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24 Outubro 2016 | Vanessa Vieira

Aquisição da Time Warner pela AT&T pode mudar mercado de entretenimento

CEO da Warner Bros. pediu aos colaboradores do estúdio que “mantenham o foco” durante processo de compra

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(Foto: AT&T | Time Warner)

Na última sexta (21), a AT&T, gigante da telefonia norte-america, estúdio e empresa ligada à televisão paga, anunciou a aquisição da Time Warner por cerca de US$ 85 bilhões, que serão pagos metade em dinheiro e metade com ações. O acordo é considerado o maior do setor de mídia e entretenimento desde a compra da NBCUniversal pela Comcast em 2011. Vale lembrar que, em 2014, a Fox teria oferecido cerca de US$ 80 bilhões para comprar a Time Warner, mas teve sua oferta recusada.

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A aquisição tornará a AT&T uma gigante da mídia tanto em produção de conteúdo original quanto no setor de distribuição cinematográfica e televisiva. Afinal, a Time Warner conta com o estúdio Warner Bros. Pictures e com canais de TV paga como HBO e CNN. Além disso, o negócio fortalecerá a empresa também no setor de telecomunicações, que está saturado nos EUA, graças aos conteúdos exclusivos da Time Warner.

No entanto, apesar da proposta de aquisição já ter sido oficializada pelas empresas, ela ainda terá de ser aprovada burocraticamente nos Estados Unidos, o que será dificultado pela recepção negativa do acordo tanto pelo mercado do país quanto no meio político. Ainda assim, as outras majors de Hollywood ainda não se posicionaram sobre o assunto.

Preocupação antitruste

A compra da NBCUniversal pela Comcast em 2011 ainda gera opiniões negativas tanto no setor de entretenimento quanto no meio político, assim, isso deve impactar na aceitação do acordo entre AT&T, avaliada em US$ 230 bilhões nos EUA, e Time Warner, avaliada em US$ 69 bilhões.

Políticos estadunidenses já se posicionaram contra a parceria. Tanto o candidato republicano à presidência do país, Donald Trump, quanto um porta-voz da candidata democrata, Hillary Clinton, pronunciaram-se sobre o acordo. O primeiro se colocou como totalmente contrário ao negócio e prometeu proibir o acordo se eleito. Hillary já foi mais neutra, afirmando que tem preocupações e reservas quanto à parceria, mas que é necessário verificar uma série de informações antes de se formar uma conclusão sobre o assunto.

No entanto, quem pode barrar mesmo o negócio é o Departamento de Justiça do país, não o presidente. O comitê de avaliação deve ser realizado em novembro deste ano.

Em comunicado oficial Randall Stephenson, presidente da AT&T, afirmou que a concorrência do setor não será reduzida pela negociação com a Time Warner. A expectativa da companhia é que o processo de aquisição seja finalizado completamente no fim de 2017 devido ao tamanho das empresas. Caso a Time Warner desista do acordo, terá de pagar US$ 1,7 bilhão à empresa de telecomunicações.

Visão de dentro

De acordo com o portal Variety, os executivos da Time Warner acreditam que a venda para a AT&T será menos impactante do que seria a compra da empresa pela Fox, já que existiria mais mercados e setores em comum do que no caso da companhia de telecomunicações.

O CEO da Warner Bros., Kevin Tsujihara, pronunciou-se aos colaboradores do estúdio e distribuidora afirmando estar animado com o acordo comercial. Tsujihara também pediu aos colaboradores que mantenham o foco durante o processo de aquisição, que deve trazer um melhor posicionamento global para a major. Para ele e para o CEO da Time Warner, Jeff Bewkes, a parceria não se trata de “cortar ou reduzir custos”, mas sim de oportunidades de crescimento para a expertise da companhia em criar conteúdo de nível mundial.

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