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28 Dezembro 2016 | Marcelo Lima

Brasil tem potencial para entregar blockbusters

Bilheteria de filmes brasileiros comprova que o País também produz sucessos

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(Foto: Facebook Fábio Porchat/ Instagram Devlyn Schill)

Sim, nós sabemos fazer blockbusters!

Em abril do ano passado o ator e humorista Fabio Porchat postou em seu Facebook uma foto de um complexo de cinemas da Cinematográfica Araújo de Bauru-SP acusando uma certa “competição desleal“ entre o cinema americano e o cinema nacional. Na época, o ator estava se preparando para lançar Entre Abelhas, quatro semanas após a estreia de Velozes e Furiosos 7, o segundo maior lançamento de 2015 no país com público de quase 10 milhões.

Porchat dizia em seu postAgradecer ao Sr. Araújo do Multiplex do Bauru Shopping por estar ajudando tanto o cinema nacional.#TaFodaCompetir". Quase dois anos depois, temos um post com imagem quase idêntica só que com maior presença de um filme nacional, enviado pelo internauta Devlyn Schil, um usuário de cinema e, pelo perfil analisado, nunca trabalhou com cinema e é apenas um frequentador da sétima arte. Mas, sem querer, ele conseguiu retratar que o sucesso de cinema não tem cor, raça, sexo e muito menos nacionalidade. Se o filme é bom, ele vai fazer sucesso de qualquer maneira.

Em uma matéria divulgada ontem pelo site Pipoca Moderna, mais um erro que parece fechar os olhos para o potencial do mercado brasileiro. A notícia “Bilheteria inflada de Minha Mãe é uma Peça 2 revela que distribuidoras contabilizam mais de mil salas inexistentes no Brasil”, não contou com o fato de que uma mesma sala de cinema conta diversas sessões ao longo do dia. Ou seja, a bilheteria não foi inflada, mas um filme nacional novamente se confirmou como sucesso.

Precisamos parar com esse rótulo de que o Brasil não tem seus blockbusters. Produto bom comercialmente não é só o que vem de fora.

Todos que trabalham seriamente na indústria de cinema sabem que há filmes de todos os tamanhos e modalidades e as distribuidoras traçam as carreiras destes longas de acordo com o resultado final da produção. É claro que muitas das apostas – pequenas ou grandes – às vezes não dão certo.

Minha Mãe é uma Peça 2 foi desenvolvido e trabalhado desde o início para ser um hit nacional e conseguiu. Méritos para a produção, pela excelente atuação do protagonista Paulo Gustavo e pelas distribuidoras Paris Filmes e Downtown Filmes que conseguiram finalizar um produto que agradou o exibidor, que decidiu oferecer aos seus clientes.

O ano de 2016 contou ainda com outros sucessos de produtos nacionais, como Os Dez Mandamentos, Carrossel 2 e É Fada!.

Isso só prova que talvez não haja necessidade de decretos para impor limite máximo de sessões e salas para blockbusters. Será que esse limite não deveria ser extinto? O ano de 2017 está logo ali e promete ser grandioso com ótimos produtos nacionais e internacionais.

Com certeza veremos mais vezes painéis de bilheteria cheios de filmes nacionais e distribuidoras comemorando os frutos de seu trabalho ao lado de exibidores contentes com as vendas de ingressos.

*Artigo escrito por Marcelo J. L. Lima (diretor da Revista Exibidor e Expocine e CEO da Tonks.

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