente Oculto, dos irmãos Russo, que custou US$200 milhões. Ou mesmo da franquia Entre Facas e Segredos, que foi adquirida pelo valor milionário de mais de US$400 milhões.

Estes estão sendo considerados filmes eventos dentro do streaming e terão posição estratégica de movimentar a plataforma e atrair mais clientes. No entanto, esta não será a regra.

Nos últimos anos, especialmente nestes dois de pandemia, a Netflix reforçou seu catálogo atraindo grandes talentos da indústria e oferecendo a estes carta branca – ou cheques em branco – para produzirem seus filmes. As fontes ouvidas pela reportagem do veículo estadunidense afirmam que isso não deve mais acontecer, com os investimentos variando entre filmes de médio ou baixo orçamento e estes considerados eventos.

Desde o anúncio da queda de assinantes e a consequente desvalorização da empresa na bolsa de valores, a Netflix vem desenvolvendo caminhos para conseguir recuperar as perdas, tanto em receitas, quanto em clientes. 

Uma leva de demissões já chegou a acontecer na companhia, no entanto, uma das medidas consideradas está sendo trabalhar em uma alternativa mais acessível do serviço, sendo este apoiado por publicidade. Isso foi pensado tendo em vista as reclamações ao preço da assinatura, que subiu de valor no último ano.

Se soma a isso uma questão que vem incomodando os executivos já há algum tempo: compartilhamento de senhas. Segundo a empresa, 100 milhões de lares usam a plataforma sem pagar pela assinatura, sendo assim, a empresa anunciou que estuda uma possibilidade de cobrar alguma taxa extra nestes casos de acesso compartilhado.

Mesmo com as perdas registradas no primeiro trimestre do ano, a Netflix soma 221,6 milhões de assinaturas globais.

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