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04 Novembro 2016 | Fernanda Mendes

Eleição americana pode definir rumos do mercado de entretenimento

Classificação de conteúdo é uma das preocupações de ambos os candidatos à presidência dos Estados Unidos

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(Foto: ABC)

A corrida presidencial americana de 2016 está chamando a atenção do mundo todo. O resultado das eleições, é claro, definirá as projeções para a economia mundial.

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Nessa questão, o futuro do mercado de entretenimento será traçado de acordo com o candidato vitorioso.

Hillary Clinton, desde a época em que foi primeira-dama dos Estados Unidos entre 1993 e 2001, até seu cargo como senadora da cidade de Nova York, sempre expos sua preocupação com os problemas familiares e da infância, incluindo o impacto do conteúdo de entretenimento para as crianças.

“Nós somos alimentados pela mídia, uma dieta diária de sexo, violência e disfunção social”, afirmou Hillary em 1995.

Durante toda sua carreira política, não foram poucas as ações, planejamentos e encontros para discutir o conteúdo de entretenimento. E em 1999, durante sua candidatura ao senado, Hillary reforçou sua postura para uniformizar a classificação de conteúdo em todos os setores: programas de TV, filmes, videogames e etc.

A ideia foi apoiada pelo Congresso, mas nunca ganhou destaque e, apesar de estar mais focada na economia em sua candidatura de 2016, Clinton com certeza não abandonará a bandeira que sempre levantou.

Na oposição, Donald Trump, político do partido Republicano, já deu diversas declarações polêmicas e construiu uma imagem controversa entre seus eleitores e a classe artística.

Quando o assunto é conteúdo violento em filmes, videogames e programas de TV, o candidato deixa dúvidas quanto a suas convicções.

Pertencente a National Rifle Association (Associação Nacional de Armas, em tradução livre), Trump critica o controle de armas, alegando como ineficaz, além de apoiar o conceito de zona livres de armas, mas acredita que o conteúdo violento da mídia pode favorecer tragédias, citando como exemplo o massacre na escola primária em Connecticut em 2012.

“A violência e a glorificação de videogames devem parar. Estamos criando monstros”, afirmou nas redes sociais.

O político defende a regulamentação da classificação de conteúdo e acredita que as personalidades de Hollywood que apoiam o controle de armas, mas participam de cenas violentas em filmes e programas de TV, são hipócritas.

“Os pais devem determinar sobre o que seus filhos devem assistir ou não. Se eles não têm informações suficientes para tomar essas decisões, eles devem insistir que seus representantes políticos tomem essas decisões”, disse em março para o jornal Washington Post.

Time Warner e AT&T

Em um assunto os dois candidatos parecem concordar. Após o anúncio da aquisição da Time Warner pela gigante de telefonia norte-americana, AT&T, por cerca de US$ 85 bilhões, tanto Clinton como Trump posicionaram-se contra a parceria.

Trump se colocou como totalmente contrário ao negócio e prometeu proibir o acordo se eleito. Hillary já foi mais neutra, afirmando que tem preocupações e reservas quanto à parceria, mas que é necessário verificar uma série de informações antes de se formar uma conclusão sobre o assunto.

México contra Trump

Além de toda classe artística americana se voltar contra Donald Trump, os empresários mexicanos também não enxergam com bons olhos a candidatura do executivo.

Para os líderes de companhias como Alfa, Cinépolis e Bachoco, a vitória do candidato afetaria os investimentos mexicanos e o comércio nos Estados Unidos, já que temem o fim do TLC (Tratado de Livre Comércio).

“É evidente que, se revogar o tratado, há a possibilidade de que se inicie uma guerra comercial entre os dois países e, com certeza, voltaremos às taxas iniciais do acordo”, afirmou Alejandro Ramírez, presidente da Cinépolis, para o jornal El Economista.

A companhia já investiu US$ 140 milhões no país, desde 2011, quando começou a operar 150 salas de cinema na Califórnia, Connecticut, Flórida, Nova York e Nova Jersey. Em 2017 planeja abrir mais salas em Ohio, Texas e Virgínia.

Além das questões comerciais, a candidatura de Trump também pode ameaçar a administração dos cinemas. O político já concedeu diversas entrevistas declarando sua oposição ao salário mínimo.

Em maio de 2016, no entanto, em uma entrevista à CNN, Trump parecia indicar que apoia um aumento do salário, com a ressalva de que o governo federal não deve ser a entidade a elevar o piso salarial.

Exibição

As redes de cinemas americanas estão dando destaque à corrida presidencial com diversas ações para o público. A Regal Cinemas, por exemplo, exibiu gratuitamente dois debates ao vivo em mais de 200 complexos espalhados por todo o país.

Já a AMC Theatres anunciou que abrirá cerca de 50 unidades para exibir o resultado da eleição ao vivo, no dia 8 de novembro. O evento apresentará conteúdo do canal televisivo CNN com análises, coberturas regionais e entrevistas.

Divididos nas cores representativas de cada partido, os cinemas já receberam até o momento mais de 4 mil inscrições, sendo que os complexos da cor “Azul” (partido Democrata de Hillary Clinton), estão liderando no número de pessoas.

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