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30 Março 2016 | Verônica Domingues

Juliana Ribas conta como foi de produtora executiva à diretora de marketing

Executiva da Universal Pictures do Brasil praticamente nasceu em uma empresa de cinema

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(Foto: Universal Pictures)

Juliana Ribas sempre soube o que queria. Filha do premiado publicitário da área de animação Walbercy Ribas, ela praticamente nasceu em uma produtora de cinema. Quando criança, brincava de fazer cenários, pintar acetatos e filmar balas de goma no table top. Na adolescência, conseguiu ser produtora executiva do filme infantil O Grilo Feliz e traçar os rumos da sua carreira.

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Os conhecimentos adquiridos na produtora do seu pai permitiram que Juliana assumisse o cargo de gerente de produções locais na Fox em 2004 – uma novidade na empresa. Quatro anos depois, ela passou a ocupar a função que sempre sonhou: gerente de marketing.

Em 2012, Juliana precisava de novos desafios e foi trabalhar na PlayArte como diretora de marketing de cinema e vídeo. Mas, em menos de um ano, passou na seleção para o cargo de diretora de marketing da Universal Pictures no Brasil – posição que ocupa desde março de 2013.

Para a executiva, o grande segredo para atuar no mercado cinematográfico é a persistência, uma vez que o cotidiano é bem menos glamouroso do que se imagina.

Juliana Ribas contou sobre a sua trajetória para a equipe da Revista Exibidor em sua 20ªedição. Veja agora suas respostas na íntegra, em um especial preparado pelo Portal Exibidor:

Qual a sua formação?

Sou formada em Publicidade e Propaganda pela FAAP e tenho MBA na ESPM.

Foi você que escolheu o cinema ou o cinema que te escolheu?

O cinema que me escolheu. Eu praticamente nasci numa produtora de cinema. Meu pai, Walbercy Ribas, é um premiado publicitário da área de animação e comanda sua produtora, a Start Anima, há mais de 50 anos. Quando criança, eu vivia na produtora brincando de fazer cenários, filmar balinhas de goma no table top, pintar os acetatos – técnicas que, com a advento da computação gráfica, já não existem mais. Com isso, acabei pegando gosto pela área, pois cresci brincando de fazer cinema.

Conte um pouco sobre a sua carreira.

Eu sempre sonhei em ser uma mulher independente, por isso quis começar a trabalhar cedo e decidi ver em que poderia ajudar na produtora do meu pai. Eu tinha apenas 15 anos, mas como “filha do dono”, pude participar e aprender de tudo, o que me ajudou a ter uma visão macro de um negócio logo cedo, experiência fundamental no meu cargo atual, como diretora de marketing da Universal Pictures. Após um ano trabalhando na Start Anima, surgiram as Leis de Incentivo à Cultura, e com isso pudemos realizar o sonho de vida de meu pai: produzir um longa-metragem em animação para crianças. Foi então que tive a grande oportunidade de assumir a produção executiva deste longa metragem, O Grilo Feliz, o qual lançamos em 2001.

Nesta época, eu tinha feito muitos contatos e relacionamentos com o mercado de distribuição, e foi então que fui convidada a participar da seleção para a primeira vaga na Fox para cuidar da área de produção nacional. Como já havia realizado minha missão de ajudar meu pai a realizar seu sonho de produzir um longa, senti que era hora do meu voo solo.

Passei na entrevista para a vaga e em agosto de 2004 comecei a trabalhar na Fox como gerente de produções locais. Fiquei neste cargo por quatro anos, recebendo produtores, selecionando roteiros, negociando contratos e acompanhando os lançamentos dos filmes nacionais nas três divisões: Cinema, Home Vídeo e TV. Esta foi outra experiência muito enriquecedora, pois além de ser meu primeiro emprego em uma grande empresa, fiz muitos relacionamentos com as produtoras de filmes nacionais e também com o mercado de distribuição e exibição.

Após quatro anos como gerente de produções locais, fui convidada pela Patricia Kamitsuji, atual diretora geral da Fox/Warner, a assumir o cargo de gerente de marketing da Fox, convite que aceitei com muita alegria, pois finalmente estaria fazendo o que sempre sonhei: lançar filmes!

E como chegou na Universal Pictures?

Na Fox, tive a sorte de trabalhar com uma equipe maravilhosa que me ensinou muita coisa. Tito Liberato era nosso diretor de marketing na época e foi meu grande professor. Fiquei mais quatro anos e meio no cargo de gerente de marketing, lançamos muitos filmes de sucesso, fizemos grandes eventos, mas um dia senti que estava na hora de dar mais um salto. Por isso, aceitei o desafio de ir trabalhar na PlayArte como diretora de marketing de cinema e vídeo. Fiquei menos de um ano na lá. Logo fui indicada para a vaga de diretora de marketing da Universal Pictures no Brasil.

Após passar por uma entrevista com meu atual chefe, Mauricio Duran, SVP de marketing e vendas para América Latina, recebi, no dia 24 de dezembro, a confirmação de que havia sido escolhida para a vaga. Então, em março de 2013, comecei neste novo desafio ainda trabalhando junto com a Paramount, que ainda distribuía os filmes da Universal. Fui recebida com muito carinho pelo Cesar Silva e a Luciana Falcão que me “passaram o bastão” da empresa.

Em julho de 2013, o acordo com a Sony se iniciou e pude começar a contratar as pessoas que fariam parte da primeira equipe de marketing exclusiva da Universal Pictures no Brasil. Felizmente, tudo deu certo, e tivemos o maior ano da história da Universal em 2015.

Qual foi o seu maior aprendizado no mercado de trabalho?

Quando estava envolvida com O Grilo Feliz, pude aprender e participar de todas as etapas da produção de um filme, desde o roteiro até o lançamento, que foi todo coordenado por mim. Foi então que tive a primeira experiência no marketing de lançamento de filmes para cinema e adorei! Sem dúvida, este foi meu maior aprendizado e a experiência mais valiosa da minha vida, pois além de aprender como se faz e se vende um filme, aprendi que, para se trabalhar na área de cinema, é preciso muita garra, persistência e paixão, pois os desafios são grandes.

E o maior desafio?

Acho que produzir O Grilo Feliz foi, sem dúvida, o maior desafio da minha carreira, principalmente porque eu tinha 17 anos e tinha que fazer reunião com homens bem mais velhos que custavam a me dar importância. Eu sonhava em ficar mais velha logo, para isso mudar. Acho que esta foi uma dificuldade: ser mulher e muito jovem para um trabalho tão importante. Felizmente, o lançamento do filme foi muito bem-sucedido e nos animou a começar um novo filme com os mesmos personagens: Grilo Feliz e os insetos gigantes.

Que conselho daria para os profissionais que trabalham na área?

É preciso ter persistência, pois o dia a dia de trabalho na indústria do cinema é bem menos glamoroso do que se imagina.

Veja também as entrevistas com Andrea Puppo, da CinemarkBeatriz Passos, daMoviecomBeatriz Schimidt, do Espaço ItaúBettina Boklis, da Cinemark; Camila Pacheco, daFox e Cristiana Rodrigues, da Downtown Filmes.

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