Exibidor

Publicidade

Notícias /mercado / Especial Evolução do Mercado

06 Julho 2018 | Natalí Alencar

Novas tecnologias: "Sucesso ou insucesso, dependerá de como iremos lidar", diz Luis Ciocler

CEO da Centauro comenta como tem acompanhado transformações no mercado

Compartilhe:

(Foto: Expocine16)

A segunda entrevista do ‘Especial Evolução do Mercado’, do Portal Exibidor, é com o CEO da Centauro, Luis Henrique Ciocler. O profissional comentou o quanto as mudanças ocorridas ao longo dos últimos dez anos mudou processos no mercado, mas também trouxe oportunidades, especialmente com a digitalização.

Publicidade fechar X

Mais do que acompanhar tudo isso, ele também cita a necessidade de preparar os profissionais para que eles tenham condições técnicas para dar o suporte necessário, não fazendo com que os exibidores sejam tratados como “laboratório”.

“Profissionalizar seria mais adequado que evoluir já que não existe evolução sem profissionalização e lamentavelmente ainda presencio falta de profissionalismo em nosso mercado. Vejo soluções e tecnologias sendo implantadas de forma indiscriminada e sem critério com a única premissa de promover ‘pseudo’ economia de recursos aos exibidores”, comentou.

Confira abaixo na íntegra.

Aproveite e reveja a entrevista com a Barco e a matéria na Revista Exibidor nº 29.

Portal Exibidor - Como enxerga a evolução do mercado de exibição nos últimos 10 anos? Quais foram as principais mudanças ocorridas e o que foi mais marcante para a sua empresa?

Luis Henrique Ciocler - A digitalização das salas definitivamente trouxe uma revolução no binômio distribuição-exibição já que o formato digital possibilitou – ao menos em teoria, uma distribuição de conteúdo de forma capilarizada. Já na exibição a digitalização abriu novas possibilidades de receitas aos exibidores que passaram a comercializar a publicidade em tela de uma forma mais rentável e com maior volume.

Para a Centauro a digitalização trouxe novas oportunidades e uma delas foi a criação de uma plataforma de monitoramento (mais conhecida como NOC). Investimos recursos financeiros, tempo e conhecimento e com o espírito inovador que sempre fez parte de nossa rotina fomos ofertar pioneiramente aos exibidores uma solução de monitoramento remoto e manutenção prevento-corretiva de das salas de cinema – o que aconteceu em meados de 2011.

 - Quais foram os feitos de sua empresa neste intervalo de tempo que pode destacar como marcos ou contribuições de extrema relevância para o crescimento do mercado?

A digitalização também fez a Centauro Cinema passar por adaptações e transformações em seu modelo de negócios e passamos a desempenhar um importante papel de consultoria técnica. A combinação de equipamentos disponíveis no mercado passou a ser um algoritmo de difícil solução para os exibidores e com este cenário acabamos fortalecendo as parcerias existentes uma vez que os exibidores tiveram que delegar a escolha dos equipamentos a empresas de sua confiança.

- Quais são os planos de sua empresa para continuar inovando e trazendo outras contribuições?

Em nossa trajetória de 82 anos sempre tivemos uma postura mais conservadora no que tange a implantação de novas tecnologias, pois entendemos que as salas de cinema não devem ser tratadas como laboratório. Preferimos observar os resultados em outros mercados e ofertar as novas tecnologias somente quando estas passem a ter um resultado mais contundente do ponto de vista operativo. Esta tradição reflete nosso compromisso primário com os exibidores.

- O que o mercado ainda precisa evoluir e como acreditam que será a exibição daqui mais dez anos?

Profissionalizar seria mais adequado que evoluir já que não existe evolução sem profissionalização e lamentavelmente ainda presencio falta de profissionalismo em nosso mercado. Vejo soluções e tecnologias sendo implantadas de forma indiscriminada e sem critério com a única premissa de promover ‘pseudo’ economia de recursos aos exibidores, mas o que acaba acorrendo é um resultado técnico ruim que na maioria das vezes é irreversível. Como exemplo cito algumas implantações sem cabine (conhecidas como boothless) que prometem economia oriunda na construção civil mas acabam comprometendo a operação, a vida útil dos equipamentos e a qualidade das exibições – que em meu entender deveria ser a primeira preocupação de quem decidi abrir uma sala de cinema.

Difícil prever o que acontecerá daqui há dez anos em termos de tecnologia, pois sequer sabemos para onde o modelo de exibição irá caminhar. OLED? Realidade virtual? Holografia? É certo que o sucesso ou insucesso das tecnologias e operações dependerá de como todos nós iremos lidar com isto.

Compartilhe:

  • 0 medalha