25 Setembro 2025 | Yuri Cavichioli
Ancine reúne setor para discutir parâmetros da Cota de Tela 2026
Encontro apresentou panorama do mercado de exibição e abriu prazo para contribuições
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A Agência Nacional do Cinema (Ancine) promoveu, na última segunda-feira (22), uma reunião com representantes dos segmentos de produção, distribuição e exibição cinematográfica. O objetivo foi avaliar os efeitos da Cota de Tela 2025 e iniciar a definição dos parâmetros para o Decreto da Cota de Tela 2026.
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De acordo com a Lei nº 14.814, de 15 de janeiro de 2024, que prorrogou a obrigatoriedade de exibição mínima de obras brasileiras nas salas do país, cabe à Ancine tanto a fiscalização do cumprimento da norma quanto a participação ativa na formulação do decreto anual. O processo envolve encontros com o setor, além da produção de estudos e análises de mercado.
Durante a reunião, foi apresentado um panorama atualizado do mercado de exibição, destacando a recuperação do número de salas e sessões desde a pandemia. O Brasil registra atualmente 3.534 salas em funcionamento – maior número da série histórica – e 2,91 milhões de sessões até 31 de agosto de 2025, próximo ao patamar de 2019. No mesmo período, 349 filmes chegaram ao circuito, sendo 132 nacionais.
Os dados também mostraram retração no público em 2025 em comparação a 2024, revelando um cenário de desafios para as salas. Apesar disso, o market share dos filmes brasileiros manteve crescimento constante desde 2023, com 11,2% até agosto de 2025, desempenho mais sólido do que o de produções estrangeiras. Os números parecem indicar efeitos positivos da retomada da Cota de Tela, especialmente no aumento de sessões e audiência de títulos nacionais.
A agência também apresentou uma avaliação preliminar da Cota de Tela 2025. Entre os resultados, destacam-se os impactos das novas medidas regulatórias, como a bonificação para sessões em horários de maior procura (a partir das 17h) e para filmes premiados em festivais. O levantamento mostrou aumento no número de sessões de filmes brasileiros nesses horários e no público alcançado. A Ancine também estuda a adoção da “regra da dobra”, voltada a estimular a permanência das produções em cartaz.
Além da análise de resultados, houve a apresentação do acompanhamento do cumprimento da Cota de Tela 2025, que passou a contar com ferramenta digital lançada no último ano. A solução permite aos exibidores monitorar semanalmente o nível de atendimento da obrigatoriedade em seus complexos, facilitando a gestão e a transparência do processo.
Os indicadores e subsídios coletados no debate serão consolidados em uma avaliação regulatória, base para a proposta do Decreto da Cota de Tela 2026. O texto será submetido à Diretoria Colegiada e, em seguida, encaminhado ao Ministério da Cultura. O Panorama de Mercado exibido na reunião e os painéis interativos sobre salas de exibição e indicadores atualizados estão disponíveis no Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual (OCA), no site da Ancine.
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