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16 Agosto 2017 | Fernanda Mendes

Empreendedor fala sobre dificuldade em manter único cinema de rua da Paraíba

Cine RT existe há cinco anos na cidade de Remígio

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(Foto: Cine RT)

Proprietário do único cinema de rua da Paraíba, o Cine RT na cidade de Remígio, Regilson Cavalcante (foto abaixo) traçou um longo caminho até realizar o seu sonho de criança.

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Mecânico até hoje, o cinéfilo cresceu assistindo as matinês do antigo Cine São José perto de sua casa. Após o encerramento das atividades do complexo, no fim dos anos 80, Regilson levou mais de 30 anos até conseguir comprar o antigo projetor de 35 mm do lugar e alugar o espaço para implementar o seu cinema.

Sem nunca ter manuseado um projetor, desmontou o aparelho, limpou, tirou a ferrugem e ainda buscou conhecimento para conseguir colocá-lo em funcionamento. Após algumas dificuldades e novas amizades pelo caminho, finalmente, no dia 12 de janeiro de 2012, foi inaugurado o Cine RT, com itens que ainda eram do antigo complexo como a tela que até hoje é a mesma.

O filme escolhido para a inauguração foi A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 1, que já estava há um mês em cartaz nos outros cinemas. “Na abertura tive problemas com áudio, projetor e outras coisas. Todo mundo saiu da sessão falando mal”, lembra Regilson.

Além disso, o empreendimento contava com cadeiras de plástico, som analógico e nenhum equipamento próprio para cinema. Com média de 10 visitantes por sessão, o local aos poucos foi conseguindo melhorar de situação. Antes sustentado pela oficina mecânica de Regilson, hoje recebe até 600 pessoas por semana no período dos lançamentos e entre 170 e 200 nas semanas convencionais, contando também com o público das cidades vizinhas.

Estrutura

Ao longo dos anos, apesar de muitas críticas também surgiram muitos parceiros. Após utilizar o antigo projetor do Cine São José, o empreendedor ganhou da Cinépolis de João Pessoa (PB) um aparelho também de 35mm. Regilson conta que ele mesmo foi em busca da doação da rede mexicana e instalou o aparelho.

“A partir daí começou a melhorar um pouco o movimento, quem vinha assistir já saía falando bem. O som e a imagem estavam bons, então tudo foi melhorando”, comenta.

Com o processo de digitalização do parque exibidor, o espaço passou a contar com um Barco Digital 10S por meio do programa da ANCINE em parceria com a QUANTA DGT.

Quanto às cadeiras de plástico, graças a um acordo firmado com a Santa Clara Poltronas, o complexo possui agora 100 poltronas “muito confortáveis”, e segundo o proprietário, isso começa a refletir na satisfação do público.

“A cada dia as pessoas têm reconhecido nosso trabalho e visto que em meio a todas dificuldades não desisti do cinema, sempre tenho tentado melhorar mais e mais a estrutura e buscado melhorias”, reforça.

Outros avanços foram o som 5.1 e a bilheteria formatizada onde oferecem “ingressos padrão de cinema”, pois antes eram em talões.

Na programação, Regilson afirma que possui bom relacionamento com as distribuidoras, sendo assim sempre tenta trazer lançamentos, por meio de “uma boa negociação”.

“Mas até hoje eu sou o programador, o financeiro e fico na bilheteria e bombonière. Ainda sou eu mesmo que administro as redes sociais do cinema e o marketing”, afirma.

Apesar de já ter traçado um grande avanço em seu negócio, o empreendedor sonha com outras melhorias no Cine RT como a construção de um teto acústico, a instalação de paredes carpetadas e a projeção em 3D.

Veja como está e como era o cinema!

Clique abaixo para ver ampliado:

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