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30 Novembro 2021 | Renata Vomero

Estudo analisa resistência da volta ao público aos cinemas da América do Norte

Preço e insegurança estão entre principais razões de quem não retomou

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(Foto: iStock)

Um estudo encomendado pela Quorum, empresa de pesquisa de cinema, se propôs a analisar o comportamento do público norte-americanos nesta retomada aos cinemas com o maior controle da pandemia e blockbusters de volta.

A pesquisa contou com 2.500 entrevistados considerados cinéfilos antes da pandemia e os resultados apontam para respostas que precisam ser analisadas pelos exibidores para terem de volta as audiências de antes da crise. As informações são da Variety.

Um dado bastante importando foi de que 49% dos entrevistados disseram terem ido uma vez no cinema desde a reabertura, mas que não o fizeram mais.  Dois são os fatores apontados pelos participantes para a relutância à sala escura: insegurança e preço.

Neste ponto o estudo sugere que os cinemas apliquem a obrigatoriedade da apresentação do comprovante de vacinação e também que trabalhem com ações promocionais para que o público se sinta atraído para voltar à sala escura.

59% dos entrevistados dizem não se sentir seguros nos cinemas ainda e cerca de 33% ressaltaram que se os cinemas exigissem o comprovante de vacinação, se sentiriam mais confortáveis de ir ao espaço. 30% estão tranquilos em apresentar seus comprovantes, já 20% discordam da medida.

“O tempo está passando. Quanto mais tempo os exibidores levarem para abordar essas questões, mais provável será que o comportamento de não ir ao cinema seja definido”, ressaltou o relatório.

O estudo foi divulgado logo depois do feriado de Ação de Graças, um dos mais importantes do ano para os cinemas da região. Embora os números sejam animadores, a bilheteria caiu quase US$100 milhões se comparado aos números de antes da pandemia.

Alguns outros números mostram que 16% das pessoas que não voltaram aos cinemas ainda, não se imaginam fazendo isso tão cedo. No entanto, 58% delas querem voltar assim que se sentirem mais seguras.

Além da questão da segurança, um dos pontos mais importantes ressaltados pelo estudo foi a questão do preço. 70% do público que seguiu indo ao cinema durante a pandemia e 66% dos que foram com menor regularidade disseram que iriam mais vezes caso o custo fosse mais baixos.

As opções de bombonière não foram deixadas de lado, já que estes mesmos entrevistados disseram que gostariam de ver opções melhores, como drinks e comidas mais saudáveis, inclusive. O preço das comidas também foi relatado. 65% dos participantes disseram achar os valores muitos caros para se alimentar no cinema.

O relatório destaca o quanto as redes estão trabalhando para criarem seus próprios programas de fidelidade, que garantem preços atrativos para o público, no entanto, quase 50% dos entrevistados disse não conhecer essas iniciativas ou acha-las muito complexas para usar.

Inclusive, parte do debate dos encontros do mercado tem sido exatamente como melhorar a experiência dos consumidores, incluindo na questão da precificação. Na CineEurope, que aconteceu em outubro deste ano, os exibidores comentaram que precisam pensar em ações afetivas e assertivas neste sentido, entendeu o comportamento das audiências.

No Brasil, os hábitos estão um pouco diferentes, no entanto, na Expocine deste ano, que aconteceu há duas semanas, este também foi um tema comentado pelos players da indústria. Para além disso, se destacaram a importância de trabalhar com uma experiência mais aprimorada para que as pessoas se sintam atraídas para as grandes salas.

Para os executivos brasileiros, o principal caminho para  o sucesso da indústria será unir bons conteúdos, boas experiências e boas promoções.

 

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