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26 Fevereiro 2018 | Vanessa Vieira

Berlinale 2018 consagra cinematografia feminina e premia longas latinos

Principal vencedor foi “Touch Me Not”, filme com mulheres como cineasta e protagonista

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Vencedores do Prêmio do Grande Júri, Urso de Ouro de Melhor Filme e Prêmio Alfred Bauer. (Foto: Berlinale 2018 | Richard Hübner)

O Festival de Berlim – Berlinale 2018 encerrou sua programação neste domingo (25) com a entrega das maiores premiações do evento. Ao todo, a 68ª edição do encontro recebeu 21 mil pessoas de 130 países, vendendo cerca de 330 mil ingressos. O festival também manteve sua promessa de dar foco à diversidade com painéis sobre movimentos como o Time’s Up e #MeToo.

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O principal vencedor foi Touch Me Not, longa que caminha entre o documentário e a ficção, abordando questões como sexualidade e aceitação do corpo com protagonista feminina. Assim, o título ganhou o Urso de Ouro de Melhor Filme, recebido por sua diretora, a romena Adina Pintilie. A produção também ganhou o Prêmio de Melhor Primeiro Longa-metragem.

O Urso de Prata Grande Prêmio do Júri ficou com o polonês Twarz, o Urso de Prata de Melhor Diretor foi entregue a Wes Anderson pela animação Isle of Dogs, o Urso de Prata de Melhor Ator foi de Anthony Bajon pelo francês La Prière, o Urso de Prata de Melhor Atriz ficou para Ana Brun do paraguaio Las Herederas. O título latino-americano, uma coprodução que envolve também o Brasil, ainda recebeu o Prêmio Alfred Bauer.

Outra obra latina na competição principal foi o mexicano Museo, com o Urso de Prata de Melhor Roteiro. O Urso de Prata de Melhor Contribuição Artística foi de Dovtalov, uma coprodução entre Rússia, Polônia e Sérvia; o Melhor Documentário foi o austríaco The Waldheim; e o Urso de Ouro de Melhor Curta ficou com o israelense The Men Behind the Wall. O prêmio especial Teddy Bear, dedicado a filmes com temática LGBT, foi entregue ao brasileiro Tinta Bruta. No mesmo segmento, chamado Teddy Awards, o brasileiro Bixa Travesty ganhou troféu de Melhor Documentário.

DovtalovLa PrièreLas Herederas foram adquiridos pela distribuidora brasileira Imovision, que também comprou outros nove títulos durante o evento. [Atualizado em 28/02/2018, às 16h05]

Outros prêmios latinos

Em termos de quantidade, a Argentina e o Brasil disputam o posto de país latino-americano que mais levou obras para o festival, sendo que o primeiro levou 11 títulos e o segundo 12. Os países também angariaram troféus.

O brasileiro Aeroporto Central recebeu o Prêmio da Anistia Internacional com direito a discurso político do diretor cearense Karim Aïnouz, enquanto o também brasileiro O Processo ficou em terceiro lugar no Prêmio do Público da Mostra Panorama, considerada a segunda mostra competitiva mais importante do festival. A produção Ex-Pajé recebeu o prêmio especial do Júri de Documentários da Mostra Panorama, além de ter criado uma oportunidade para o diretor Luiz Bolognesi divulgar um Manifesto de Povos e Lideranças Indígenas do Brasil. [Atualizado em 28/02/2018, às 11h05]

Ao todo, o País recebeu cinco prêmios na Berlinale 2018, batendo recorde de troféus recebidos no evento, contanto longas nacionais e coproduções.

Negócios

A compra de conteúdo também foi um destaque durante o festival, que teve participação recorde na área de negócios chamada European Film Market (mais de 10 mil pessoas de 112 países). A TrustNordisk, por exemplo, fechou acordos para distribuição do drama U–July 22 em territórios europeus (Weltkino na Alemanha, Aurora na Polônia, entre outros), latino-americanos (California Filmes) e asiáticos (HGC na China e Cinema de Manon na Coreia do Sul).

Já a Netflix, por sua vez, adquiriu o premiado Dovtalov, que também fechou acordos para lançamento em 13 territórios, incluindo Brasil, França e Portugal. A Music Box Films comprou In the Aisles para lançá-lo nos Estados Unidos e a Films Boutique adquiriu os direitos de lançamento internacional de Butterflies, filme turco que ficou conhecido por sua exibição em Sundance.

Parcerias como a da Associação Alemã de Produtores Cinematográficos (em tradução livre) com a Propellor Film Tech Hub foram divulgadas no evento. Esse acordo em questão pretender usar de Big Data para auxiliar processos de financiamento, produção e distribuição de conteúdo para cinema.

Exibição

Durante o evento, a distribuidora japonesa Uplink anunciou uma parceria com o grupo de lojas de departamento Parco para abrir um multiplex com foco em filmes independentes na capital do país, Tóquio. O cinema terá cinco salas, fará parte de uma loja Parco e terá capacidade para 300 pessoas, com previsão de abertura para o meio de 2018.

Polêmica

Na Berlinale, foi divulgada uma carta-protesto assinada por 160 diretores de 24 países. O documento pediu por mais proteção para o cinema europeu, direitos para os cineastas, impostos “mais justos”, usar o meio digital para ampliar vida útil e territórios de lançamento de filmes, entre outras medidas.

Tecnologia

A Barco reforçou durante o evento o seu papel como parceira exclusiva de projeção do festival desde 2004. Para a edição deste ano, a empresa levou projetores a laser. Outra parceria técnica divulgada foi a do encontro com a Harkness Screens, que é a fornecedora oficial de telas de cinema. Neste ano, o modelo de tela levado foi o Clarus XC, sendo um total de 170 unidades do equipamento.

Veja como foi a edição de 2017, 2016 e 2015.

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