Retrospectiva 2025: os principais acontecimentos do ano no mercado cinematográfico
Questões políticas, PL do Streaming e vendas de majors estão entre os destaques do ano
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(Foto: Divulgação)
O ano de 2025 está chegando ao fim e, se tem algo que ninguém questiona, é que proporcionou fortes emoções ao mercado cinematográfico. Entre políticas públicas, o aguardado PL do Streaming no Brasil, a iminente venda da Warner, e a chegada de uma nova major ao mercado de distribuição brasileiro, muito provavelmente veremos reflexos desses acontecimentos nos próximos 12 meses que estão chegando.
No geral, as bilheterias apresentaram resultados satisfatórios e continuam no processo de recuperação pós-pandemia, mas ainda sem atingir os patamares anteriores. No mercado internacional, os grandes destaques são as vendas de grandes majors de Hollywood. Enquanto a Paramount finalmente concluiu seu processo de venda para a Skydance, de forma inesperada e Warner também entrou em processo de venda, e ao que tudo indica será adquirida pela Netflix no próximo ano.
No Brasil, o assunto que chamou a atenção do mercado de janeiro a dezembro foi a aprovação do PL do Streaming. Entre idas e vindas, a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do projeto no mês de novembro, mas uma decisão definitiva ficará apenas para 2026. Além disso, uma notícia chacoalhou o mercado no dia 21 de novembro, no apagar das luzes de 2025. A Amazon MGM Studios anunciou que abrirá um escritório de distribuição no Brasil no próximo ano e terá Caio Meira como Líder de Distribuição no Brasil, marcando a chegada de uma nova major ao nosso mercado.
Depois disso, ainda no início do ano, uma outra demanda do setor finalmente foi atendida. No dia 3 de janeiro a Ancine publicou no Diário Oficial da União a regulamentação da Cota de Tela para o ano de 2025, visando estimular a programação de filmes brasileiros em sessões a partir das 17h e incentivar a programação de obras brasileiras premiadas em festivais.
A grande novela do PL do Streaming não deixa de ser política, mas merece um tópico à parte. Após muitas discussões com diversos elos da cadeia audiovisual, e alterações na alíquota da Condecine, a Ancine e o MinC fizeram alguns apontamentos para ajustes, como uma alíquota de 6% da receita bruta para a Condecine (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional).
Mas, apesar da aprovação na Câmara e da pressão do setor, a votação não andou no Senado e uma decisão final ficou para o ano de 2026. Um dos pontos de maior atenção do setor é em relação à janela de exibição de filmes nos cinemas antes de entrarem para os catálogos das plataformas de streaming e a expectativa é que a votação no Senado - infelizmente - não seja concluída antes do mês de março.
Logo no começo do ano, vale destacar, um filme que havia estreado em 2024 também fez história. Nas primeiras semanas de janeiro, Moana 2 (Disney) alcançou o feito notável de ultrapassar a marca de US$ 1 bilhão em bilheterias. No Brasil, tivemos três grandes destaques que se sobressaíram. O Auto da Compadecida 2 (H2O Films) e Ainda Estou Aqui (Sony), lançados no ano passado, venderam 2,92 milhões e 2,74 milhões de ingressos respectivamente em 2025. O outro grande destaque foi O Agente Secreto (Vitrine Filmes), que pode ser nosso representante no Oscar 2026 e também levou mais de um milhão de espectadores aos cinemas.
A arrecadação mundial, por sua vez, também apresentou um crescimento de 17% no primeiro semestre, apesar de ainda distante dos patamares pré-pandemia. Enquanto os 100 filmes de maior bilheteria em todo o mundo somaram uma renda de US$ 10,75 bilhões neste ano, o número foi de US$ 9,17 bilhões em 2024. Os números, entretanto, ainda ficam 28,29% abaixo dos US$ 14,99 bilhões arrecadados durante o primeiro semestre de 2019, o último antes da pandemia. Vale destacar que, além de Ne Zha 2 e Lilo & Stitch, apenas um outro filme faturou mais de US$ 1 bilhão. Zootopia 2 (Disney), que ainda está em cartaz, arrecadou US$ 1,27 bilhão até o momento.
Premiações
O ano começou confundindo a cabeça de especialistas e apostadores com três das principais premiações do mundo tendo diferentes vencedores na categoria de Melhor Filme. Enquanto o Globo de Ouro premiou O Brutalista (Universal), o BAFTA escolheu Conclave (Diamond Films), e o Oscar deu o prêmio máximo para Anora (Universal).
A operação girou em aproximadamente US$ 8,4 bilhões e transformou David Ellison, fundador da Skydance, em uma das principais figuras de Hollywood. A Comissão Federal de Comunicações (FCC) dos Estados Unidos aprovou a operação por 2 votos a 1. Poucos dias depois, no início de agosto, o acordo finalmente foi oficialmente assinado dando fim a uma novela que durou 20 meses.
Pouco mais de uma semana depois, em 17 de dezembro, a Warner rejeitou a proposta da Paramount e agora os próximos meses devem ser de negociações com o governo para que a venda para a Netflix seja aprovada. Vale destacar que incorporando a HBO Max e o catálogo da Warner, a participação da Netflix no mercado de streaming poderia superar 30%, um nível considerado potencialmente problemático pelas leis estadunidenses.
Eventos
Por fim, o ano de 2025 também foi forte para os eventos do mercado de cinema. O Portal Exibidor se fez presente em alguns deles e a cobertura completa pode ser lida nos links a seguir: